A três dias do início da retoma das viagens ao estrangeiro dos residentes no Reino Unido, Portugal continua sem dizer se vai permitir viagens de lazer deste mercado. A ausência de decisão sobre esta matéria está a levantar dúvidas entre os operadores turísticos britânicos e na imprensa inglesa, uma vez que Portugal é dos poucos países para os quais os britânicos podem viajar a partir de 17 maio, sem que para isso tenham de fazer uma quarentena no regresso.
Esta quinta-feira, dia 13, a BBC deu destaque ao tema no artigo “Portugal: No decision yet on UK holiday travel” (Portugal: nenhuma decisão ainda sobre viagens de férias no Reino Unido).
No texto, lê-se que Portugal ainda não decidiu se permitirá a visita de turistas britânicos, uma vez que estendeu o “Estado de Calamidade” até 30 de maio.
Com efeito, o Governo português decidiu esta quinta-feira, dia 13, prolongar a situação de calamidade em território continental para combater a epidemia de covid-19 até ao dia 30 de maio, um anúncio feito pela ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, em conferência de imprensa.
A BBC escreve que a ministra não deu nenhuma indicação sobre qual a decisão de Portugal sobre se as viagens de lazer serão permitidas. “Não tenho nenhuma informação a dar ainda”, afirmou Mariana Vieira da Silva, quando questionada se as restrições do Reino Unido seriam suspensas em breve.
Atualmente, Portugal permite voos de e para o Reino Unido, mas apenas para viagens essenciais, como por exemplo, para negócios, estudos, motivos familiares, de saúde ou humanitários.
No entanto, empresas como a TUI e a easyJet reforçaram voos para Portugal oriundos de Reino Unido, assim que o país foi colocado na lista verde. Tanto as reservas de voos como de alojamento tiveram um aumento imediato.
O diretor-geral da easyJet, José Lopes, já alertou, contudo, para esta situação: “A easyJet continua a apelar ao governo do Portugal para abandonar a limitação das viagens essenciais, reabrir o país ao turismo e permitir aos cidadãos europeus e britânicos planear as suas férias de verão em Portugal para apoiar a recuperação da economia nacional”.
Eliseu Correia, proprietário da EC Travel, chamou a atenção do tema esta quinta-feira, dizendo que se corre o risco de existirem cancelamentos pela falta de uma decisão política. “Portugal ainda não se pronunciou se vai receber os ingleses. São centenas de milhares de pessoas que vivem desta indústria. É uma situação inaceitável”.
Fontes do setor confirmam ao TNews a existência de cancelamentos de reservas no Algarve.