Recorrendo a exemplos de clientes americanos que procuraram agentes de viagens durante a pandemia, o artigo da Bloomberg intitulado “The Travel Agent Is Back” destaca o papel das agências na retoma do turismo.
“O agente de viagens pode ser um dos grupos profissionais mais incompreendidos que existe. Num mundo com toneladas de ferramentas digitais de planeamento “do it yourself”, quem precisa deles? Mas, graças aos protocolos de teste da Covid-19 que mudam rapidamente, às restrições de fronteira, às mudanças nos horários das companhias aéreas, à escassez de aluguer de carros e ao stock limitado de hotéis, mesmo os mais confiantes viajantes estão a recorrer aos profissionais em busca de ajuda”, lê-se no artigo.
A Bloomberg dá o exemplo de Huby Saroukhanoff. A diretora de talentos da Netflix Inc. em Los Angeles, de 39 anos, costumava pesquisar os seus próprios itinerários de férias como uma forma de entusiasmar-se com a viagem. Mas quando informações desatualizadas e conflitantes complicaram a sua capacidade de escolher um destino para as férias de praia este ano com o marido e a mãe vacinados, Huby seguiu o conselho de uma amiga e procurou um consultor de viagens.
Por recomendação de Josh Geller, da Embark Beyond em Nova Iorque, Saroukhanoff e a sua família partiram para a Polinésia Francesa, uma região com um histórico comprovado de segurança relacionado à Covid. “Geller coordenou a documentação de entrada na fronteira e acompanhou os quatro testes Covid que eles deveriam realizar durante a viagem.
“Havia tanta incerteza sobre o processo que quase optei por um staycation”, diz Saroukhanoff, citada no artigo. “Antes, não via qual seria o valor de trabalhar com um consultor, exceto talvez para economizar tempo. Josh aliviou as partes que poderiam causar mais stress, como voos, transfers, reserva de resort e documentação para que nos pudéssemos concentrar nas partes divertidas.”
“Os melhores agentes podem agilizar as renovações de passaportes dos EUA, a maioria também tem suporte 24 horas por dia, 7 dias por semana, para solucionar problemas em caso de cancelamento de voos ou perda de bagagem”, sublinha a Bloomberg.
Algumas agências, a Embark entre elas, também possuem hot desks focados na Covid para monitorizar os requisitos de entrada de cada país diariamente e alertar os clientes sobre mudanças relevantes. Também coordenam testes no exterior para aqueles que retornam aos EUA.
Os viajantes estão a perceber isso e a aquisição de novos clientes na Embark é de 325% de março de 2021 até junho de 2021, trabalhando a regularmente com cerca de 2.875 no total. Quase 65% dos seus clientes com menos de 40 anos nunca haviam consultado um consultor de viagens antes.
O trabalho extra associado ao planeamento de viagens pós-pandemia encorajou alguns agentes a cobrar mais por seus serviços. Geller aumentou a sua comissão de planeamento de 500 para 1.000 dólares, em fevereiro e justifica: “As pessoas ficam mais do que felizes em pagar por conhecimento e paz de espírito”.
De acordo com uma pesquisa de junho conduzida pela American Society of Travel Advisors, 76% dos consultores de viagens registam um aumento no número de clientes em comparação com os níveis pré-pandémicos, e 81% dos agentes de viagens atendem viajantes que nunca usaram um consultor.
Fabienne DiMartino, 59, uma consultora executiva de vendas em Los Angeles, não usava um agente de viagens há uma década, mas diz que nunca poderia ter planeado uma viagem de 12 dias em família para a Itália no final de junho sem John Clifford, fundado e diretor da International Travel Management. Nem todos os seus familiares foram vacinados, adicionando dificuldades à viagem. Mas Clifford manteve Fabienne a par das mudanças e reservou um tempo de espera extra para preencher a documentação, o que evitou que o grupo perdesse voos de conexão”.
