A cadeia Montebelo Hotels & Resorts, do Grupo Visabeira, aumentou o seu portefólio, com a abertura do Montebelo Vista Alegre Lisboa Chiado Hotel.
A abertura desta nova unidade tem um elevado significado para o grupo, não só porque resulta da reabilitação da antiga sede da Vista Alegre em Lisboa – que dá nome ao hotel – como se trata da primeira unidade de cinco estrelas na capital portuguesa, o que permite começar a “afirmar a marca Montebelo como uma cadeia nacional e não apenas do Centro de Portugal”. Quem o afirma é Jorge Costa, em entrevista ao TNews. Numa visita recente ao hotel, conversámos com o administrador da Visabeira Turismo e Imobiliário sobre esta unidade e os planos para o futuro.
Com “muito orgulho” na origem da cadeia Montebelo no Centro de Portugal, concretamente em Viseu, Jorge Costa não esconde que esta é uma abertura com relevância para a marca. “Já tínhamos um edifício de apartamentos na Rua da Prata, mas em termos hoteleiros este é o primeiro hotel cinco estrelas e marca assim uma etapa relevante para a cadeia Montebelo”.
Com entrada pelo Largo Barão de Quintela e ladeado pelas Ruas do Alecrim e das Flores, o Montebelo Vista Alegre Lisboa Chiado Hotel tem 58 quartos, incluindo duas suites. O edifício foi restaurado meticulosamente e a decoração presta homenagem à marca Vista Alegre. Começando pela receção, é aqui exibida uma instalação em porcelana complementada com dois candeeiros originais Vista Alegre. Nos quartos, encontramos peças com pinturas alusivas a cada uma das ruas que circundam o hotel. As pinturas extravasam das peças para as paredes, criando apontamentos únicos nos quartos. Foram os artesãos da Vista Alegre que pintaram à mão estas obras originais a partir de peças de arte em porcelana já existentes. Nos quartos virados para a Rua das Flores, a decoração segue motivos florais. Na Rua do Alecrim, cada quarto tem um cheirinho de alecrim, complementado com outros elementos naturais. Os quartos virados para o Largo do Barão de Quintela, de maiores dimensões, estão decorados com obras em porcelana biscuit Vista Alegre, com a suite a manter os tetos ornamentados em estuque originais.
Aberto em soft opening durante o verão, o Montebelo rapidamente entrou na rota dos turistas que procuram o Chiado para pernoitar. “Tivemos já um setembro excecional”, refere Jorge Costa, que realça ainda a importância da ligação à marca Vista Alegre. “Somos surpreendidos por alguns hóspedes e que perguntam logo pela loja da Vista Alegre”.
A unidade vai apostar nos mercados habituais para Lisboa e no mercado nacional. “Estamos com muito mercado europeu, francês, alemão e espanhol. O boom do mercado norte-americano e do Canadá também se confirma aqui. O turista brasileiro é um dos que, quando chega, questiona logo sobre a Vista Alegre, porque a marca tem grande prestígio nesse mercado”.
Devido às suas características de boutique hotel e à sua localização, o Montebelo Vista Alegre Lisboa Chiado é essencialmente um hotel de lazer, mas pode acolher pequenas reuniões de negócios, visto ter uma sala com esse propósito junto ao restaurante.
Para operar o restaurante, a cadeia Montebelo optou por uma parceria com o Grupo Quispe, que detém três restaurantes em Madrid. O grupo espanhol faz assim a sua estreia em Portugal com a abertura do Ponja Cocina Nikkei, de gastronomia Nikkei (uma fusão entre a cozinha do Peru e do Japão).
“Tínhamos um projeto em carteira com o grupo Quispe que ficou em standby com a pandemia. Voltámos a falar e pareceu-nos que o Ponja se ajustaria mais ao conceito do hotel, um pouco mais sofisticado”, revela Jorge Costa. A parceria com o grupo espanhol estende-se também a toda a loiça e talheres usados no restaurante, que têm a assinatura da Vista Alegre.
Perspetivas para os próximos meses
As perspetivas para a operação do hotel nos próximos meses são altas, com o administrador a apontar níveis perto da ocupação total, assim como um preço médio elevado. “Lisboa foi descoberta, começou a nivelar-se com capitais com um nível de interesse e uma oferta semelhante e os preços dispararam. Diria que esta zona é a mais nobre da cidade e, obviamente, que os preços aqui são dos mais elevados em Lisboa”.
Sobre projetos em carteira, como a transformação dos Pavilhões do Parque das Caldas da Rainha num hotel de cinco estrelas, Jorge Costa faz o ponto da situação. O projeto “encontra-se ainda em análise” e não se prevê que a obra seja célere. “Os últimos projetos que fizemos têm sido difíceis em termos de obras, Chiado e Alcobaça”, recorda. Ainda assim, o administrador admite que o grupo está mais “estimulado para investir em projetos que sejam diferenciadores, com uma ligação ao património e à história, do que construir um edifício novo, apesar de ser mais fácil em termos de obras”, conclui.
Em 2024, a cadeia Montebelo mantém-se atenta a novas oportunidades, garante o responsável. “É possível que surjam novas inaugurações em 2024, mas, neste momento, estamos a estudar vários projetos, não temos nada fechado. 2024 poderá apenas passar por consolidar estes projetos de remodelações e novas aberturas, como Alcobaça e Chiado”, afirma.
Questionado sobre as localizações para quais o grupo gostaria de expandir a sua presença, Jorge Costa diz “que faria sentido avançar para o Porto, Algarve e Alentejo. São as regiões onde nos faria mais sentido avançar numa perspetiva de expansão da marca no território nacional”, mas alerta que, por vezes, “a expansão acaba por não ocorrer nestes moldes”. O responsável volta a frisar que o caminho da cadeia “deverá passar sempre por unidades com algum ligação ao património e à história, no entanto, não descuramos um hotel de praia no Algarve, mas se calhar íamos tentar desenvolver algo que trouxesse uma ligação a uma marca como a Vista Alegre ou à região”.
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