Sexta-feira, Outubro 11, 2024
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Entrevista: “Vamos ter um verão de 2022 em força, com algumas novidades”

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Depois de fazer o balanço da operação de verão e do relacionamento com as agências de viagens, o diretor de vendas da Ávoris Travel, Constantino Pinto, em entrevista ao TNews, fala do impacto que a fusão da Ávoris e da Globalia tiveram na estrutura em Portugal e ainda das novidades da programação para 2022.

Durante a pandemia ficou concluída a fusão da Ávoris com a Globalia. Que impacto teve na organização do grupo em Portugal?

O impacto que a fusão teve até hoje foi que passámos a contar com uma equipa maior e mais rica. Passámos a contar com a equipa da Travelplan e da Marsol. De momento, cada uma continua a trabalhar com as condições, meios e autonomia que tinha, embora já haja indicações de políticas conjuntas de atuação que estamos a implementar. A Marsol continua a trabalhar como Marsol, e a Travelplan continua a trabalhar como Travelplan. A Travelplan está a vender Caraíbas nos nossos aviões e ilhas espanholas, com a grande experiência que tem neste produto e, a pouco e pouco, vamos passando a temporada. Para setembro e outubro – penso que mais para outubro -, quando já estiver concluída a temporada e estivermos já a lançar as bases para a próxima época alta, aí sim teremos indicações já muito concretas das alterações que serão feitas e que terão necessariamente que ser alterações reais.

O que se pode esperar dessas alterações?

Há uma discussão muito grande sobre as marcas, se é oportuno manter todas as marcas ou não. É evidente que não se sabe ainda bem qual vai ser a política, se vai ser a mesma em Espanha e em Portugal. Não se sabe ainda. Dou o exemplo da realidade do mercado português: o peso da marca jolidey em Portugal, proporcionalmente ao resto do mercado, é muito maior que em Espanha. Faz todo o sentido que, em Portugal, a Jolidey seja uma marca a manter, e vai manter-se obviamente. Por outro lado, também é muito importante manter a Travelplan, porque é uma marca muito antiga, com uma tradição muito grande. Neste momento, está tudo em discussão. Presumo que quem tenha de decidir já tenha ideias mais claras, mas ainda não transpareceu. O que transpareceu, sim, é que contamos com todas as pessoas, com todas as equipas. É essa mensagem que me tem sido transmitida. Estamos a tratar de nos juntarmos todos no mesmo escritório. Esse processo está em curso. Ainda estamos no processo de definição sobre o que queremos fazer em termos de frequência de escritórios. Se passarmos definitivamente ao trabalho presencial e isso vai obrigar a aumentar as nossas instalações.

O impacto que a fusão teve até hoje foi que passámos a contar com uma equipa maior e mais rica. Passámos a contar com a equipa da Travelplan e da Marsol.

Isso ainda não está definido?

Ainda não está totalmente definido. A nossa country manager está a delinear o projeto juntamente com o nosso CEO, no sentido de optar por aquilo que pareça mais lógico. Mas o que temos falado, e eventualmente pode ser uma questão em cima da mesa, é optarmos pelo trabalho presencial, mas não total. Haver uma rotatividade. Houve uma altura em que se falava que o trabalho presencial era uma coisa que iria morrer, já vimos que também não é verdade. Parece mais razoável avançarmos para uma situação híbrida de trabalho presencial e de teletrabalho, que vai sendo alternado. Portanto, aqui teremos uma série de postos de trabalho que serão partilhados.

Temos vindo a equacionar, Já Há muito tempo, as Maurícias. Já várias vezes pensámos na possibilidade de fazer uma frequência à partida de Lisboa.

Estão a trabalhar a programação para o Fim de Ano e 2022?

Sim, aliás até já temos grande parte dessa programação carregada em sistema.

Há novos destinos?

De momento ainda não, mas é possível que haja. Estamos a fechar, ainda não temos ideias 100% claras a esse respeito. Para o Fim de Ano, a nossa intenção é fazer o que já estávamos a fazer no passado que é ter duas rotações no Natal e Fim de Ano para as Caraíbas. Gostaríamos de poder fazer Punta Cana e Cancun, duas rotações para cada lado. Se eventualmente não for possível, ou ‘triangularemos’ – também não é novo, porque já o fizemos -, ou optaremos por um dos destinos. Depende muito da evolução, mas já está agendado, já temos o avião reservado. No próximo ano, diria que a grande novidade é retomar todos os destinos que tínhamos, com a mesma regularidade do passado, ou seja, voltar à Jamaica, a Cuba e ter mais frequências para Punta Cana e Cancun, como tínhamos nos anos anteriores. Estamos a equacionar já há muito tempo a possibilidade de operar à partida de Portugal alguns destinos que já operamos à partida de Espanha.

Quais destinos?

Temos a Costa Rica, mas esse não iremos operar à partida de Portugal. É uma operação com uma aposta forte à partida de Espanha e queremos ter aqui uma programação que nos permita apoiar a operação à partida de Madrid.

Há portugueses a quererem a viajar para a Costa Rica?

Muito poucos, não fizemos nada ainda no sentido de divulgar mas iremos fazer. Queremos que seja um destino marcante em Portugal, ainda para mais tendo nós o A350 a voar de Madrid. É fazer a ligação Lisboa-Madrid, Porto-Madrid, e por as pessoas a voar de Madrid. Queremos apostar muito nesse destino. Depois, temos vindo a equacionar, já há muito tempo, as Maurícias. Este ano não pudemos voar de Madrid e já várias vezes pensámos na possibilidade de fazer uma frequência à partida de Lisboa. Portanto, reduzir uma das Caraíbas. Mas, atenção, estamos a falar apenas no campo das hipóteses.

E as Maldivas?

Está a ser equacionado, mas não à partida de Lisboa. Já fizemos algumas tentativas a partir de Espanha. Estamos a equacionar, é possível. Porquê essas possibilidades? Por causa da fusão. Temos que pensar agora como grupo e conseguir juntar e harmonizar os interesses da Jolidey, da Travelplan da Quelonea em Espanha e ver de que forma é que conseguimos criar destinos competitivos e atrativos para os clientes naturais destas marcas. Isto é um processo que está agora em curso. A equipa de tour operação é maioritariamente a equipa que veio da Travelplan. Devo dizer que estou a trabalhar com eles regularmente praticamente já há dois meses e que é uma experiência gratificante. São excelentes profissionais, pessoas muito práticas, com uma vontade muito grande de encontrar soluções. Estou convencido que vamos ter aqui um verão de 2022 em força, com algumas novidades. Agora estamos a fechar tudo isso, está tudo aqui em ebulição, está tudo a ferver mas em breve teremos mais conclusões.

Como é que mercado da operação turística e da distribuição em Portugal vai sair desta pandemia? Seria expectável existir uma concentração do mercado através de fusões?

Parecer-me-ia sensato que acontecesse, porque julgo que é a forma dos players do mercado conseguirem ganhar pujança para se projetarem segurança e tranquilidade no futuro. Olho para o mercado e não vejo grandes possibilidades que isso aconteça. Em termos de operação, até haveria, mas em termos de redes de distribuição é um pouco mais complexo. Honestamente penso que não vai haver grandes alterações. As alterações que tinham de haver na área da tour operação, já aconteceram com a entrada deste novo player.

Mas vai ser difícil alguns operadores continuarem abertos?

Penso que sim. Daí o facto de ter dito que achava que era inteligente, a ser possível, conseguir eliminar uma série de barreiras para se conseguir uma fusão. Imaginar um grupo como a Globalia, com um ADN e cultura muito próprios, fundir-se com um grupo Avoris/Barceló, também com o seu ADN muito próprio, implica eliminar muitas barreiras, abdicar de muitas questões, que por vezes até são consideradas estruturais e princípios basilares da estrutura das empresas. Isto obriga a que se abdique de muitas destas coisas, para que se consiga fazer uma fusão. Se dois grupos desta dimensão conseguem fazer, penso que os grupos que existem também teriam condições para o fazer. Atendendo à dimensão do mercado, todos ganharíamos muito, se assim fosse.

Os agentes de viagens têm a oportunidade no pós pandemia de reforçar o seu papel junto do cliente final. Qual será o papel do operador turístico?

Penso que já deveríamos todos ter aprendido isto há muito. É fundamental que haja uma relação que vá além daquilo que vulgarmente se usa para cativar, que é o preço. Isto é importante, mas temos que ir muito para além disto e a aposta tem que ser feita no relacionamento. E como é que se consegue um relacionamento com o agente de viagens? Com confiança, dizendo: tem aqui um produto mas este é um produto de confiança e se houver algum problema, nós estamos cá e as relações constroem se assim. Portanto, dando serviço. Isto é serviço. Conseguir conquistar a confiança do agente de viagens, porque sempre que ele precisa, estamos cá. O que é mais importante é que a agência de viagens saiba que a Ávoris, a equipa da Jolidey, da Catai, da Nortravel é gente que está lá, que dá a cara e quando é preciso respondem. É isto que nós queremos e é isto que nós garantimos. No que nos diz respeito, estamos aqui para dar a cara e estamos para ajudar e apostar cada vez mais na qualidade.

Leia mais em: “Queremos que a nossa grande diferenciação seja pela relação com o agente de viagens”

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