O diretor geral da easyJet em Portugal, José Lopes, considera que as declarações do primeiro-ministro sobre a atuação das companhias aéreas na verificação de testes e certificados de vacinação foram “injustas e não estão corretas”.
“Infelizmente fui a única pessoa em Portugal da indústria que falou deste tema publicamente, estranho que outros players da aviação tenham ficado em silêncio”, disse José Lopes, esta quarta-feira, dia 15 de dezembro, numa conferência de imprensa na Madeira.
O responsável da easyJet defende que a companhia “tem vindo a fazer desde o início desta pandemia um trabalho de proteção substituindo o Estado. Verificamos os dados de saúde, sem possibilidade de reter esses documentos, e uma das coisas que temos alertado é para a existência de certificados falsos”.
José Lopes sublinhou que “as multas já existiam antes de 1 de dezembro e já eram elevadas, mas foram multiplicadas por 10”. “No Inverno, que uma época baixa para a indústria da aviação, isto tem um impacto brutal. Por isso é que, algumas companhias já escreveram ao governo a dizer que estão a pensar cancelar toda a sua operação de inverno em Faro, no é o caso da easyjet”, afirmou o responsável. “Em vez de atacar as companhias aéreas devia estar a trabalhar em conjunto com elas. O conselho que daria ao Governo nacional era seguir o exemplo do Governo Regional da Madeira, que assumiu a responsabilidade de, no caso dos passageiros não terem feito o teste, poderem fazê-lo à chegada”.
No que diz respeito à variante Ómicron e ao impacto que tem tido no cancelamento de reservas, José Lopes afirmou que o impacto não se deveu à variante, “mas às restrições impostas pelos governos”. No caso de Portugal, “até antes da variante surgir, já tínhamos regras de testar pessoas vacinadas”, afirmou.
O diretor geral da companhia voltou a apelar para que “as restrições sejam harmonizadas a nível europeu e se cumpram as diretivas e recomendações da Comissão Europeia, de forma a que as restrições não sejam um entrave à procura e à recuperação do turismo”.