Agora que estamos a chegar ao fim de 2022, quisemos saber que balanço fazem os profissionais de turismo do ano que termina. Saiba o que elegeram como o melhor e o pior de 2022 e os seus desejos para 2023.
Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP)
+ Melhor de 2022
Para a Hotelaria foi muito importante que as restrições que a pandemia impôs tivessem deixado de existir. Esse fator a par da imensa e reprimida vontade de viajar mais ainda aliada a uma poupança forçada levou a um boom da atividade turística, que ficará muito próxima dos níveis pré-pandemia, em dormidas e hóspedes, e superará largamente em receitas.
– Pior de 2022
A guerra na Ucrânia, o aumento generalizado dos preços (energia, bens alimentares e outros) e a falta de mão de obra foram, e continuarão a ser, críticos para o setor.
Internamente tivemos a situação de claro esgotamento do aeroporto de Lisboa com sinais de rutura para os passageiros e operadores e o adiamento da tomada de decisão. Como já referi várias vezes, em artigos de opinião e participação em debates públicos, Portugal não pode, de modo algum, prescindir de ter um sistema de transporte aéreo muito bem estruturado. E o aeroporto de Lisboa terá de fazer parte da solução, sendo hoje o problema fundamental.
Desejo para 2023
Para o nosso setor, que seja o ano de confirmação da retoma e do crescimento da receita turística para Portugal. E que continuemos a assistir ao crescimento de mercados tão interessantes,
como é o caso do mercado americano. Para o mundo, que a guerra termine.
Vítor Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo
+ Melhor de 2022
A capacidade de resposta do setor que permitiu que iremos ter o melhor ano turístico de sempre.
– Pior de 2022
A inflação e a falta de mão de obra.
Desejo para 2023
Que a paz regresse à Europa e a todos os outros lugares onde existem conflitos armados.
Pedro Ribeiro, diretor comercial do Dom Pedro Hotels & Golf Collection
+ Melhor de 2022
A recuperação dos fluxos turísticos internacionais para Portugal, nomeadamente, a forte recuperação que destinos como o Algarve e a Madeira tiverem com ocupações e RevPar ao nível dos melhores indicadores de sempre.
– Pior de 2022
O início da guerra da Ucrânia que desencadeou uma série de consequências negativas, ao nível da economia mundial (inflação com o consequente aumento de custos e aumento de juros).
Desejo para 2023
Uma consolidação da procura internacional pelo destino Portugal e, obviamente, o fim da guerra na Ucrânia.
Tiago Encarnação, diretor Operacional da Lusanova
+ Melhor de 2022
O melhor de 2022 foi claramente a retoma e crescimento da atividade turística a nível nacional e mundial. Claro que nem todos os segmentos tiveram o mesmo crescimento, mas depois de dois anos de pandemia, foi com agrado que verificamos uma retoma mais rápida do que o esperado.
– Pior de 2022
Do lado inverso, identifico dois temas. Em primeiro lugar, o impacto da guerra da Ucrânia, que em 2022 teve efeitos imediatos em alguns destinos europeus. Em segundo lugar, as dificuldades que todos os players da cadeia de turismo tiveram em corresponder ao rápido crescimento da procura à medida que gradualmente os destinos começaram a abrir as suas fronteiras depois da pandemia.
Desejo para 2023
Os nossos desejos para 2022 são, em primeiro lugar, o fim da guerra, por todas as razões, como é óbvio, e, ao nível do setor, que o crescimento do turismo se mantenha consistente em todos os seus segmentos.