O último trimestre de 2023 está em curso, e é tempo de começar a contemplar as perspetivas para o ano vindouro. Com isso em mente, as Edições do Gosto apresentam novas tendências que se antecipam como marcantes em 2024 no universo da gastronomia e da restauração.
Em 2021, foi lançado o projeto “Tendências da Restauração”, um conjunto de previsões e orientações para o ano seguinte, identificadas como relevantes. Essas projeções baseiam-se na experiência acumulada pela organização ao longo dos anos, bem como nas contribuições de um grupo diversificado de profissionais ligados ao setor.
A comissão organizativa do projeto é composta por Bruno Azevedo, diretor de comidas e bebidas da PHC Hotels; Mário Batista, diretor da The Bottle Affair; Paulo Amado, diretor das Edições do Gosto; e Rafael Ventura, CEO da Ventura Hospitality Consulting. Neste ano, o projeto contou também com a colaboração de um painel de contribuidores de diferentes áreas profissionais e geográficas.
No que respeita à gestão de reservas em restaurantes, assiste-se a uma rejeição da prática de reservar e não comparecer, também conhecida como “no show”. Segundo as Edições do Gosto, medidas mais rigorosas estão a ser consideradas, como exigir informações de cartão de crédito e aplicar encargos em caso de não comparecimento, para evitar o desperdício de matérias-primas e permitir que outros clientes desfrutem da experiência.
Os dados indicam que os clientes estão a procurar cada vez mais pequenos prazeres culinários nos restaurantes, muitas vezes como uma indulgência individual. Esta tendência reflete a informalidade que caracteriza a sociedade atual e a crescente diversidade de influências culinárias, que podem ser incorporadas em menus completos ou consumidas de forma independente.
Adicionalmente, segundo as Edições do Gosto, verifica-se um movimento em direção a áreas fora das grandes cidades, com ênfase na valorização das tradições rurais e na promoção do uso de produtos sazonais e locais.
“Restauradores e chefes de cozinha apostam na criação de oferta fora das grandes cidades num movimento associado à valorização das tradições rurais como ponto de partida para visões renovadas”, sublinha a empresa.
O comunicado também sublinha a adoção de práticas mais sustentáveis nos restaurantes, onde se procura tirar o máximo partido dos ingredientes, tanto animais como vegetais. “Os chefes procuram um aproveitamento do produto no seu todo, que ao mesmo tempo é um desafio culinário e económico”, sublinha a Edições do Gosto.
Além disso, observa-se uma crescente conscientização entre cozinheiros e clientes sobre a importância das práticas agrícolas regenerativas para a relação com o solo e a natureza. Segundo o comunicado, a escolha de produtos provenientes de produtores comprometidos com a conservação e a restauração ambiental está a ganhar terreno.
Uma das tendências para 2024 é a crescente popularidade dos cogumelos na gastronomia, impulsionada pela sua versatilidade e valor nutricional. Estes fungos estão a ser frequentemente integrados em pratos vegetarianos e veganos, cativando assim um público cada vez maior. Paralelamente, os vinhos de baixa intervenção estão a ganhar espaço nas cartas de vinho dos restaurantes, conquistando uma nova geração de apreciadores que valoriza a autenticidade e a simplicidade destas bebidas.
Também assistimos a uma evolução na relação com o álcool, com uma crescente preferência por opções de baixo ou nenhum teor alcoólico. Segundo a Edições do Gosto, os restaurantes estão a adaptar-se a esta mudança, oferecendo alternativas mais saudáveis e condizentes com esta tendência.
Por último, o comunicado realça o surgimento de um novo modelo de restauração, com a disponibilidade de refeições ao longo do dia para satisfazer um público mais flexível e informal, especialmente em áreas urbanas.