O secretário regional da Economia, Turismo e Cultura da Madeira, Eduardo Jesus, declarou esta sexta-feira, 23 de agosto, que o incêndio na ilha não está a afetar de maneira significativa a atividade turística, com exceção da animação turística e da utilização de percursos pedestres e trilhos, que estão condicionados.
À agência Lusa, Eduardo Jesus afirmou que seu gabinete tem monitorado a situação e mantido contato com a maioria dos alojamentos na Madeira. “Tivemos respostas de todos os contatos de que não há tendência de cancelamentos devido aos incêndios. O que aconteceu é uma frequência muito maior de consultas. As pessoas estão fazendo muito mais perguntas antes de vir, especialmente aquelas que reservam diretamente. […] algumas pessoas remarcaram para outras datas”, disse ele.
O incêndio, que começou em 14 de agosto na serra do concelho da Ribeira Brava, espalhou-se para os concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, para Santana.
Segundo Eduardo Jesus, os turistas têm feito perguntas sobre a capacidade da Madeira de recebê-los, a qualidade do ar, a proximidade das áreas afetadas em relação aos alojamentos, se os serviços estão funcionando e se o setor está respondendo adequadamente. “Respondemos com o que é realidade. O setor não reduziu sua capacidade em nada. Temos a mesma capacidade e força de antes. A acomodação não está a sofrer nenhum cancelamento devido aos incêndios, e toda a atividade económica das agências de viagens […] também não registou nenhuma tendência [de cancelamentos]”, afirmou.
O setor mais impactado é o da animação turística, incluindo o uso de trilhos e caminhos, alguns dos quais foram bloqueados ou tiveram o acesso condicionado. “Alguns têm acesso condicionado porque as redes viárias estão a ser avaliadas e limpas e preparadas para a circulação normal, e hoje temos a notícia da abertura de 10 percursos condicionados, totalizando 24 percursos pedestres disponíveis à população neste momento”, disse ele.
Eduardo Jesus também mencionou que, devido à situação, foi necessário encontrar alternativas para a animação turística. “É preciso encontrar alternativas. Felizmente, a Madeira tem. Se não for possível na serra central, é possível no Caniçal. Se não for possível na zona da Serra de Água, é possível mais abaixo no Paul, a oeste, junto ao mar. É esta a ginástica que estamos a fazer”, explicou.
Além disso, destacou o esforço para corrigir informações incorretas associadas aos ventos no aeroporto e aos incêndios. “Fomos atrás das notícias internacionais e esclarecemos essas notícias da comunicação social. Desde o primeiro dia dos incêndios, a associação promotora iniciou uma onda de informação digital para divulgar a oferta que não foi afetada e o que está a acontecer na Madeira. Tivemos que direcionar essa comunicação para ‘influencers’. Usamos a rede diplomática através de consulados e embaixadas para esclarecer os países de origem. O esforço tem sido mais para desmantelar notícias que não são verdadeiras do que para gerir o impacto local do incêndio”, afirmou.