O aeroporto de Heathrow introduziu, na passada terça-feira, um limite máximo diário de 100 mil passageiros para o resto do verão, devido à elevada procura por viagens e à falta de recursos, e pediu às companhias aéreas para não venderem mais bilhetes até ao final do verão. Em resposta à mudança, a Emirates rejeitou o pedido do aeroporto e descreveu-o como “irrazoável e inaceitável”.
“As comunicações do aeroporto não só ditaram os voos específicos em que deveríamos expulsar os passageiros que pagaram as viagens, como também ameaçaram com ações judiciais por incumprimento”, disse um porta-voz da companhia aérea. “Isto é totalmente irrazoável e inaceitável, e nós rejeitamos estas exigências”.
A companhia aérea restabeleceu seis voos diários A380 a partir de Heathrow desde outubro de 2021, “pelo que os nossos requisitos operacionais não podem ser uma surpresa para o aeroporto”, continuou o porta-voz.
“Agora, com um desrespeito flagrante pelos consumidores, querem forçar a Emirates a negar lugares a dezenas de milhares de viajantes que pagaram, e reservaram meses antes, as suas tão esperadas férias organizadas ou viagens para ver os seus entes queridos”, sublinhou, afirmando que a deslocação de operações de passageiros para outros aeroportos do Reino Unido não era “realista”.
Em resposta, um porta-voz de Heathrow disse que uma questão-chave que contribuiu para os atrasos foi a das equipas de assistência em terra das companhias aéreas “que atualmente só dispõem de recursos até 70% da capacidade para servir a procura de passageiros que voltou a 80-85% dos níveis pré-pandémicos”.
O porta-voz acrescentou: “Há meses que pedimos às companhias aéreas que ajudassem a elaborar um plano para resolver os seus desafios em matéria de recursos, mas não foram apresentados planos claros e a cada dia que passava o problema piorava. Não tivemos outra escolha senão tomar a difícil decisão de impor um limite de capacidade concebido para dar aos passageiros uma viagem melhor e mais fiável e para manter todos a trabalhar em segurança no aeroporto”.
“Tentámos apoiar ao mais possível as companhias aéreas. O nosso limite máximo de 100.000 passageiros diários nas partidas é significativamente superior ao limite máximo de 64.000 passageiros em Schiphol. Seria dececionante se, em vez de trabalharmos em conjunto, qualquer companhia aérea quisesse colocar o lucro à frente de uma viagem de passageiros segura e fiável”, acrescentou.