Nos primeiros três meses de 2024, mais de cinco milhões e 700 mil passageiros apanharam um voo a partir de um aeroporto em Portugal e cerca de 44 mil voos descolaram de Portugal. Segundo dados da AirHelp, 72% das viagens foram efetuadas à hora prevista, no entanto, mais de um milhão e meio de passageiros viu o seu voo sofrer alguma perturbação.
A organização esclarece que, embora a maioria das perturbações tenham sido atrasos menores que não acarretam compensação financeira, mais de 67 mil passageiros ficaram aptos a receber uma indemnização, seja devido a um atraso do seu voo superior a três horas, ao cancelamento do seu voo ou à perda de uma ligação causada pelo atraso do primeiro voo.
Comparando com o ano anterior, no mesmo período, registou-se uma ligeira diminuição do número de passageiros aéreos e de voos: mais cinco milhões e 900 mil passageiros e mais de 45 mil voos, em 2023. Em 2024, o número de perturbações apresentou melhorias com os voos atrasados ou cancelados a diminuírem.
Março foi o mês que se destacou, com mais de 15 mil voos e quase dois milhões de passageiros registados. “É, por isso, natural que se tenham registado mais perturbações com 35% dos voos a sofrer perturbações, bem como 35% dos passageiros a lidar com algum problema no seu voo”, explica a AirHelp.
“Com estes dados, podemos concluir que Portugal continua o seu caminho de recuperação para os níveis pré-Covid, facto que nos agrada uma vez que contamos com um verão agitado e, por isso mesmo, com um aumento natural de voos e passageiros durante este período”, refere Pedro Miguel Madaleno, advogado especialista em direitos dos passageiros aéreos e representante da AirHelp em Portugal.
Aeroportos portugueses e companhias aéreas
Quanto às companhias aéreas, a TAP foi a que mais transportou passageiros a partir de Portugal, com mais de dois milhões em 16 mil voos. No entanto, 33% desses passageiros enfrentaram perturbações (cancelamento, atraso ou overbooking).
“Quando falamos de aeroportos portugueses, o panorama mantém o registo habitual, com o Porto a destacar-se pelo seu bom desempenho e Lisboa a encontrar-se no polo oposto”, destaca a AirHelp.
No que diz respeito aos aeroportos portugueses, a AirHelp destaca o desempenho positivo do Aeroporto do Porto, onde apenas 18% dos passageiros enfrentaram perturbações. Por outro lado, o Aeroporto de Lisboa registou um número mais elevado, com 34% dos passageiros afetados.
A par com o Aeroporto do Porto, encontram-se os Aeroportos de Faro, Porto Santo e Graciosa. O aeroporto de Porto Santo apresenta 19% de passageiros afetados; o aeroporto de Faro registou 18% (tal como o Porto); o aeroporto da Graciosa registou 25% dos passageiros aéreos com alguma perturbação no voos.
Já os Aeroportos dos Açores – Horta, Ponta Delgada e Pico – e o Aeroporto de Santa Cruz (na Ilha da Madeira) são, juntamente com o Aeroporto de Lisboa, os que registam pior performance: 40% dos passageiros sofreu alguma perturbação em Santa Cruz; 33% sofreu alguma perturbação no Aeroporto da Horta (o mesmo número em Lisboa); 29% no Aeroporto de Ponta Delgada; e, por fim, 26% no Aeroporto do Pico.
Segundo o advogado especialista, “os aeroportos portugueses melhoraram o seu desempenho durante o primeiro trimestre de 2024, com menos interrupções de voos, o que é uma boa notícia para os passageiros aéreos. Esperamos que este melhoramento seja constante.”