Sábado, Maio 24, 2025
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Empresários de animação turística do Porto criticam restrições de trânsito no centro da cidade

Diversos empresários do setor de animação turística no Porto expressaram as suas preocupações sobre as recentes restrições ao tráfego de veículos no centro da cidade, pedindo a sua revogação, por defenderem que essas medidas prejudicam o comércio e a economia local.

Uma semana após o início do projeto-piloto que limita o trânsito de veículos turísticos, os empresários manifestaram o seu descontentamento durante a Assembleia Municipal do Porto, realizada na noite de segunda-feira. Ruben Batista, um dos empresários do setor, destacou que a sua empresa enfrentou uma queda drástica na faturação devido a constantes cancelamentos, o que ameaça a continuidade do negócio. “Apresentamos a cidade e o nosso património. Fazemos a primeira introdução à cidade do Porto,” afirmou.

Ruben Batista defendeu que “nunca poderemos ser substituídos por transportes públicos” e pediu que as restrições fossem revistas, solicitando que a autarquia ouvisse os operadores turísticos.

Romeu de Oliveira também lamentou o que considerou uma “discriminação sem precedentes” contra o setor, acusando o município de tentar eliminar a atividade no centro histórico e afirmou que, em apenas uma semana, mais de 80% das reservas foram canceladas, prevendo que, até o fim do mês, os prejuízos possam ultrapassar 30 mil euros, ameaçando oito postos de trabalho. “Estas restrições não afetam apenas o nosso setor, mas os que dependem umbilicalmente dos nossos serviços,” alertou Romeu de Oliveira, demonstrando disposição para colaborar com a autarquia, mas sem comprometer as empresas.

António Teixeira criticou o fato de os operadores de animação turística estarem sendo “utilizados como bode expiatório” e lamentou que as suas propostas ao município tenham recebido apenas um “sorriso cínico de que nada será mudado.”

Tânia Rodrigues ressaltou a importância dos tuk-tuks para aqueles que desejam explorar a história da cidade, questionando se é possível que o transporte público e a animação turística possam coexistir. “Como é que os membros da autarquia chegaram à conclusão de que a nossa atividade deve ser restringida? Com que base nos acusam de causar os problemas de trânsito da cidade?” indagou.

Leandro Batista também expressou a sua preocupação sobre a ameaça a postos de trabalho e cancelamento de reservas, o que empurra os trabalhadores para uma situação de precariedade. David Almeida, presidente da Associação Alojamento Local Porto e Norte, solicitou esclarecimentos sobre o projeto-piloto, enfatizando que as restrições afetam a todos. “Sendo o turismo o maior promotor económico do país, não se compreende esta medida,” afirmou, pedindo diálogo e uma reunião urgente com a administração municipal.

O projeto-piloto de restrição ao trânsito de veículos turísticos entrou em vigor a 1 de outubro e durará um ano, exigindo autorização prévia do município para os operadores. Atualmente, apenas um comboio turístico e autocarros de dois andares ‘hop-on, hop-off’ têm permissão para circular em uma área específica do centro do Porto, de acordo com licenças municipais.

Devido a uma ação judicial que visa suspender a atribuição de licenças pela câmara, não há licenças disponíveis para tuk-tuks ou autocarros de serviço ocasional no momento. O acesso e circulação para embarque e desembarque de passageiros poderão ser autorizados pelo município, “mediante a capacidade da infraestrutura” e com restrições horárias.

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