A rede de agências de viagens Mercado das Viagens realizou a quarta edição da sua Convenção Nacional no hotel Villa Batalha, em Batalha, no distrito de Leiria, entre os dias 4 e 5 de fevereiro. A convenção, subordinada ao tema “Oportunidades IN/OUT”, contou com cerca de 100 agentes de viagens e players do setor.
O primeiro dia da convenção, 3 de fevereiro, foi dedicado à formação interna do grupo. No segundo dia, tiveram em destaque alguns parceiros fornecedores do Mercado das Viagens, como a Tour10, Solférias, Amadeus, Turkish Airlines, MSC Cruzeiros e Ávoris.
“Foi uma excelente convenção, dentro daquilo que estava perspetivado”, afirmou Adriano Portugal, assinalando que foi um momento importante para apresentar, aos agentes de viagens, a nova estratégia do Mercado das Viagens para 2023 e ainda para “ativar o departamento aéreo, que estava em standby”.
A rede de agências realizou, durante o ano passado, um conjunto de formações técnicas com muitos dos seus parceiros. Em 2023, vão decorrer mais três ações de formação interna. “Existem formações mais técnicas, por isso decidimos começar por níveis: I, II e III, de forma a terem uma evolução sustentada. Esta formação foi dada o ano passado em duas épocas distintas. Este ano temos três épocas distintas também para essas mesmas formações, dando continuidade ao que foi feito no passado”, afirmou Adriano Portugal.
Em 2019, o Mercado das Viagens contava com 26 agências na sua rede. “Tivemos entrada e saída de agências durante a pandemia, a marca tudo fez para mantê-las mas não foi possível”, disse o diretor-geral. Este ano, o grupo conta com 16 agências – quatro balcões próprios e 12 franqueados.
Adriano Portugal indicou que foi “uma agradável surpresa perceber que os [balcões] franqueados que ficaram com a marca, tiveram resultados muito acima do que era espectado, o que é ótimo, é sinal de que estão pujantes”.
Resultados de 2022
Carlos Nunes, administrador do Mercado das Viagens, notou que, à semelhança de outras empresas do setor, “2019 foi o melhor ano de sempre”. No ano pré-pandemia, a empresa faturou cerca de 12 milhões e 700 mil euros, quando ainda detinha 26 agências. Em 2022, e com menos 10 agências no seu portfólio, faturou 12 milhões e 200 mil euros. “É um crescimento muito grande, quase todas as nossas agências duplicaram a faturação. O crescimento geral foi de 125% de 2021 para 2022”, acrescentou.
Nuno Pereira, que também é administrador do grupo, salientou que 90% da faturação da empresa diz respeito a destinos de lazer e 10% ao mercado corporativo. “São muito poucas as agências que trabalham o corporate ainda, o que é uma lacuna que nós estamos a tentar resolver”.
Em 2022, os três operadores mais vendidos pelo grupo foram a NewBlue, Solférias e Ávoris, respetivamente. Por sua vez, de acordo com os responsáveis, a Tour10, Veturis e World2Meet foram os três principais bed bank comercializados pelo Mercado das Viagens no ano passado.
“Em termos de operadores, é necessário fazer uma análise mais complementar. No mercado português, a maioria vende Caraíbas, razão pela qual estes operadores estão no top”, notou Adriano Portugal. Os destinos mais vendidos, no ano passado, pelo Mercado das Viagens foram as Caraíbas, Ilhas Espanholas e Senegal.
“A nossa preocupação este ano é o excesso de oferta de produto igual”, acrescentou o diretor-geral.
Perspetivas para 2023
As vendas do grupo em 2023 cresceram face ao mesmo período do ano passado. “Estamos com um crescimento, face a janeiro de 2022, bastante significativo”, disse Carlos Silva, revelando que as perspetivas para este ano “são boas, as pessoas estão a aderir novamente às reservas antecipadas”.
No entanto, o diretor-geral do grupo sublinhou que, atualmente, não é possível prever os acontecimentos futuros. “O mercado está tão volátil, tão instável, que tudo pode acontecer”. Porém, frisou que “mesmo que a crise seja instalada, haverá oportunidades dentro do próprio país”.
“O que se perspetiva para o futuro do Mercado das Viagens é tentar alargar as nossas próprias agências, ou seja novas localização nossas, mais próximas da nossa área de influência que é o Minho, mas nunca com um crescimento desmesurado. O nosso objetivo é chegar ao fim deste ano com mais quatro ou cinco agências, no máximo“, afirmou Carlos Silva, administrador do grupo.
Possível entrada na Airventure
Este ano, o Mercado das Viagens pode vir a integrar a Airventure, uma organização composta exclusivamente por agências de viagens IATA em Portugal, e que iniciou a sua atividade no mês passado, janeiro de 2023. “É uma organização composta exclusivamente por agências IATA, com a particularidade que essas agências são sócias também da organização”, explicou Luís Henriques, diretor-geral da Airmet, no final de 2022.
“É uma estratégia que está em cima da mesa, estamos a ponderar. Há esse convite, há essa pretensão da marca, mas ainda não está nada assinado”, frisou Adriano Portugal. No entanto, o responsável garantiu que “a marca Mercado das Viagens vai continuar a ser autónoma, não nos vamos associar a nenhum grupo de gestão do mercado. A nossa condição foi esta quando fomos convidados”.