Quinta-feira, Setembro 19, 2024
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JMJ: “Não esperamos ocupações gigantescas, mas é uma semente que deixamos para os próximos anos”

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O presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) diz não esperar “ocupações gigantescas” nas unidades de alojamento durante os dias da Jornada Mundial da Juventude, mas acredita no impacto que o evento pode gerar no futuro do turismo.

“Nessa semana, não espero gigantescas ocupações hoteleiras, mas sei bem aquilo que vamos deixar, a semente que vamos deixar para os próximos anos, e as pessoas que aqui vão estar, vão comunicar com outras e vão tornar esta região cada vez mais aprazível”. Bernardo Trindade discursava na tomada de posse dos novos órgãos sociais da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL), na passada quarta-feira, dia 12, e do qual foi mandatário.

O presidente da AHP enumerou os desafios que se colocam ao turismo da região no futuro, nomeadamente uma nova solução aeroportuária. “É fundamental trabalhar no domínio das infraestruturas. A nossa preocupação não é a discussão técnica, é chamar a atenção do momento e estamos a falar de uma intervenção que pode durar mais oito a dez anos. A pergunta que faço é se podemos esperar, se podemos esperar e continuar a dar esta qualidade de serviço que temos hoje no aeroporto de Lisboa ”, questionou. “Se hoje temos de facto uma profusão de mercados emissores que querem visitar Portugal, é importante que olhemos com responsabilidade e construamos nos próximos anos alternativas que nos permitam de alguma maneira que este momento não seja um mau momento”, defendeu”.

Por outro lado, Bernardo Trindade mencionou outro desafio: o debate em torno do turismo em excesso. “O turismo está a cumprir a sua função, a nossa presença nos principais indicadores vai ser uma realidade, quer na criação de riqueza, quer na criação de receita, pagamento de impostos, quer na nossa relação com o ambiente e ordenamento do território, mas sabemos também que, em função desta responsabilidade que estamos a assumir, há um debate que devemos protagonizar. Devemos ser protagonistas deste debate em torno do turismo a mais. É evidente que o turismo tem
externalidades negativas. O peso nas infraestruturas é maior, a higiene urbana exigida é maior, porque temos mais população, mas este debate é enviesado. Lisboa é um belíssimo exemplo a esse respeito. Tivemos oportunidade de fazer um estudo no Conselho de Marketing da ERT e o resultado foi absolutamente arrasador no sentido de valorizar a atividade turística. É o grande desafio que a nova direção tem pela frente”.

Antes do discurso de Bernardo Trindade, Vitor Costa, agora como presidente da Assembleia Geral da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, já tinha chamado a atenção para estes dois temas, classificando-os como os “grandes problemas” do destino.

“O debate sobre o chamado excesso de turismo mistura uma visão elitista com posições, por vezes, xenófobas e com uma mórbida tendência para desvalorizar aquilo que funciona. Esse debate existe, é um debate difícil, e que contamina setores importantes da sociedade e decisões políticas, como é o caso do Alojamento Local”, defendeu.

Quanto ao aeroporto de Lisboa, Vitor Costa considera que “é um direito elementar de uma capital europeia, que ainda por cima tem uma localização periférica relativamente ao resto da Europa”. “Esperamos que o processo atualmente em curso para mais uma decisão sobre o aeroporto seja mesmo seguido de uma decisão, que é isso que precisamos, mesmo que essa decisão seja um pouco estranha: destruir um aeroporto que existe para fazer um parque verde e construir outro a dezenas de quilómetros. E também que haja a noção que uma decisão pode demorar mais de uma década, e que é preciso encontrar uma solução intermédia que viabilize toda a atividade aeroportuária, não só do turismo”.

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