Terça-feira, Outubro 15, 2024
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“Questão salarial, valorização e proximidade devem ser as palavras-chaves dentro de uma empresa”

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A questão salarial, a valorização e a proximidade são palavras-chaves para o papel das empresas no desenvolvimento humano e na valorização das carreiras, de acordo com Verónica Soares Franco, Executive Committee Member & Chief Human Resources Officer do Pestana Hotel Group, Ricardo Cardoso, HR Manager da Viagens Abreu, e Nuno Troni, country head da Wyser.

Os executivos participaram na 1º conferência de Recursos Humanos no setor do Turismo, uma iniciativa organizada pela Universidade Autónoma de Lisboa em parceria com o TNews, que decorreu na passada terça-feira, dia 24.

Segundo Verónica Soares Franco, a valorização é um dos principais temas para o grupo Pestana, nomeadamente para o departamento de recursos humanos, mas não só: “Julgo que a hotelaria é um setor de oportunidades, por ser uma área em franco crescimento e que tem vindo a valorizar 3 a 4% por ano. Isto obviamente cria muitas oportunidades a nível profissional e a nível empresarial”. O grupo Pestana emprega, atualmente, 40 nacionalidades nos hotéis em Portugal, correspondendo a 15% de todos os colaboradores estrangeiros no país.

“Este é, sem dúvida, um setor global, um setor de oportunidades e um setor de pessoas para pessoas, onde cada uma tem um papel fundamental para o sucesso da empresa. O hotel pode ter uma boa decoração, pode estar bem localizado, mas, se o serviço não for bom, o cliente não ficará satisfeito. Portanto, temos de valorizar cada colaborador para, em conjunto, chegarmos aos bons resultados”, salienta.

Para Ricardo Cardoso, a questão da proximidade e de uma maior aposta nos colaboradores são as mais importantes para a Agência Abreu, neste contexto de valorização das carreiras e no desenvolvimento humano. “Na Agência Abreu tentamos valorizar ao máximo a proximidade com o colaborador e, para isso, damos todas as facilidades para o trabalhador poder progredir na carreira”.

Durante o seu discurso, Nuno Troni afirmou que o setor da hotelaria, além de ser um dos mais importantes no país, é o menos atrativo para trabalhar. “Nós sabemos que o setor não paga muito bem, e, além de ser não a principal barreira, é algo que afeta muito a nossa forma de atrair talento. Agora, isto varia muito de empresa para empresa e daquilo que as mesmas estão dispostas a pagar”.

Por outro lado, Verónica Soares Franco identificou vários fatores que motivam os profissionais a ficar numa empresa: “Creio que a cultura e os valores de uma empresa são fatores decisivos para a retenção de talento. Se um profissional não se identificar com o propósito e com os valores da organização, ficará desmotivado e tenderá a deixar a empresa. Este tema importa cada vez mais às novas gerações”.

A executiva referiu também outro tema importante para o setor. “A formação que damos tem de ser adaptada aos antigos e novos colaboradores. As novas gerações trazem outro tipo de exigências, os mais novos procuram muito as experiências. E que tipo de experiências é que podemos dar? Como empresa precisamos de estar sempre a evoluir o nosso método de integração, formação e desenvolvimento das nossas pessoas, com o objetivo de estar sempre a responder às novas exigências”.

Quanto a este tema, Ricardo Cardoso considera que a estabilidade e a progressão na carreira são dois dos fatores mais importantes para reter talento. “Temos outra barreira no setor, que são as diferenças entre a juventude e as pessoas com mais idade. Creio que a nova geração sente a necessidade de estar sempre envolvida em novos projetos e que cada projeto tem de ser desenvolvido muito rapidamente, e a geração que está lá há mais tempo não percebe esta necessidade de serem tão ágeis. Portanto, há que saber lidar com todos os colaboradores e não pôr de parte ninguém, até porque os colaboradores mais antigos passam muito conhecimento às novas gerações”, explicou.

Para Nuno Troni, os salários continuam a ser a principal barreira, sendo uma questão relativa a cada empresa, uma vez que, enquanto empregador, as empresas têm de falar entre si para saber se estão dispostas e se têm possibilidades para subir o salário ou não. “As pessoas que vêm de foram aceitam salários que os portugueses não estão dispostos a aceitar. Enquanto isto existir, os salários não vão subir. Ou as empresas sentem a necessidade de pagar mais para obter outro tipo de qualificações ou simplesmente não estão disponíveis para subir porque acham que este nível é suficiente para responder ao mercado”, conclui.

O encontro, dividido em 3 painéis, contou com a presença de especialistas e representantes do setor em Portugal, entre eles Pedro Machado, Secretário de Estado do Turismo, e Gonçalo Rebelo de Almeida, Gestor para a área de Turismo e Hospitalidade do Grupo Autónoma e ex-CEO do grupo Vila Galé.

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