Quinta-feira, Maio 1, 2025
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Reclamações no setor do turismo crescem 24% no primeiro trimestre

No primeiro trimestre do ano, o setor do turismo foi alvo de mais de 1.500 reclamações, verificando-se uma subida de 24%, face ao mesmo período de 2024, indicam os dados do Portal da Queixa. Os consumidores queixam-se sobretudo de problemas relacionados com as categorias: sites de reservas de viagens e companhias aéreas. Ryanair e TAP lideram queixas.

Nesta época de férias da Páscoa, em que os milhares de portugueses planeiam viajar, o Portal da Queixa informa os consumidores sobre quais são os principais constrangimentos que estão a assolar, este ano, o setor do Turismo, quais as entidades com mais reclamações e que marcas têm o melhor Índice de Satisfação na plataforma.

A análise efetuada à categoria “Hotéis, Viagens e Turismo”, entre os dias 1 de janeiro e 31 de março, revela que o número de reclamações dirigidas ao setor (1.585) registou um aumento de 24%, em comparação com o primeiro trimestre de 2024, onde se observaram 1.270 queixas.

Segundo os dados aferidos, entre as subcategorias mais reclamadas estão os “Sites de Reservas de Viagens” (58.2%) e “Companhias Aéreas” (18.8%). Em terceiro lugar estão os “Sites de Reservas de Alojamento” (10.2%). Seguem-se os “Marketplaces – Viagens, Produtos e Serviços (6%)” e as “Agências de Viagens” a acolheram 3.4% das reclamações. Já os “Hotéis e Cadeias Hoteleiras” somaram 1.4% das ocorrências. 

Os principais motivos de reclamação dos consumidores dirigidos ao setor de turismo, segundo o Portal da Queixa, são “a cobrança indevida”, tema reportado em 53.6% dos casos. “Abrange reclamações sobre cobranças ou débitos não autorizados, erros de faturação, cobranças abusivas ou em duplicado, renovação automática indevida, e outras inconsistências relacionadas com pagamentos”, sublinha o portal.

Seguem-se a “falta de qualidade do serviço/atendimento” (12,9%) e as “dificuldades com a execução dos reembolsos” (12%). 

Já os problemas com o voo e bagagem (cancelamento ou atraso de voos, extravio, danos ou atrasos na entrega de bagagens, e dificuldades com processos de check-in e embarque) geraram 8% das reclamações. Na origem de 3.3% das ocorrências, segundo o Portal da Queixa, esteve “a insatisfação com os produtos e serviços”. 

Entre as companhias aéreas, a Ryanair e a TAP mantêm o pódio das marcas mais reclamadas, com a companhia britânica a absorver 26% das reclamações e a operadora nacional a recolher 25%. Seguem-se a easyJet (13.3%), a STP Airways (3.67%), a Vueling (3.67%) e a SATA (3%).

Marcas com melhor performance e reputação

Relativamente às entidades com melhor Índice de Satisfação (IS) – uma avaliação da responsabilidade dos consumidores –, destacam-se com elevada performance os Sites de Reservas de Alojamentos: Traventia (com 85.2 em 100 pontos), Airbnb (83.3), eDreams (81.3) e Destinia (77.6).

Nas Agências de Viagens: a melhor pontuação vai para a Rickytravel com um IS pontuado em 83.1, a Top Atlântico com 74 de IS e a IBS Portugal com 70.8. Já nos Marketplaces – Viagens, Produtos e Serviços, sobressai o Odisseias com um IS de 63.4.

Para Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa, a reputação do setor do turismo tem sido “colocada em causa pela falta de apoio ao cliente, pela desorganização e incapacidade de resolução, bem como pela desinformação e pela apatia dos reguladores”.

“Constatámos que as reclamações dirigidas aos vários intervenientes do setor do Turismo têm vindo a aumentar – desde os agentes de viagens, sites de reservas, companhias aéreas e cadeias hoteleiras, por variados motivos. Contudo, muitos consumidores apontam a desinformação e a falta de apoio ao cliente como principais causas, o que revela desorganização e incapacidade de resolução de problemas, colocando em causa a confiança e a reputação do setor”, afirma.

Pedro Lourenço critica ainda a ausência de atuação por parte das entidades reguladoras: “Infelizmente, continuamos a assistir à apatia dos reguladores, que se mostram impotentes face às ofertas publicadas na internet, nomeadamente nas reservas em plataformas digitais. Essas práticas devem ser combatidas com medidas que promovam a literacia digital dos consumidores”, conclui.

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