Depois de ter reunido na semana passada com o CEO do grupo IAG, Luis Gallego, por causa da privatização da TAP, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, lamenta que não se esteja a discutir a forma como a TAP vai ser privatizada, nomeadamente que percentagem da companhia o Governo pensa privatizar.
“Andámos a ver esta novela da CPI da TAP, quem é que ligou a quem, mas sobre assuntos sérios e importantes, como saber de que forma é que a TAP será privatizada, não sabemos nada”, afirma em declarações ao TNews. “Não sabemos se vão privatizar 10, 50 ou 90%, se vai haver golden share? Que potenciais clientes já têm? Como é que vão garantir o hub? Importante era discutir a forma de privatização da TAP”, defende.
A preparar já a corrida à privatização da TAP, o Grupo IAG, detentor da Iberia e da British Airways, reuniu-se com a CTP e garantiu não querer alterar o hub de Lisboa, caso venha a comprar a companhia portuguesa. “Tratou-se de uma apresentação para desmistificar a ideia de haver perigo de deslocalização do hub de Lisboa para Madrid. A explicação do grupo IAG é que não há esse perigo. Deram o exemplo da compra da Iberia. Na altura, quando a Iberia foi comprada, também se falou do perigo de passar o hub de Madrid para Londres e não aconteceu e mais recentemente com a Aer Lingus, que era irlandesa”.
Francisco Calheiros classifica esta reunião com o Grupo IAG como uma ação de “relações públicas”. Os dois outros principais interessados na transportadora aérea portuguesa são a Lufthansa e do grupo Air-France – KLM, mas o presidente da CTP revela que não “houve para já mais intenções” de possíveis compradores em reunir com a confederação. “Estes foram os primeiros”.
O presidente diz que a Confederação não tem preferidos na corrida à privatização, “o que queremos é alguém que venha desenvolver a TAP e mantenha o hub da TAP, a TAP é uma empresa muito importante, nomeadamente para Lisboa, Centro, Alentejo, para as conexões com Açores e Madeira, para o turismo português. Por isso estamos expectantes para ver o que vai acontecer com a privatização da TAP”.