A indústria dos cruzeiros na Europa, através da Associação Internacional das Companhias de Cruzeiros (CLIA), já se pronunciou sobre o pacote legislativo “Fit for 55” apresentado pela Comissão Europeia que visa tornar a União Europeia neutra em carbono até 2050 e reduzir as emissões em 55% até 2030.
O pacote lançado pela Comissão Europeia “Fit for 55” representa “um importante passo na aceleração dos esforços de descarbonização da UE”, começa por dizer a CLIA Europa, em comunicado, assegurando que a indústria dos cruzeiros “apoia os objetivos a longo prazo do Acordo Verde da UE e estamos empenhados em conseguir cruzeiros neutros em carbono na Europa até 2050”. Além disso, “ao impulsionar a inovação através da construção de navios na Europa, acreditamos que a indústria dos cruzeiros tem um papel decisivo a desempenhar como potenciador do crescimento verde europeu, tal como consagrado no Acordo Verde da UE e nos Planos de Recuperação da UE”, refere a CLIA Europa.
A CLIA defende a necessidade de “um quadro regulamentar equilibrado e proporcional para todos os sectores da economia pode facilitar a concretização do objetivo da UE de neutralidade carbónica até 2050”. Para a associação é também essencial abordar “as complexidades deste pacote tão substancial de regulamentos, adotando uma avaliação global do que ele representa, porque os diferentes elementos do pacote “Fit for 55” terão impacto uns nos outros”. A indústria dos cruzeiros “opera ativos móveis a nível mundial, com navios que navegam entre países e continentes, com itinerários flexíveis e navios que frequentemente transitam por águas europeias durante períodos limitados”, afirma a CLIA, e, por isso, “deve ser dada especial atenção à avaliação do impacto do pacote “Fit for 55” nas ilhas e regiões costeiras remotas europeias que dependem fortemente da navegação de passageiros”, defende.
“Uma abordagem faseada e um calendário de implementação realista serão essenciais para garantir que o setor marítimo europeu tenha a oportunidade de recuperar do impacto económico negativo da crise da COVID-19 neste sector”, considera a associação.
Segundo Ukko Metsola, Diretor Geral da CLIA Europa: “A indústria dos cruzeiros apoia os objetivos a longo prazo do Acordo Verde da UE, e estamos empenhados em conseguir cruzeiros neutros em carbono na Europa até 2050. A introdução do tarifário do carbono não resolverá por si só o desafio central que está subjacente, que é a falta de combustíveis marítimos alternativos. Será necessária mais orientação política e regulamentar para acelerar o desenvolvimento de combustíveis alternativos e torná-los disponíveis para abastecimento nos portos europeus.”