Entrevistámos Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro, no congresso da APAVT, sobre o balanço do ano de 2021 para o Turismo do Centro e os apoios que o setor do turismo vai necessitar devido à situação pandémica atual.
“É um ano em que tínhamos uma expetativa elevada atendendo àquilo que foram os resultados atingidos, sobretudo nos meses de junho, julho e agosto. Havia uma extraordinária perceção do número de reservas, sobretudo para o período do Natal e do final do ano. Neste momento reina a incerteza no contacto que temos feito, ainda agora com o Gonçalo Rebelo de Almeida e com outros players da nossa praça, percebemos que há um cancelamento abrupto das reservas para o Natal, sobretudo grupos. Os grupos que estavam organizados, que nesta altura do Natal aproveitam para fazer com as empresas team-building, toda essa parte está neste momento suspensa. Curiosamente, mantém-se as reservas das famílias, o que significa que, dentro do mau, não é tão mau assim, mas neste momento reina de facto a incerteza”.
Pedro Machado comentou ainda que a necessidade de apoios do Estado que o setor do turismo vai necessitar para o ano que vem é “urgente e imergente. Sentimos até na comunicação das empresas, neste congresso que está a acontecer, para a continuidade dos apoios pelo menos até maio/junho de 2022. A expectativa de que a Páscoa pudesse relançar a retoma e confirmar a retoma, neste momento, já não é uma evidência atendendo àquilo que está a acontecer com esta evolução pandémica. Segundo, nas palavras do senhor Presidente da República percebemos ontem alguma tranquilidade, curiosamente e quase que controversa mente há uma certa estabilidade que o Presidente da República nos disse, sobretudo quando aponta que os instrumentos financeiros europeus, o PR2030, a bazuca, podem não estar influenciadas com a transição de um governo ou pela não aprovação do orçamento de estado e obviamente com alguma expectativa sobre o que vai acontecer no quadro de 30 de janeiro. Portugal, infelizmente, ao contrário de outros mercados nossos concorrentes não prima por uma estabilidade governativa que faça com que a tutela, nomeadamente, do turismo ao longo dos últimos anos tenha consolidado e, portanto, estamos continuadamente a mudar as tutelas, a mudar os protagonistas e, se calhar, um tema meu, muito caro, uma velha ambição, porque não dizê-lo, quando é que temos um ministro do turismo? Será que é desta vez? Vamos ter alguma fé”.