Quinta-feira, Novembro 13, 2025
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Do social dining ao “voltamos já”: 10 tendências que vão moldar o setor da restauração em 2026

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O último trimestre de 2025 iniciou-se e é tempo de começar a pensar no ano que se avizinha. Com isso em mente, as Edições do Gosto apresentam as dez tendências que se antecipam como marcantes em 2026 no universo da gastronomia e da restauração.

Em 2021, as Edições do Gosto começaram a apresentar e divulgar anualmente as “Tendências da Restauração”, um conjunto de previsões e orientações sobre o ano seguinte ano identificadas como relevantes. ​

Em 2025, a iniciativa contou com a colaboração especial de um painel de 100 profissionais. A região predominante é Lisboa (39%), seguida do Porto e Norte (29%), Centro (11%), Algarve (6%), Alentejo (8%), Madeira (3%) e Açores (4%). Em termos de áreas profissionais, destacam-se Cozinha (39%), Comunicação (20%), Pastelaria e Padaria, Sala e Vinho e Produção (todas com 7%), seguidas de Restauração (6%), Hotelaria e Ensino (ambas com 4%), Investigação e Conhecimento (3%), Ação Social (2%) e Bar (1%). 

Diretamente da Quinta 

Os dados indicam que os clientes estão a procurar cada vez mais ingredientes de máxima frescura e sabor, cultivados de forma sustentável e respeitadora da biodiversidade. “Ao encurtar o caminho entre o campo e a cozinha, os chefes asseguram um abastecimento contínuo, reduzem a pegada ambiental e valorizam o ciclo completo dos alimentos, da saúde do solo ao prato”, escreve as Edições do Gosto em comunicado.

O “novo” mundo dos vegetais 

Adicionalmente, segundo as Edições do Gosto, verifica-se uma maior aposta pelos vegetais, respeitando a sua sazonalidade e aplicando uma variedade de técnicas. O resultado são pratos em que os vegetais assumem protagonismo, mesmo quando acompanhados de proteína animal. 

Social dining 

O comunicado também sublinha uma transformação no papel da gastronomia na vida urbana: o jantar deixa de ser apenas uma refeição e torna-se um evento social. Supper clubs, pop-ups, experiências de partilha de cozinhas e outros eventos gastronómicos oferecem momentos de convívio, troca de ideias e networking. Funcionam como espaços seguros de experimentação, permitindo testar conceitos, criar comunidade e reforçar a ligação com o público, enquanto proporcionam aos participantes uma fuga à rotina.

Voltamos já 

Depois de anos de crescimento acelerado e aberturas contínuas, 2026 aponta para um ano de abrandamento e reformulação no setor, e nem todos os negócios sobreviverão. A saturação do mercado, a subida dos custos operacionais e um consumidor mais racional obrigarão restaurantes a encerrar temporariamente para repensar modelos de negócio, otimizar operações e ajustar estratégias, tornando urgente a sustentabilidade económica e a diferenciação de conceitos. 

O pescado esquecido 

O comunicado realça o ressurgimento dos “peixes das nossas águas”, que se afastaram “em favor de espécies consideradas mais nobres”. A alta-cozinha explora-os, revelando o seu potencial em sabor, textura e versatilidade. Ao fazê-lo, os chefes inovam nos menus, reduzem a pressão sobre os peixes mais populares e reforçam a ligação à pesca local, respondendo a consumidores mais exigentes quanto à origem, qualidade e autenticidade dos produtos. 

Cocktails + pratos 

Uma das tendências para 2026 é a crescente popularidade dos cocktails durante uma refeição. A tendência redefine não só o momento de jantar, como o próprio ato de sair à noite, respondendo a clientes que procuram experiências flexíveis e informais, em que provar e partilhar é central. Para bares e restaurantes, permite inovar, testar combinações e atrair um público que valoriza a novidade e a interação sem a formalidade de uma refeição completa. 

Ovos com berço 

A rastreabilidade e a ética na produção de ovos ganham cada vez mais relevância. Chefes e consumidores querem saber como as galinhas são criadas, o que comem e, sobretudo, quem é o produtor. A atenção crescente reflete a procura por produtos de qualidade, responsabilidade ambiental e bem-estar animal. Valoriza-se também o uso das raças autóctones – Amarela, Branca, Pedrês Portuguesa e Preta Lusitânica –, que garantem características únicas e reforçam a ligação com a tradição e o território. 

A sandes contra-ataca 

De acordo com as Edições do Gosto, em 2026, as sandes deixam de ser apenas uma refeição rápida e afirmam-se como uma proposta gastronómica relevante. De snack mais simples evoluem para prato criativo, transformando-se em território de experimentação. Bem compostas, feitas com produtos de qualidade e combinações de sabores surpreendentes, ganham espaço em menus e dão origem a novos negócios. São uma resposta inteligente à procura por comida de qualidade, acessível e sem formalidade.  

A experiência imersiva 

Em comunicado, as Edições do Gosto referem que comer também pode ser entretenimento: ir a um restaurante deixa de se resumir a sentar e comer e passa a ser uma experiência completa. Crescem os projetos que envolvem todos os sentidos, combinando narrativa, interatividade e tecnologia. Luz, som, projeções ou aromas criam ambientes imersivos, em que cada prato é parte de uma história. Os restaurantes usam esta abordagem para oferecer experiências mais envolventes e memoráveis, atraindo clientes que valorizam inovação e criatividade e que querem, acima de tudo, sentir-se parte do momento. 

Chefes guardiões do oceano 

Em 2026, os chefes vão valorizar o mar como nunca, assumindo um papel ativo na preservação marinha. Nos seus menus, oferecem o melhor do oceano com responsabilidade. Atentos à preservação dos ecossistemas marinhos, promovem práticas de pesca sustentável em pratos que equilibram sabor e consciência ambiental. Na cozinha, inova-se sem que se ultrapassem os limites dos recursos do oceano. À mesa, responde-se a consumidores mais conscientes.

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