Vários especialistas alertam para os desafios que o setor das viagens poderá enfrentar com o novo Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem – ETIAS, previsto para 2024.
O ETIAS é uma autorização de viagem que viajantes de mais de 60 países do mundo, incluindo americanos, britânicos, albaneses, australianos, canadenses e muito mais, terão que obter antes de viajarem para os países que pertencem à UE. Atualmente, os viajantes em questão podem viajar para a UE sem visto, já que os seus países têm um acordo de isenção de vistos em vigor com a UE.
Embora os requisitos “sejam relativamente simples e se preveja que as aprovações sejam rápidas, quem não tiver a necessária aprovação do ETIAS poderá não conseguir embarcar nos seus voos ou ser rejeitado nas fronteiras da UE”, afirma a Belvera Partners, um fornecedor de tecnologia para o turismo, em comunicado.
“Dado que se trata de um novo requisito, os intermediários têm de estar em alerta para os seus clientes”, adverte o COO – Simon Goddard do fornecedor de tecnologia de pesquisa e reserva de viagens Vibe.
Christian Sabbagh, da Travelsoft (proprietária das plataformas de tecnologia de viagens Travel Compositor, Traffics e Orchestra), acrescenta que “uma tecnologia de reserva atualizada pode ajudar a tornar todo o processo de obtenção de vistos mais simples. De igual modo, a formação do pessoal e instruções claras seriam úteis para garantir processos e respostas coerentes”.
“Embora, obviamente, as empresas devam fazer tudo o que for possível para evitar que isso aconteça, certifique-se de que a sua plataforma de pagamentos pode lidar perfeitamente com qualquer volatilidade sem lhe custar muito dinheiro e tempo valioso com cada reembolso”, adverte Spencer Hanlon da plataforma global de pagamentos em tempo real Nium.
“No entanto, é provável que esses viajantes optem por apólices básicas ou mínimas simplesmente para obter o visto, pelo que as seguradoras terão de se esforçar mais para vender apólices mais relevantes e com preços competitivos, em vez das apólices inflexíveis de tamanho único que os viajantes não compreendem ou não gostam”, acrescenta Katie Crowe, seguradora de viagens.
Adam Harris, da Cloudbeds, fornecedor de tecnologia para hotéis independentes, considera que “esta é uma verdadeira oportunidade para acrescentar valor aos hóspedes e criar uma forte lealdade. Recomendamos a utilização de ferramentas de envolvimento dos hóspedes que lhe permitam automatizar as comunicações antes da sua estadia”.
Além disso, existe ainda a possibilidade de criar uma receita auxiliar, salienta Alex Barros da plataforma de gestão de receitas hoteleiras BEONx, “quer cobrando por um serviço de obtenção de visto ou simplesmente utilizando a interação para converter as vendas de outros produtos, por exemplo, um transfer ou um upgrade de quarto”.