Segunda-feira, Novembro 17, 2025
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Depois do melhor ano de sempre, Dom José Beach Hotel reforça estratégia na sustentabilidade e recursos humanos

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Depois de dois anos de pandemia, o ano de 2022 revelou-se o melhor de sempre para a hotelaria, apesar das previsões mais pessimistas, que apontavam uma recuperação do turismo mais tardia. Para o Dom José Beach Hotel, no Algarve, o ano foi de crescimento. “Foi o melhor ano de sempre, tanto a nível de resultados, como em volume de negócio, crescemos cerca de 14% relativamente a 2019, que tinha sido o melhor ano até à data”, avança o diretor geral do Dom José Beach Hotel, João Soares.

Este crescimento foi sustentado pela procura dos mercados tradicionais da unidade, o britânico e o português, mas também por outros mercados que não eram habituais anteriormente, como o americano (já em sexto lugar) e brasileiro, revela o responsável.

João Soares acredita que estes bons resultados são fruto do investimento que o hotel levou a cabo durante o período da pandemia. “Apesar de não sabermos o que nos reservava o futuro, aproveitámos a paragem da pandemia para continuar a investir no hotel. Esse investimento projetou-nos para uma boa reputação em 2022 e para resultados extraordinários”, sustenta.

Com recurso à Linha de Requalificação da Oferta do Turismo de Portugal, a unidade construiu não só uma piscina completamente nova com vista para o mar e um bar de apoio, como reforçou a política de sustentabilidade, colocando outro tipo de isolamento nas áreas públicas e nos quartos. “Acabámos por fazer também bastantes obras nos quartos, colocação de novas fechaduras e reforçámos os painéis solares para o aquecimento das águas sanitárias”, recorda.

FOTO: VASCO CÉLIO/STILLS

Os bons resultados não travaram, no entanto, o desejo de continuar a investir no hotel este ano, pelo contrário, já há planos para uma nova renovação. “Vamos aproveitar os bons resultados que o hotel teve para continuar a investir no produto e ter o hotel cada vez mais sustentável, apelativo e de acordo com aquilo que os clientes procuram hoje”, afirma João Soares. Segundo o responsável, as manutenções vão continuar e, a par disso, estão neste momento a consultar várias empresas para fazer uma redecoração total, começando pelas áreas públicas e terminando nos quartos.  O projeto de remodelação “é para avançar no inverno de 2023 e 2024”, garante João Soares.

Outro dos investimentos planeados é a aposta na microgeração, para responder aos custos de energia. “Vamos colocar cerca de 130 painéis solares para microgeração para baixarmos a nossa fatura de eletricidade e, ao mesmo tempo, tornar o hotel mais sustentável. Por sua vez, teremos mais cerca de 40 painéis para aquecimento das águas sanitárias, para tentar tirar o maior partido possível da localização e do sol que o Algarve tem. É também uma forma do hotel estar cada vez menos dependente das operadoras de eletricidade”, explica.

No que diz respeito à política de recursos humanos, João Soares também realça a aposta que tem vindo a ser feita. “Como já vem sendo hábito, premiámos os nossos colaboradores em 2022. Este ano introduzimos um sistema de avaliação para sermos o mais corretos possível. Já vínhamos a fazê-lo, mas atualmente estamos a trabalhar num sistema de avaliação com muito detalhe para que todos os trabalhadores tenham uma componente salarial indexada às vendas e ao atendimento ao cliente, com base também na reputação e no crescimento do hotel. Basicamente, queremos envolver todos os colaboradores no sucesso do hotel. Além disso, damos formação contínua e revimos os salários no início deste ano, de forma a que as pessoas tenham uma vida mais digna”, afirma.

No Dom José Beach não há grandes flutuações de colaboradores, uma vez que o hotel mantém-se aberto o ano todo e com ocupações altas. “Temos um quadro muito estável, fazemos ocupações altas durante o inverno, apesar dos preços serem relativamente baixos, é uma política da empresa há vários anos. Isso faz com que consigamos dar pleno emprego a toda a gente e que os trabalhadores não tenham contratos sazonais”, explica João Soares. “Isso para nós é muito importante, porque são equipas que levamos tempo a formar, que têm de vestir a camisola e vender o ADN do hotel”, defende.

Previsões para 2023

Poderá o ano de 2023 igualar ou superar 2022? Ainda é cedo para saber, mas para já o ano começou “bastante bem”, revela João Soares. “Comparativamente a janeiro de 2022 – que foi muito tímido ainda, já estamos francamente acima, as perspetivas e reservas são animadoras para a frente”, adianta.

Sobre o comportamento dos mercados, João Soares afirma que o “mercado britânico está sólido, continua a reservar, nomeadamente os grandes operadores, e as reservas para o primeiro trimestre estão muito animadoras”. O responsável acredita, por isso, que a procura se vai manter, embora existam “alguns temas que não são muito do nosso agrado, como a taxa turística”, aponta.

Já quanto à procura por parte do mercado americano e brasileiro, João Soares julga que irá continuar, apesar da grande lacuna do Algarve serem “as ligações internacionais, nomeadamente as intercontinentais”. “O Aeroporto de Faro praticamente não tem voos intercontinentais e o voo de ligação de Lisboa é muito mau, chega muitas vezes atrasado, falha, só faz ligação com a TAP. Isso acaba por ser um problema, porque o cliente americano ou brasileiro tem de esperar 3 ou 4 horas em Lisboa para fazer um voo de 30 minutos. Temos essa dificuldade grande para crescer nos mercados intercontinentais apesar de termos procura, de ser uma região ótima, com um clima ótimo, com mais de 35 campos de golfe”.

Mercado nacional

No Dom José Beach Hotel, o mercado nacional é responsável por mais de 30% da procura, razão pela qual questionámos João Soares sobre o que espera deste mercado? “Estamos expectantes, porque reserva em cima da hora, temos algumas dúvidas que o mercado nacional tenha disponibilidade para pagar os preços que vão ser praticados neste e noutros destinos. Contudo, acreditamos que, pelo menos de 15 de julho a 20 de agosto, vai haver uma grande pressão do mercado nacional, à semelhança dos outros anos, independentemente dos preços. Agora noutros períodos, como fins de semana, com o aumento das portagens, dos combustíveis, e do próprio alojamento e restauração, vimos com alguma preocupação, mas não significa que não haja procura. A imobiliária também está a cair na Europa e no resto do mundo, e em Portugal temos a sensação que não cai”, afirma.

Em 2022, o preço médio no hotel ultrapassou todas as expectativas, enquanto que a ocupação ficou abaixo devido a um primeiro trimestre mais fraco. Este ano, já se verifica uma ocupação maior. A tendência, com esta inflação e aumento de todos os custos, “é que os preços se mantenham”, constata o responsável.

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