Quarta-feira, Abril 30, 2025
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“Melhor preço, melhor conectividade e melhor experiência”. O que esperar da nova TAAG?

Melhor preço, melhor conectividade, melhores destinos, uma melhoria do serviço e entretenimento a bordo. É nestes objetivos que a “nova” TAAG esta á a trabalhar, afirma Lisa Mota-Pinto McNally, Chief Commercial Officer (CCO), em entrevista ao TNews, na semana em que a companhia inicia um grande roadshow em Portugal para posicionar a marca junto do consumidor final e lembrar que a TAAG é muito mais que Angola.

A TAAG melhorou os seus resultados líquidos em 2022. A que se deve estes resultados?

Lisa Mota Pinto – Estamos muito felizes com esses resultados, que foram alcançados no seguimento de esforços enormes durante os últimos anos. Começámos há cerca de dois anos com uma nova equipa. O primeiro ano foi de reestruturação, o que implicou fazer crescer a receita da empresa, com estratégias de pricing revenue management, políticas comerciais adaptadas à nova realidade, desenhar uma nova rede e otimização da frota e recursos para uma realidade pós-covid, cuja operação estava a 50% ou menos do que antes da pandemia. Depois tivemos a renegociação de dívidas antigas, negociação com sindicatos, alinhamento de estratégias operacionais, controles, motivação de staff – tínhamos uma mão de obra cansada e deteriorada, não só pelo covid, mas pela falta de recursos durante anos. Tínhamos uma falta enorme de investimento em digitalização, IT e sistemas. Tudo isso, alinhado a uma falta de direção, criou a deterioração da operação, tanto financeira, como operacional de uma companhia aérea do Estado, que vem com um certo tipo de cultura e dinâmica. Para nós, o início dessa transformação foi realinhar todos esses objetivos, com um novo plano de rotas, de frota, de redesenho e redefinição de novas alianças para aumentarmos o posicionamento da companhia e por aí adiante.

Quais são as perspectivas para este ano?

As nossas projeções de procura são mais agressivas para este ano. Até à data, estamos com resultados ótimos e muito em linha com o budget que fizemos no ano passado. Temos a ótima notícia da assinatura de 15 aeronaves Airbus A220 anunciada no Paris Air Show. Temos planos de aumentar a frota de 21 para 50 aeronaves até 2027 e um novo aeroporto que vem aí. Temos novos desafios operacionais e de mudanças de frota, mas claro que, nada disso acontece, se não tivermos uma boa estratégia de pricing, posicionamento no mercado, em relação à nossa concorrência mas alinhada também à procura. Neste momento temos boas perspectivas.

“O mundo mudou, a TAAG mudou e estamos a desafiar o consumidor para vir connosco nessa mudança”

Quais são os objetivos comerciais da TAAG para este ano em Portugal?

Fizemos uma reestruturação da nossa equipa e do nosso foco em Portugal, fazendo um outsourcing de muitas das nossas funções para criar eficiências financeiras e de controlo. Estamos a fazer agora um roadshow de posicionamento da marca que começa esta semana, que vai desde Braga até ao Algarve e vamos aparecer em vários eventos durante o verão inteiro e até ao natal para reposicionamento da marca junto do consumidor final, criando ‘awareness’. Ainda não tínhamos feito este trabalho de reposicionamento da marca no mercado português. Queremos contar às pessoas a história da mudança da TAAG, criar ‘awareness’ para os nossos mercados, como Cidade do Cabo, Joanesburgo, Moçambique, Namíbia e Brasil, neste caso através da aliança com a GOL. Ou seja, pretendemos promover as rotas que estão para além de Angola. Angola, e Luanda em particular, é um hub muito grande, mas nós queremos falar ao público português de destinos como a Cidade do Cabo, convidá-los a ir ver golfinhos, os tubarões brancos, a fazer Garden Route, o Cabo da Boa Esperança, queremos falar das férias nas praias de mar azul de Moçambique, queremos falar de destinos alternativos com preços competitivos para o Brasil e tantos outros destinos na América Latina. É esse tipo de comunicação que queremos fazer e que não fizemos durante anos, porque vendíamos o ponto-a-ponto. Esta nova mudança implica preços mais atrativos, promoções, como qualquer linha aérea, ser mais dinâmica e em linha com o mercado. No fundo, se houver flexibilidade de datas e de destinos, consegue-se fazer viagens fantásticas e desmistificar o mito de que viajar para  África é caro, que é tudo muito complicado e que só se faz uma vez na vida um safari. O mundo mudou, a TAAG mudou e estamos a desafiar o consumidor para vir connosco nessa mudança. Nesta nova TAAG, o nosso plano é muito focado na experiência do consumidor.

Nessa vossa estratégia de comunicação, como é que surge o novo website?

O novo site é parte da transformação. Tínhamos um site básico, que durante anos não tinha tido investimento. Precisávamos de alinhar-nos com o mundo em que vivemos. Não pondo de lado todo o trabalho com as agências de viagens – continuamos a trabalhar com as agências e continua a ser uma parte crítica do nosso negócio, e de qualquer linha aérea –  é muito importante chegarmos a outro tipo de consumidor, o consumidor final, que compra através das OTA’s e diretamente no nosso website. Portanto, sentimos necessidade de reforçar o digital, e mais novidades virão através do site. Temos agora uma nova campanha que é o “plus grade“, em que se pode fazer um leilão de upgrades de classe económica para business e de business para primeira classe, até 24h antes da hora do voo.

Assinaram um codeshare com a Iberia no ano passado, e com a GOL este ano. O que vai trazer à companhia estes acordos?

Estes dois acordos são fulcrais para nós. Com a Iberia, porque abre uma porta estratégica brutal para a Europa, para mais de 150 destinos e para mais de 40 países, incluindo a América do Norte. Com a GOL, traz-nos a rede toda da América Latina e da América do Norte. Ter um codeshare é uma forma de estar no mercado e de alinhar as estratégias comerciais. Sentimos que estes dois eram os parceiros-chave, mas não desvalorizamos outros e estamos a ver outras opções, algumas dentro de África, outras fora, sempre de forma a complementar a nossa estratégia de crescimento.

“Através da TAAG abre-se um leque brutal a destinos na América Latina, que julgo que o consumidor vai beneficiar”

De que forma este acordo com a GOL pode ser benéfico para o mercado português?

Em qualquer mercado, é sempre bom ter opção. É claro que a partir de Portugal há muitos voos diretos para a América Latina, mas hoje em dia, principalmente as novas gerações, são muito mais sensíveis ao preço. Para esses e para as famílias e pessoas que têm os próprios negócios, em que o preço é bastante significante, oferecemos preços muito mais competitivos, através das nossas promoções e rotas com uma paragem. Ter concorrência é super importante para o mercado, porque lhes dá alternativas de escolha ao passageiro dependendo da urgência, da relevância da sua jornada. Através da TAAG abre-se um leque brutal a destinos na América Latina, que julgo que o consumidor vai beneficiar.

Novas rotas e novidades para o mercado português

O ministro angolano dos Transportes disse que Portugal continua a ser um destino importante para a TAAG e admitiu um regresso ao Porto ainda este ano. Pode assegurar que isso vai acontecer?

Temos viagens para o Porto, nomeadamente no Natal, e vamos continuar a ter em alturas de pico. Se vamos abrir noutras alturas do ano ou não, o tempo dirá. Sentimos que é uma rota mais sazonal, muito ligada ao tráfego de VFR (Visiting friends and relatives) e expatriados. Por essa razão, mantemos a rota nos níveis que está. Entretanto, podem fazer a conectividade através do nosso code-share através de Madrid, que também é uma rota muito simpática para chegar ao Porto.

“Estamos sempre à procura de outros mercados. Prova disso é que acabámos de anunciar um contrato para 15 aeronaves”.

E quanto a novos mercados?

Estamos sempre à procura de outros mercados. Prova disso é que acabámos de anunciar um contrato para 15 aeronaves. Isso mostra o planeamento e a procura por novos destinos. Julgo que com o novo aeroporto Dr. António Agostinho Neto, que vai abrir no final deste ano, e com muito desenvolvimento esperado para o próximo ano, é crucial o aumento das rotas, sendo uma parte significativa dentro da nossa estratégia comercial e de planeamento de redes. Há muitos destinos, a seu tempo diremos quais. Já confirmámos a sexta frequência para o Brasil, tem sido um sucesso, em menos de dois anos fomos de zero a seis frequências. Estamos a trabalhar em Durban (África Do Sul) e Acra (Gana), e mais virão.

A TAAG celebrou o primeiro aniversário das suas operações em Espanha. A empresa lançou a rota Madrid-Luanda em 27 de junho de 2022. Qual é o balanço?

Essa rota sempre foi estratégica para nós, por causa da parceria com a Iberia e do posicionamento e dimensão do aeroporto de Madrid dentro da Europa. Tem crescido, começámos com duas frequências, aumentámos para três, para facilitar tanto o mercado de lazer, como corporate e VFR. Tem sido uma rota que tem crescido, estamos muito felizes com esta parceira e esperamos continuar a crescer nos próximos meses.

Esta rota ainda pode ter mais frequências?

Sim, qualquer rota pode crescer à medida que a procura vai crescendo. Temos outros acordos e parcerias. Com o trabalho que as nossas equipas têm feito por toda a Europa, a procura vai crescer e, consequentemente, crescem as frequências.

O Boeing 777-300 irá regressar à rota Luanda-Lisboa?

Eventualmente irá regressar, não quero avançar com nenhuma data, mas vai regressar, e com um novo serviço. Estamos a fazer um projeto enorme que engloba a jornada do cliente, focada em como aumentamos e melhoramos os pontos de contacto com o mesmo, o serviço e conforto a bordo, a remodelação da nossa frota, por dentro e por fora, e tudo isso vai ser parte da estratégia. 

Esse processo quando estará concluído?

Neste momento estamos a fazer o desenvolvimento, é um trabalho em processo. Quando se tem uma frota vasta não se consegue fazer a melhoria num dia. É um processo que estamos neste momento a fazer, não só está em planeamento como já está em execução.

Para este ano, quais são os grandes objetivos da companhia?

A melhoria do produto e do serviço ao cliente a bordo. Esses são os maiores objetivos. Associado a isso, manter a situação financeira estável e a recapitalização da companhia. Uma ligada à outra, e as duas em paralelo.

Disse num passado recente que a TAAG quer promover “uma relação mais próxima com o trade português” e promover alguns “destinos interessantes” da operação da companhia, como a cidade do Cabo, Moçambique, Namíbia, que não estão a ser trabalhados. Para isso, a companhia, está de portas abertas a testar o mercado e a estudar oportunidades com a “tour operação em vários destinos”. Pode concretizar o que já foi feito?

Sim, participámos na Bolsa de Turismo de Lisboa, a BTL. Temos uma nova equipa com a Summerwind e mantemos uma ligação muito próxima com os agentes de viagens. Aliás estamos a planear um evento grande com operadores da África do Sul, para juntar os dois lados e fomentar essas viagens à Cidade do Cabo, Moçambique e Namíbia.

Julgo que há este mito de que viajar para África é caro, mas o mundo está a mudar e a forma como as pessoas viajam mudou. Hoje em dia não há necessidade de viajar só com pacotes. África nunca foi vista como esse tipo de férias, posso ir até à Cidade do Cabo, alugar um carro e fazer a Garden Route. Há muitas maneiras de fazer e é isso que queremos mostrar. Há muitas maneiras de ver África que são mais económicas. Os pacotes vão continuar, estamos a trabalhar com as agências para criar tarifas de pacote de férias que tornam o pacote muito mais acessível. Este evento que queremos fazer nos próximos meses com o trade da África do Sul e Moçambique é para criar esse ‘awareness’.

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