O que começou por ser uma ideia para ganhar uma cerveja sem glúten, transformou-se numa oportunidade de negócio que venceu o concurso Tomorrow Tourism Leaders Super Editon (TTL). Catarina Silva ouviu falar pela primeira vez desta competição na feira Planetiers, o maior evento do mundo dedicado à sustentabilidade da vida no planeta. Concorreu com uma proposta de transformar desperdícios das plantações das bananeiras em estruturas de glamping num local onde a banana faz parte da cultura e da sua história – a ilha da Madeira.
Catarina recordou o tempo em que viveu em Cabo Verde com Cátia Sousa e se aperceberam da quantidade de desperdício produzida pelas plantações das bananas – apenas 12% da bananeira é aproveitada e a planta morre depois da banana ser colhida. Estas questões estiveram presentes nas suas mentes desde então.
Aos 29 anos e a desenvolver um projeto na área da alimentação vegana, Catarina viu a sua ideia passar à 2ª fase da competição. Foi nessa altura que decidiu chamar reforços. Ligou a Cátia Sousa e a André Lopes que passaram a integrar o projeto Banana Glampling. Ele é engenheiro mecânico e ela tem formação em turismo e experiência em organização de eventos, com pós-graduação em ação humanitária. Os três são de Lisboa, mas em comum partilham o gosto pela ilha que, fazem questão de lembrar, “é constantemente considerada o melhor destino insular do Mundo”.
Terem vencido o concurso é “uma validação incrível das nossas ideias e trabalho e, isso, levou-nos a ter ainda mais confiança naquilo que está para vir”.
A ideia
O Banana Glamping consiste num complexo turístico composto inicialmente por 5 tendas, sendo 2 para o segmento de luxo e as outras 3 para um segmento mais familiar. Os valores por noite começam por 95€, com pequeno-almoço incluído. O que distingue o projeto, segundo os mentores, é “a conjugação da sustentabilidade ambiental com a sustentabilidade económica e social da região onde se irá implantar, com realce na valorização da banana e das práticas e técnicas a ela associadas”. A ideia é otimizar os derivados da planta da bananeira para materiais de construção do glamping e outros produtos que, entretanto, venham a ser desenvolvidos. Por outro lado, o Banana Glamping será “uma porta para um melhor conhecimento da história deste fruto tão típico da Madeira, bem como das plantações de bananeiras, práticas agrícolas, práticas sociais e toda uma experiência que será desvendada e partilhada com os hóspedes”, referem. Os clientes terão também oportunidade de aprender sobre este fruto, através de tours. Como resultado, promove-se “uma relação win-win entre os produtores de bananas e a unidade turística, cujos proveitos têm impactes a nível da sustentabilidade ambiental, económica e social da região”.
O que se segue?
Ainda em fase de competição, contactaram diversos parceiros para perceber de que forma a ideia poderá ser implementada. Ao terem vencido o concurso, vão agora ter direito ao prémio de mentoria com a Direção de Turismo da Região Autónoma da Madeira. “Estamos ansiosos por começar. Acreditamos que será uma boa ajuda”, referem. É graças ao TTL, que terão mentorias e acompanhamento nesta fase do projeto, que consiste na consolidação do plano de negócios e todo o planeamento estratégico que permite que a parte operacional ocorra sem problemas. “Estamos a focar-nos no estabelecimento de parcerias e de novos concursos para financiamento mais alargado do projeto”, afirmam. A desenvolver a fase final do plano de negócios, não avançam para já o valor de investimento necessário, uma vez que depende das parcerias e financiamento adquiridos nesta fase inicial. “O investimento está a ser estudado, estando a sofrer alterações até à conclusão desta fase de investigação”, concluem.
