A partir do início de agosto, a apresentação de um certificado digital de vacinação ou um teste negativo à covid-19 passa a ser obrigatório em França para entrar em cafés, restaurantes, centros comerciais, bem como hospitais, lares de idosos, estabelecimentos médico-sociais, mas também em aviões, comboios e autocarros para viagens longas.
O anúncio foi feito esta segunda-feira, dia 12 de julho, pelo presidente francês, Emmanuel Macron, em resposta ao agravamento da pandemia no país.
“O nosso país enfrenta um forte recomeço da epidemia que atinge todos os territórios, tanto metropolitanos como ultramarinos”, sublinhou o Chefe de Estado durante discurso aos franceses no . “O surgimento da variante Delta está a resultar num aumento de contaminações em todo o mundo”, disse.
A abordagem geral de França passa a ser de a colocar mais restrições aos não vacinados. Cerca de 40 por cento da população francesa foi totalmente vacinada contra o COVID-19 até agora, um número que fica aquém de alguns países mais próximos da França.
O país tem registado alguma hesitação na vacinação nas últimas semanas por parte da população, justificado por um sentimento de que o vírus já não é uma ameaça, eporque algumas pessoas estão a adiar a sua vacinação para depois das férias.
A partir desta semana, os controles de fronteira serão “ainda mais” reforçados para pessoas que regressem de países em risco, com isolamento forçada para viajantes não vacinados.
O certificado digital será estendido a locais de lazer e cultura que reúnam mais de 50 pessoas com mais de 12 anos, a partir de 21 de julho. Incluem-se neste perímetro os parques de diversão, espectáculos e festivais. Será necessário ter sido vacinado ou apresentar um teste negativo recente ou teste que comprove uma recuperação da Covid 19 e prová-lo por meio do aplicação TousAntiCovid ou de um documento em papel.
A partir de agosto, será estendido a cafés, restaurantes, centros comerciais, bem como em hospitais, lares de idosos, estabelecimentos médico-sociais, mas também em aviões, comboios e autocarros para viagens longas. “Apenas os vacinados e pessoas com resultado negativo terão acesso a esses locais, sejam eles clientes, usuários ou funcionários. “
O certificado de saúde, em vigor desde sexta-feira em locais que recebem mais de 1.000 pessoas e em discotecas com capacidade mais de 50 pessoas, poderá ser aplicado a mais atividades, já que Macron entende que é uma forma de “incentivar o maior número possível de pessoas a se vacinarem.”
Neste outono, os testes de PCR serão cobrados, a menos que prescritos por um médico. O objetivo, novamente, é estimular a vacinação e não a multiplicação de testes.
Vacinação obrigatória para profissionais de sáude
“Se não agirmos”, França pode registrar um aumento nas internações já em agosto, acredita Emmanuel Macron. “Para nos protegermos e para a nossa unidade, devemos avançar na vacinação de todos os franceses. “Para começar, a vacina passa a ser obrigatória para todos que entrarem em contato com pessoas frágeis, a partir de 15 de setembro”. Quem não o fizer estará a sanções. “Dependendo da evolução da situação, teremos, sem dúvida, que colocar a questão da vacinação obrigatória para todos os franceses.”
A França também pretende prestar ajuda na vacinação dos países em desenvolvimento, acrescentou o chefe de Estado, citando em particular a Tunísia.
Para travar esta variante do vírus, o Presidente anunciou o restabelecimento do estado de emergência nas regiões ultramarinas da Martinica e na ilha da Reunião, com a instauração de um novo recolher obrigatório.
Ao contrário do que era esperado, o Presidente francês não fez qualquer anúncio sobre restrições de viagem na União Europeia, nem especificamente para Portugal e Espanha, depois de na semana passada o secretário de Estado dos Assuntos Europeus francês, Clément Beaune, ter “desaconselhado” viagens para estes dois países.