A Confederação do Turismo de Portugal (CTP) saudou a decisão anunciada esta terça-feira, dia 14, pelo Governo, que confirma a escolha de Alcochete como localização do novo aeroporto internacional na região de Lisboa. Em comunicado, a CTP realça ainda que avanço das obras para a expansão do aeroporto Humberto Delgado, tendo em conta “o tempo que irá demorar a construção do novo aeroporto em Alcochete”.
“A construção de um novo aeroporto na região de Lisboa tem sido uma exigência da CTP nos últimos anos, pelo que nos congratulamos pela decisão finalmente hoje anunciada”, refere Francisco Calheiros, presidente da CTP, que adianta: “só espero que esta seja uma decisão definitiva e que não venha a ser colocada em causa por outros Governos, algo a que infelizmente já assistimos nos últimos anos”.
Para a CTP, o anúncio sobre a decisão da localização do novo aeroporto “é uma boa notícia”, mas não deixa de referir que a solução escolhida assenta “numa infraestrutura inexistente”, pelo que tudo aponta que Portugal “ainda tenha de esperar mais do que uma década para ter um novo aeroporto a funcionar em pleno”.
Quanto à revelação feita pelo Governo de que irão avançar obras no Aeroporto Humberto Delgado para aumentar a sua capacidade de resposta, Francisco Calheiros refere: “A CTP necessita de ter mais detalhes sobre esta decisão. Mas tenho de referir que sempre se afirmou que não era possível aumentar a capacidade do atual aeroporto de Lisboa. Se afinal tal é possível, porque não se fez antes? Nesta altura já poderíamos ter aumentado os slots disponíveis e o movimento de passageiros no aeroporto Humberto Delgado, bem assim como receita entretanto perdida”.
Recorde-se que o Governo aprovou esta terça-feira, dia 14, a construção do novo aeroporto da região de Lisboa em Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI), anunciou o primeiro-ministro, Luís Montenegro.
“O Governo decidiu aprovar o desenvolvimento do novo aeroporto de Lisboa com vista à substituição integral do Aeroporto Humberto Delgado no campo de tiro de Alcochete e atribuir-lhe a denominação de Aeroporto Luís de Camões”, anunciou Luís Montenegro, numa declaração ao país, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, esta tarde.
A CTI publicou no dia 11 de março o relatório final da avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto, mantendo a recomendação de uma solução única em Alcochete, a mais vantajosa, ou Vendas Novas, apontando ainda que Humberto Delgado + Santarém poderia ser uma solução transitória.
O Governo explicou hoje que o Campo de Tiro de Alcochete tem a vantagem de se localizar inteiramente em terrenos públicos, enquanto Vendas Novas requer expropriações, representando ónus adicional e permite, no futuro, crescer de duas para quatro pistas, caso haja necessidade.
O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, que falou depois do primeiro-ministro, lembrou ainda que Alcochete já teve Declaração de Impacte Ambiental aprovada, atualmente caducada, e que é mais próximo de Lisboa, comparativamente a Vendas Novas, exigindo menos tempo e custos de deslocação.
O Governo apontou ainda como vantagem a proximidade de Alcochete às principais vias rodoviárias e ferroviárias, o que permite descentralizar o tráfego do centro de Lisboa.
Nos fundamentos do Governo para a decisão pesou ainda a possibilidade de acomodar os planos de expansão da TAP, que tem projeções preliminares de 190-250 aeronaves em 2050, sendo que as soluções duais podiam por em causa a sustentabilidade do ‘hub’ (plataforma de distribuição de voos).