Domingo, Janeiro 19, 2025
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O xadrez digital de uma Revenue Manager

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“Manhã de quarta-feira, 6h30. Ainda escuro lá fora. Maria, Revenue Manager de um hotel urbano em Lisboa, termina o seu café enquanto ajusta o colarinho da camisa”

Sabe que o dia será como um tabuleiro de xadrez quando precisa de pensar não apenas na jogada seguinte, mas em todo o plano de ataque e defesa. Em 2025, o seu trabalho é mediar o presente e antecipar o futuro.

O primeiro café do dia é acompanhado pelo dashboard de ocupação: “80% para o fim de semana, mas com margem de ajuste na tarifa”. E, então, começa a arte de calibrar o preço. Maria pensa: ajustar para cima é ganhar, mas será que pode perder na lealdade? Ajustar para baixo é aumentar a ocupação, mas não compensar os custos.

Os algoritmos têm a sua própria dança. Inteligentes, mas não imbatíveis. Em 2025, a inteligência artificial e o machine learning ajudam, mas ainda não substituem o olhar humano para nuances e tendências locais. O Revenue Manager, agora mais do que nunca, precisa de ser uma estratega de dados, uma observadora atenta dos concorrentes e uma “encantadora” de hóspedes, através de ofertas personalizadas.

E as métricas? RevPAR, ADR, TrevPAR, NetADR… Cada indicador é como um farol a guiar. Os “leads” vêm de OTA’s, direto, por redes sociais, recomendações… Num cenário fragmentado, Maria deve decidir onde alocar a energia e os investimentos. A estratégia agora envolve saber onde o hóspede está a olhar antes mesmo que ele perceba. Google Hotels? Meta-searches? Até influenciadores digitais entram neste tabuleiro.

Na reunião diária com a equipa de vendas e marketing, a palavra é “sinergia”. Em 2025, Revenue Management não é mais uma operação isolada; é um organismo vivo que respira dados de todos os setores. Maria precisa fazer perguntas: o que os dados não estão a mostrar? Como o comportamento do hóspede mudou após o último evento na cidade? Qual o impacto das novas regulamentações para arrendamentos de curta duração? Cada decisão é um ato de equilíbrio.

Às 16h, surge um alerta: um concorrente direto reduziu tarifas de última hora. Reação rápida: ajustar o preço ou manter? Maria pondera. Em 2025, a vida é mais do que uma corrida por preços baixos. Ela conhece o seu público, sabe que muitos hóspedes valorizam a experiência. Confia na oferta de serviços adicionais para manter o valor percebido.

No final do dia, Maria revisita os números, agora com um olho na previsão para o próximo mês. A Revenue Manager de 2025 não pensa apenas no amanhã; antecipa sazonalidades, oscilações económicas e até o impacto de eventos climáticos. A sua mente dança entre cenários possíveis como se estivesse a montar um quebra-cabeças cujas peças mudam a cada hora.

Maria despede-se da equipa, deixa o hotel e caminha para casa. Sorri ao perceber que, apesar das incertezas, o seu trabalho é o equilíbrio entre o caos e a ordem, uma jornada diária em busca do ponto ideal entre receita, experiência e inovação.

Em 2025, a vida de uma Revenue Manager é complexa, mas não sem recompensas. Exige flexibilidade, adaptação e uma visão analítica, enquanto tenta prever comportamentos humanos, que, no fim, são sempre imprevisíveis. Facilidade ou dificuldade? Depende do ponto de vista. Para Maria, é um desafio estimulante — um xadrez digital com peças em movimento contínuo.

Por Bruno Simões Ferrão

Business Development Manager Portugal da BedsRevenue

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