O Governo apresentou esta sexta-feira, dia 21, o Plano de Ação para a reativação da indústria turística, que prevê um investimento de seis mil milhões de euros em iniciativas dirigidas às empresas, aos turistas e aos residentes, que “visam posicionar o setor num patamar superior de criação de valor, aumentar a reputação da Marca Portugal e a competitividade do destino”, descreve o comunicado de imprensa do governo.
O Plano “Reativar Turismo | Construir o Futuro” está focado em quatro pilares de atuação – Apoiar Empresas, Fomentar Segurança, Gerar Negócio e Construir Futuro – e é composto por ações específicas, de curto, médio e longo prazo, que permitirão ultrapassar os 27 mil milhões de euros de receitas turísticas em 2027, de forma sustentável, gerando riqueza e bem-estar em todo o território, ao longo de todo o ano e apostando na diversificação de mercados e segmentos, uma das metas preconizadas na Estratégia Turismo 2027.
No imediato, “a prioridade passa por apoiar as empresas através de medidas que preservem o seu potencial produtivo e o emprego no setor, apoiando-as ainda no processo de consolidação da respetiva estratégia operacional. Para tal, serão criados instrumentos de apoio à capitalização das empresas, de que são exemplo o Fundo para a Capitalização das Empresas, a Linha de Crédito com Garantia para Refinanciamento/Reescalonamento da Dívida Pré-COVID e a Linha de Crédito com Garantia para Financiamento de Necessidades de Garantia, enquanto condição necessária para revigorar a competitividade do setor”.
“Tendo em vista apoiar as empresas neste contexto particularmente difícil, onde se cruza a necessidade de gerir o impacto da pandemia de COVID-19 com a necessidade de retomar a sua atividade num contexto de forte concorrência internacional, importa ainda criar mecanismos de apoio ao desenvolvimento e consolidação da estratégia operacional das empresas”, acrescenta. Serão, assim, criadas a Rede Integrada de Apoio ao Empresário – que conecta digitalmente o Turismo de Portugal, as entidades regionais de turismo, as associações empresariais do setor e as equipas de turismo no estrangeiro numa plataforma comum – e o Programa Mentoria, o qual, com recurso a meios próprios do Turismo de Portugal e envolvendo os parceiros da Rede Integrada de Apoio ao Empresário, pretende disponibilizar um mecanismo de curadoria às empresas para esta área em concreto.
Gerar negócio é outro dos objetivos do Plano “Reativar Turismo Construir Futuro”. Para tal, é preciso “reforçar a competitividade do destino através da promoção e do apoio ao esforço redobrado de venda internacional por parte das empresas do setor, que lhes permita consolidar mercados mais tradicionais, sem os quais a retoma não acontecerá, apostar em segmentos diversificados e alargar a novos mercados de maior valor acrescentado”.
Este eixo de atuação prevê o desenvolvimento do Programa Internacionalizar Turismo – que visa o apoio ao esforço de promoção internacional das empresas do turismo -, um Programa de Reforço da Capacitação do Trade Internacional, o programa Portugal Events – captação de eventos que possam ser determinantes para a imagem internacional de Portugal -, o Reforço de Parcerias e a Contratualização da Promoção Externa.
Atendendo ao facto de que a grande maioria dos turistas internacionais chega a Portugal por via aérea, o governo dará continuidade ao Programa VIP, “que tem sido essencial na mitigação da dependência de alguns destinos regionais de um reduzido número de mercados emissores e na diversificação de parceiros de transporte aéreo”. Paralelamente, pretende-se também “estimular a adoção de uma Mobilidade Sustentável, com o objetivo de desconcentrar fluxos turísticos, aumentar a estadia média e gerar maior receita para o destino”.
Campanha internacional e nacional
O plano prevê o lançamento de uma campanha internacional de promoção do destino Portugal, uma campanha de turismo interno, o Programa IVAucher, e a reformulação do site VisitPortugal, num reforço do ecossistema digital de promoção do destino.
No que diz respeito ao financiamento das empresas, está previsto o Reforço do FIEAE, a conclusão do projeto do lançamento das Obrigações de Turismo, um Programa para acesso das PME ao mercado de Capitais, a criação de um Fundo para a Concentração de Empresas que incentive processos de fusão ou de cooperação empresarial, e de um Fundo para a internacionalização das empresas do turismo.
No domínio das qualificações, estão previstas a criação de programas específicos e a aposta no desenvolvimento de centros de especialização formativa, no sentido de valorizar as profissões do setor dotando as empresas do conhecimento e instrumentos necessários para o efeito.
Para o Governo, a inovação e a digitalização constituem “fatores absolutamente críticos” no reforço da competitividade do setor e, consequentemente, no processo de crescimento das empresas”. Neste contexto, e de acordo com este novo documento, vão ser colocados “em prática programas dedicados a apoiar a transformação digital das empresas do setor, bem como dos destinos turísticos, induzindo a utilização de tecnologia e estimulando a utilização de dados nos processos de decisão. Importa ainda assegurar a contínua inovação do setor, criando também condições adequadas para o surgimento de novos negócios, que densifiquem e que melhor estruturem o produto turístico”.
Com a implementação destas ações, o Plano “Reativar Turismo Construir Futuro” pretende estimular a economia e a atividade turística, de forma a superar os objetivos e as metas de sustentabilidade económica, ambiental e social definidas na Estratégia para o Turismo 2027 (ET27). Os objetivos “são claros”, sublinha o Ministério da Economia: “Promover um turismo ao longo de todo o ano e em todo o território, através do apoio ao investimento, da capacitação das empresas, da qualificação dos recursos humanos e da aposta na acessibilidade aérea e na mobilidade sustentável, áreas fundamentais para incentivar a competitividade do destino”.