Quinta-feira, Março 20, 2025
Quinta-feira, Março 20, 2025

SIGA-NOS:

Grupo Art and Soul expande portfólio de hotéis temáticos com abertura prevista no Porto para 2025

Em entrevista ao TNews, António Gonçalves, um dos administradores do Art and Soul, destaca os fatores que diferenciam os hotéis boutique temáticos do grupo, inspirados na cultura nacional, e partilha a sua visão estratégica para o futuro. O responsável anuncia ainda os planos de expansão para 2025, incluindo a abertura de uma nova unidade no Porto, prevista para o segundo semestre, bem como o projeto do Hotel da Bolsa, também na cidade Invicta, um investimento de 12 milhões de euros.

O Art and Soul surgiu da reestruturação do grupo hoteleiro Lux Hotels.  Como tem corrido a entrada do Art and Soul no mercado português?

A entrada do grupo Art and Soul no mercado hoteleiro foi encarada com muita tranquilidade porque os hotéis temáticos já tinham uma gestão separada e já tinham conquistado o seu espaço no mercado. Claro que uma reestruturação mexe tanto a nível interno, como externo. Foi preciso comunicar de forma adequada internamente, aos nossos colaboradores, para que não houvesse lugar a qualquer inquietação. E, claro, foi preciso mudar tudo para adequar à nova entidade e identidade. Comunicar a parceiros e clientes. Fazer a comunicação oficial ao mercado, realizada o ano passado.

A que se deveu esta reestruturação e como surgiu o grupo Art and Soul?

A reestruturação deveu-se à necessidade de se adequarem estratégias de forma diferenciada. Havia diferentes pontos de vista em matéria de gestão e estratégia comercial.

O grupo passou por um processo de recrutamento? Atualmente, contam com quantos colaboradores?

Três dos hotéis boutique temáticos – o Porto A.S. 1829 Hotel, o Lisboa Pessoa Hotel e o Évora Olive Hotel – mantiveram-se connosco, não havendo lugar a processos de recrutamento por esse motivo. Os colaboradores mantiveram-se. A equipa manteve-se estável, grosso modo. A rotatividade na hotelaria não é novidade, mas não houve saídas devido à formação do novo grupo. Estas unidades já estavam sob a gestão dos atuais administradores: António Gonçalves e Rui Torrão. Temos atualmente 194 colaboradores.

Quais são os principais valores que orientam a operação do grupo Art and Soul? Como é que se diferencia no mercado?

Os principais valores que orientam a nossa operação são a Cultura, promovendo-a através da tematização das nossas unidades, despertando quem nos visita para a arte e alma portuguesa; o sentido de Comunidade, procurando, sempre que possível, retribuir a quem nos está próximo, integrando a comunidade local a nível de parcerias, de contratação e através de eventos nos nossos espaços; e Sustentabilidade, não só ambiental, como económica e social.

Como nos diferenciamos? Comunicamos experiências, divulgando e incentivando o visitante a descobrir mais sobre nós, sobre a nossa cultura, gastronomia, arte. Focamo-nos muito na experiência do cliente, no acolhimento, tentando ir ao encontro das necessidades do cliente e até superar expetativas. Em Lisboa, temos um passeio literário semanal, artigos de blog que saem de forma bimestral e abertos para quem acede ao site de grupo, eventos gratuitos e abertos à comunidade, e damos formação aos nossos colaboradores sobre Fernando Pessoa.

No Porto, prestamos homenagem à Papelaria Araújo & Sobrinho, com quase 200 anos de vida, que se encontra ativa no nosso espaço e sob gestão da mesma família que a fundou. O seu espólio e história encontram-se disponível para serem apreciados piso a piso.

Em Évora, a nossa inspiração recai em algo muito nosso – o azeite. Temos um espaço expositivo com peças antigas e mais contemporâneas do processo de apanha da azeitona, produção do azeite e da sua degustação. Fotografias belíssimas a preto e branco de um fotógrafo amador de nome António Cezar d’Abrunhoza, que viveu entre 1881-1941, e que retratam o processo da apanha da azeitona até ao lagar.

“Como nos diferenciamos? Comunicamos experiências, divulgando e incentivando o visitante a descobrir mais sobre nós, sobre a nossa cultura, gastronomia, arte”

Qual é o perfil de cliente nos hotéis do grupo? Têm mais hóspedes nacionais ou internacionais?

Em Lisboa e Porto, são na maioria internacionais, com predominância de hóspedes oriundos dos EUA, do Reino Unido, do Canadá, da França e Alemanha. Em Évora, ainda se mantém a nacionalidade portuguesa como primeiro mercado, seguindo-se o espanhol pela proximidade, mas o americano e o brasileiro estão a crescer.

Atualmente, o vosso portfólio conta com quatro hotéis. De que forma é que estas unidades se diferenciam entre si?

O Porto A.S. 1829 Hotel, o Lisboa Pessoa Hotel e o Évora Olive Hotel são hotéis boutique temáticos situados em localizações premium, em centros históricos. Quem nos procura não precisa de usar o carro para visitar os principais pontos de interesse da cidade. 

Possuem uma temática diferenciada. O Lisboa Pessoa Hotel posiciona-se no turismo literário, homenageando um dos maiores autores portugueses de todos os tempos – Fernando Pessoa. O Porto A. S. 1829 Hotel, um hotel histórico com uma loja tradicional no seu interior e com uma história deliciosa. O Évora Olive Hotel, na belíssima cidade de Évora, inspira-se na oliveira e no azeite, no Alentejo. Convida ao vagar, à degustação, à contemplação.

O Hotel da Bolsa é um hotel 3 estrelas, numa excelente localização, que ainda vai sofrer uma remodelação significativa, a nível da sua estrutura física, da decoração e da história que tem para contar.

Lisboa Pessoa Hotel. Foto: Alexander Bogorodskiy
Lisboa Pessoa Hotel. Foto: Alexander Bogorodskiy
Lisboa Pessoa Hotel. Foto: Alexander Bogorodskiy
Porto A.S. 1829 Hotel
Porto A.S. 1829 Hotel
Porto A.S. 1829 Hotel. Foto: Fernando Bagnola
Évora Olive Hotel. Foto: Alexander Bogorodskiy
Évora Olive Hotel. Foto: Alexander Bogorodskiy
Évora Olive Hotel. Foto: Alexander Bogorodskiy

“Este ano, teremos duas novidades. Uma recém-chegada ao grupo que ainda não foi comunicada oficialmente e outra que se prevê abertura no segundo semestre, no Porto”

Art and Soul reforça oferta no Porto com abertura de nova unidade e remodelação do Hotel da Bolsa

Quais são os planos de expansão do grupo? Prevê-se a abertura de um novo hotel em 2025?

Este ano, teremos duas novidades: uma recém-chegada ao grupo que ainda não foi comunicada oficialmente e outra que se prevê abertura no segundo semestre, no Porto. 

No final do ano de 2023, o grupo Art and Soul adquiriu uma nova unidade, o Hotel da Bolsa, no Porto. Em que consiste este investimento e em que pé se encontra?

O Hotel da Bolsa foi adquirido e irá ser remodelado. Será alvo de uma remodelação significativa. O projeto foi submetido e está em fase de apreciação, esperando-se que ocorra dentro de 30 meses.

Qual foi o valor desta aquisição? E o valor projetado para a remodelação?

Entre aquisição e remodelação – 12 milhões.

Esta nova unidade seguirá a linha de hotéis boutique temáticos do Art and Soul? Se sim, qual será a temática do hotel e quantos quartos estão previstos?

É nosso objetivo que esta unidade siga a linha de hotéis boutique temáticos, sendo que a temática já está definida per si – Bolsa. Não podia ser outra, ainda mais que fica ao lado do belíssimo Palácio da Bolsa. Em termos de número de quartos esperamos aumentar para 50 quartos.

Para quando está prevista a inauguração oficial do Hotel da Bolsa?

Não somos muito de fazer inaugurações de abertura. Comunicámos a sua entrada no grupo Art and Soul através de comunicados de imprensa. Quando as unidades têm no seu interior salas/espaços que permitam realizar eventos, adoramos abri-los ao exterior dentro da linha do que fazemos para Lisboa com eventos literários, e, mais recentemente, para Évora, com a “Conferência Olivoturismo: o regresso às origens”, ou seja, puxando pela temática que lhes dá alma, e não na lógica mais habitual de inauguração.

“É nosso objetivo que [o Hotel da Bolsa] siga a linha de hotéis boutique temáticos, sendo que a temática já está definida per si – Bolsa. Em termos de número de quartos esperamos aumentar para 50 quartos”

Que destinos têm em mente para uma futura expansão?

No imediato, localizações onde já temos unidades, mas andamos a contemplar outras localizações no território nacional que possuem muito potencial para hotéis da marca Art and Soul, como Coimbra, Aveiro, Funchal e Algarve.

Quais são os critérios principais para a escolha de novas localizações e unidades? Pretendem seguir um padrão de investimento ou diversificar a oferta?

Destinos já consolidados e localização. Em termos de padrão de investimento tudo dependerá do edifício: se são edifícios históricos, novos ou que necessitem de reabilitação.

Tendo em conta que se tratam de hotéis temáticos, que temas gostariam de explorar numa futura unidade hoteleira?

Temos algumas em mente, mas ainda é cedo para dizer e não queremos estragar o efeito surpresa.

O Art and Soul tem um legado associado à valorização das raízes portuguesas. O grupo tem planos para internacionalizar esta missão com a abertura de hotéis fora de Portugal?

A expansão a curto prazo será ainda no mercado nacional, mas não escondemos vontade de avançarmos para outros territórios, não muito longínquos, quiçá no país vizinho.

“A expansão a curto prazo será ainda no mercado nacional, mas não escondemos vontade de avançarmos para outros territórios, não muito longínquos, quiçá no país vizinho”

Art and Soul com ocupação hoteleira acima dos 80% em 2024 e perspetivas de “manter” crescimento em 2025

Como correu 2024 em termos de crescimento e ocupação? Qual foi o hotel que registou o desempenho mais positivo e porquê?

Todos os hotéis tiveram boas ocupações, acima dos 80%. Lisboa destaca-se; Porto subiu e Évora tem surpreendido.

Que perspetivas têm para o ano de 2025? Existe algum objetivo específico que pretendem atingir?

Manter. A instabilidade político-social leva-nos a querer manter o que já alcançámos. Vamos crescer a nível de unidades que fazem parte do grupo Art and Soul e ambicionamos ser uma marca de referência na hotelaria. 

Enquanto uma nova marca, como é que o Art and Soul pretende continuar a evoluir num mercado altamente competitivo?

Como uma marca cresce e continua a evoluir? Acrescentando valor, acompanhando e, se possível, antecipando as necessidades do mercado. Sendo diferenciadores e inovadores, mesmo quando ainda não é tendência. Os nossos produtos são prova disso.  Não se falava em 2016 ou 2018 de juntar o turismo a temas como a literatura, o azeite, o comércio tradicional, entre outros.

DEIXE A SUA OPINIÃO

Por favor insira o seu comentário!
Por favor, insira o seu nome aqui

-PUB-spot_img
-PUB-spot_img