A Lufthansa anunciou na passada sexta-feira, dia 12 de novembro, que encerrou antecipadamente o reembolso da ajuda pública distribuída em 2020 pelo Estado alemão. Esta tinha como intuito evitar a falência, face às consequências da pandemia Covid-19.
A Lufthansa obteve em 2020 um empréstimo do governo alemão de cerca de 3,8 mil milhões de euros, sendo o pacote, originalmente, de até 9 mil milhões de euros. O resgate tinha como objetivo salvar a empresa da falência, quando o tráfego aéreo foi quase interrompido pela pandemia.
O grupo também beneficiou de subsídios ou empréstimos de outros países europeus onde tem subsidiárias, nomeadamente a Suíça (1,2 mil milhões de euros), a Bélgica (290 milhões de euros) e a Áustria (450 milhões de euros).
“Em nome de todos os funcionários da Lufthansa, gostaria de agradecer ao governo alemão e aos contribuintes alemães. Na mais grave crise financeira da história da nossa empresa, deram-nos uma perspectiva para o futuro. Isso permitiu-nos salvar mais do que 100.000 empregos. Estamos orgulhosos de termos conseguido cumprir a nossa promessa antes do esperado e retribuir a ajuda financeira alemã”, disse Carsten Spohr, CEO da Deutsche Lufthansa AG. “A nossa ambição é reforçar a nossa posição entre os principais grupos de companhias aéreas do mundo. Para isso, continuaremos de forma consistente a reestruturação e transformação da empresa”, concluiu.
Redução de custos
A estatal alemã, que ainda detém 14% do capital do grupo, após aumentar para 20% no ano passado, deve vender todas as suas ações até “outubro de 2023”, segundo comunicado da empresa. “Este reembolso antecipado (…) mostra que nossos instrumentos têm sido eficazes”, disse o ministro da Economia alemã, Peter Altmaier, em comunicado.
A Lufthansa já havia reembolsado em fevereiro um crédito concedido pelo banco estatal alemão KFW no valor de um bilhão de euros e um auxílio estatal direto de 1,5 bilhão de euros. Para financiar estas operações, a companhia procedeu a um aumento de capital de 2,2 mil milhões de euros em outubro, e no início de novembro captou 1,5 mil milhões de euros nos mercados.
O grupo também tem beneficiado “do aumento da procura por viagens aéreas”, com a reabertura das fronteiras internacionais nos últimos meses. A “rápida reestruturação” realizada pela Lufthansa também permitiu liberar liquidez, disse o ministro da Economia alemã.
A Lufthansa iniciou num plano em 2020 para cortar custos face à crise, envolvendo uma grande redução no número de trabalhadores. Desde então, a empresa cortou mais de 30.000 empregos em todo o mundo, de 140.000, com o objetivo de economizar 3,5 mil milhões de euros por ano a partir de 2024. A companhia indicou, no início de novembro, que quase 3.000 empregos ainda precisam ser cortados na Alemanha.