Um recente relatório concluiu que o turismo europeu é especialmente suscetível a condições meteorológicas extremas e outras catástrofes naturais, crises geopolíticas, como guerras e ataques terroristas, agitação civil, ciberataques e outras falhas nos sistemas informáticos.
Estas conclusões foram publicadas no relatório “Crises in Tourism: Impacts and Lessons from European Destinations”, realizado pela European Travel Commission (ETC), que destaca a frequência e gravidade crescente das crises que afetam o setor do turismo na Europa e no mundo.
Desafios recentes, como a covid-19 e a guerra na Ucrânia, mostraram que os destinos europeus devem estar preparados para ameaças complexas e de longo prazo. Este relatório, realizado em colaboração com organizações nacionais de turismo de toda a Europa, identifica as principais vulnerabilidades do turismo europeu e oferece um roteiro para uma gestão eficaz das crises. Ao destacar as lições aprendidas e as melhores práticas, o estudo tem como objetivo reforçar a resiliência dos destinos europeus num mundo cada vez mais imprevisível.
Segundo o relatório, os riscos climáticos representam desafios significativos para a Europa, afetando a segurança energética e alimentar, os ecossistemas, as infraestruturas e os recursos hídricos. Os padrões meteorológicos em todo o continente estão se a tornar cada vez mais imprevisíveis, com algumas regiões a enfrentarem ondas de calor e secas, enquanto outras sofrem inundações generalizadas.
Os destinos europeus também dependem fortemente de infraestruturas complexas, incluindo redes de transportes, instalações de alojamento e atrações turísticas. Além disso, o setor das viagens é vulnerável à instabilidade política, a disputas fronteiriças e a conflitos internacionais. Estes fatores contribuem para potenciais incertezas e perturbações nas viagens em toda a Europa.
Como estar preparado para futuras crises?
O estudo é acompanhado por uma lista de verificação pormenorizada da gestão de crises, concebida para ajudar as organizações nacionais de turismo (ONT) a planear a sua resposta em todas as fases de uma crise grave – preparação, resposta, recuperação e resiliência.
Reconhecendo que as crises raramente são lineares, a lista de controlo está estruturada como um ciclo contínuo, garantindo que as medidas de resiliência reforçam a preparação futura.
Dado que os destinos europeus enfrentam, cada vez mais, crises frequentes e graves, as ONT desempenham um papel vital na coordenação com as autoridades regionais, as empresas de viagens, os centros de transporte e outras partes interessadas, ao mesmo tempo que fornecem informações claras e concisas aos visitantes.
As suas principais funções são fornecer atualizações claras e fiáveis ao setor do turismo e aos visitantes, servindo como uma fonte de informação fiável durante as crises; unir o governo, a indústria e os visitantes para uma resposta coordenada; monitorizar os impactos das crises no setor do turismo e oferecer orientações e garantias às empresas e partes interessadas; supervisionar a segurança dos visitantes e proteger a imagem internacional do país; combater a desinformação, assegurando mensagens exatas e coerentes e colaborando com especialistas para manter uma narrativa clara; e, por último, recolher e analisar dados para apoiar a tomada de decisões informadas durante as crises.
O estudo salienta igualmente que os organismos nacionais de turismo devem empenhar-se no planeamento dos riscos a longo prazo, analisando os dados de vários destinos em todo o país e acompanhando os esforços de resposta e recuperação em caso de crise.
“Esta abordagem ajudará, em última análise, a ajustar a futura resiliência do turismo aos riscos climáticos e às mudanças na procura”, destaca o relatório.