A Magnet fechou o ano de 2024 com um crescimento de 6% em termos de volume e 14% a nível de transações, avançou Nuno Vargas, diretor geral do consolidador aéreo, durante a BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market. Este ano, a Magnet vai lançar no final de março uma plataforma de gestão de grupos que permitirá “facilitar muito a vida aos clientes”.
À margem da BTL, Nuno Vargas disse à imprensa que “2024 foi um ano de crescimento para a Magnet”, com aumentos de “6% em termos de volume e 14% em termos de transações”. No ano passado, o volume de NDC representou “cerca de 8% do BSP”.
“Se olharmos para as companhias aéreas em concreto, estamos a falar de mais de 50% em alguns casos. São companhias que têm efetivamente um peso muito grande, como a Air France e a Lufthansa, que já estão há muito tempo no mercado de NDC”, explicou o responsável.
O diretor geral da Magnet atribui estes resultados sobretudo à “quebra de tarifa média”. Nuno Vargas destacou “os destinos com ligações aéreas através da Turkish Airlines, da Qatar Airways e da Etihad Airways, que terão provocado uma quebra na tarifa média, o que faz com que cresçamos em termos de volume, mas não tanto como em termos de transações, o que é um dado bastante positivo”.
Já o ano de 2025 “está a começar bastante forte”, de acordo com Nuno Vargas, sublinhando que “isto cada vez mais é uma tendência nova”. O responsável referiu que, “antigamente, janeiro e fevereiro eram meses fracos e, hoje em dia, já não é assim. Se for preciso, os melhores meses são os primeiros meses do ano”.
“Pela perspectiva que tenho, será mais um ano de crescimento da Magnet relativamente ao ano anterior”, antecipou Nuno Vargas.
Magnet vai lançar uma plataforma de gestão de grupos até ao final de março
Segundo o diretor geral da Magnet, “a grande novidade para este ano é uma plataforma de gestão de grupos que vamos disponibilizar aos clientes”, que estará “implementada e disponível para os clientes até ao final deste mês”.
“Estamos, neste momento, em fase de testes e estamos muito confiantes que vai deixar uma boa marca no mercado e uma boa diferenciação relativamente à nossa concorrência”, acrescentou.
Nuno Vargas explicou que “vai estar tudo centralizado numa plataforma onde [os agentes] podem consultar o status do grupo e receber notificações sobre as intervenções que têm de fazer”, como a introdução de nomes de passageiros ou realização de alterações relativamente ao grupo.
“É uma plataforma que vai facilitar muito a vida aos nossos clientes e que vai permitir organizar de forma muito eficiente o trabalho nessa matéria”, garantiu o responsável, acrescentando que esta ferramenta “não querer investimentos” por parte das agências, tratando-se de “um investimento total da Magnet”.
“A Magnet procura sempre soluções que sejam equilibradas do ponto de vista financeiro com impacto mínimo nos nossos clientes. Portanto, é um valor acrescentado que vamos dar aos clientes sem que tenham de desembolsar”, disse.
Nuno Vargas nota “muita concorrência, sobretudo dos grupos de gestão”
Em 2024, o número de agências que procuram os serviços da Magnet “manteve-se mais ou menos”, referiu Nuno Vargas, que aponta que “não foi pelo aumento de agências que tivemos mais volume”, tendo em conta que “o mercado não cresceu muito em termos de agências”.
No entanto, “temos tido muita concorrência, sobretudo dos grupos de gestão”, revelou. “Sentimos que há uma vontade maior por parte dos grupos de gestão de trazer as emissões para dentro do grupo. Como somos independentes de todos os grupos de gestão, eventualmente poderemos vir a sofrer com isso”.
Não obstante, Nuno Vargas não coloca em cima da mesa a possibilidade de trabalhar como uma ferramenta de um grupo de gestão. “Não justifica porque não trabalhamos com hotéis; é só aviação. A nossa ferramenta já é bastante forte e reúne o conteúdo melhor do mercado, ou seja, agrega Galileo, Amadeus e NDCs. Não há nada mais que possamos acrescentar relativamente a conteúdo além das [companhias] low-cost, mas estas têm características muito próprias em que nunca apostámos porque é uma venda direta e não intermediada”, explicou.
A Magnet continua também a realizar um inquérito anual, encontrando-se com “níveis de serviço bastante elevados, em torno dos 93% de 0 a 100% da avaliação dos clientes”, apontou.
Nuno Vargas defendeu ainda que “há companhias que claramente não estão preparadas para trabalhar com NDC, o que acarreta uma série de problemas que surgem na sequência disso, porque não se consegue resolver os problemas atempadamente”.
“As companhias aéreas que estão há mais tempo no mercado com NDC oferecem um serviço pós-venda muito mais robusto do que outras que estão a começar a entrar no mercado. Prevejo, por exemplo, relativamente à TAP, que o início será certamente algo atribulado; é normal”, acrescentou.
Neste momento, o NDC da companhia aérea de bandeira nacional já está implementado, mas não disponível para venda “por uma questão de não se justificar porque a TAP continua a disponibilizar o mesmo conteúdo em GDS”.
“Estamos preparadíssimos para o dia em que o conteúdo da TAP deixar de estar disponível no GDS e começaremos a ter o NDC disponível para os nossos clientes”, assegurou Nuno Vargas.