Com águas cristalinas, praias de areia branca e uma rica herança cultural, a Riviera Maya, no México, continua a ser um dos destinos turísticos mais cobiçados do mundo. Ao longo da costa leste da península de Yucatán, esta região oferece uma experiência única que combina a beleza natural com uma variedade diversificada de atividades e atrações.
Recentemente, o TNews teve o privilégio de embarcar numa jornada de uma semana pela Riviera Maya, numa viagem organizada pela Ávoris. Este operador turístico oferece voos charter para Cancún com saídas do Porto, todas as quartas-feiras, até 13 de setembro; e de Lisboa, todos os domingos, até 22 de outubro.
O voo a partir do Porto, com duração de pouco mais de 9 horas, levou-nos diretamente para esta paisagem paradisíaca. Assim que saímos do avião, fomos envolvidos pelo calor tropical e a sensação imediata da humidade, uma introdução autêntica ao clima da região. A passagem pelo aeroporto de Cancún, que recebe anualmente cerca de 20 milhões de turistas, foi rápida.
Ao chegar à Riviera Maya, a intensidade do azul do Mar do Caribe e as extensas praias de areia branca que se estendem por quilómetros capturam imediatamente a atenção. A região é famosa pelos seus recifes de coral vibrantes, tornando-a um paraíso para os entusiastas de mergulho e snorkeling. A segunda maior barreira de coral do mundo, o Sistema Arrecifal Mesoamericano, é uma atração imperdível para os entusiastas do mergulho, onde podem explorar uma variedade deslumbrante de vida marinha.
Explorando a civilização Maia: Chichen Itza, Valladolid e Cenote “Zazil Tunich”




Além das suas belezas naturais, a Riviera Maya também é detentora de uma rica herança cultural. Nesta região, existem quatro grandes locais arqueológicos e ruínas de antigas cidades maia: Chichén Itzá; Tulum; Coba e Ek Balam. Nestes locais é possível tirar fotografias com o telemóvel ou com uma máquina fotográfica, mas para entrar com câmaras de filmar, goPro’s, tripés ou microfones é necessário pagar uma taxa de 50 pesos.
As ruínas maias contam histórias antigas e fascinantes de civilizações passadas. Tulum, situada à beira-mar e com construções arquitetónicas impressionantes, oferece um vislumbre da vida maia à beira do oceano. Já a antiga cidade de Coba atrai os visitantes com a sua imponente pirâmide, Nohoch Mul, proporcionando vistas panorâmicas da selva circundante.
À sombra das imponentes pirâmides de Chichen Itzá, pudemos testemunhar a grandiosidade da civilização Maia, cujo legado perdura através dos séculos, mantendo-se como guardiã de segredos profundos entrelaçados nas suas majestosas construções. Chichen Itzá, reconhecida como Património da Humanidade pela UNESCO em 1988 e eleita como uma das novas Sete Maravilhas do Mundo em 2007, é um testemunho vivo da sofisticação da civilização Maia. Anualmente, mais de 2.500.000 visitantes exploram as suas ruínas.
A característica mais icónica de Chichen Itzá é El Castillo, também conhecido como o Templo de Kukulcán. Esta pirâmide é um exemplo extraordinário do domínio dos Maias na matemática, acústica, geometria e astronomia. Cada uma das quatro faces da pirâmide possui 91 degraus, que somados totalizam os 365 dias do calendário solar Haab utilizado pelos Maias. Além disso, os lados do templo estão alinhados com os pontos cardeais, destacando a profunda compreensão astronómica da civilização.


Guiados pela cosmovisão maia, aprendemos que os deuses criaram a humanidade. O primeiro ser humano foi esculpido em barro, o segundo em madeira e o terceiro foi moldado a partir do sangue dos deuses. Como forma de retribuir o “sangue divino”, os maias realizavam rituais de sacrifício, frequentemente envolvendo a extração de unhas e perfuração da pele para obter sangue. Esses elementos estão esculpidos nas ruínas de Chichen Itzá, ilustrando o profundo significado espiritual da cultura maia.
Além das ruínas, a agitação da vida atual mistura-se com o passado. Os vendedores ambulantes e as bancas de souvenirs trazem à vida a vibrante atmosfera de Chichen Itzá. À medida que exploramos as ruínas, podemos também levar connosco pedaços da sua história.
Esta excursão também nos levou a Valladolid, uma cidade que retrata o México colonial através das suas ruas de paralelepípedos e fachadas coloridas.




No entanto, a verdadeira revelação estava reservada nas profundezas da península de Yucatán, onde mergulhámos nos mistérios dos cenotes, cavidades naturais formadas ao longo de séculos.
O guia explicou-nos que o solo na região da Riviera Maya é composto maioritariamente por rochas e por água doce, que formam os cenotes. Só na Península de Yucatan, existem cerca de 7 mil. A palavra “cenote” surgiu da língua iucateque e significa “abismo”. Profundamente enraizados na tradição maia, os cenotes eram considerados locais sagrados. Estes poços naturais eram vistos como portais para o mundo espiritual, estabelecendo uma ligação entre o plano terrestre e o submundo mítico de Xibalba. Acreditava-se que eram pontos de acesso aos deuses, levando a práticas de sacrifício para estabelecer essa conexão divina. O ato de “sangrar” os cenotes representava uma oferenda ao mundo espiritual, uma forma de retribuir aos deuses pela dádiva da vida.


No coração da nossa exploração encontrava-se o Zazil Tunich, um cenote com mais de 500 mil anos de formações rochosas esculpidas pela passagem do tempo. Com uma caverna de 20 metros de profundidade, este cenote revelou-se como um portal para um mundo subterrâneo.
Dentro das câmaras do cenote Zazil Tunich, as estalactites e estalagmites tomaram o centro do palco. Moldadas pacientemente pelas mãos invisíveis do tempo, estas formações naturais adornavam as paredes do cenote. As suas formas e tamanhos variados contavam a história do lento processo geológico que deu origem a estas maravilhas naturais.
Mergulhar nas águas do cenote foi mais do que uma aventura subterrânea, foi uma experiência de conexão primal com a natureza no seu estado mais puro.


Da terra ao mar: Isla Mujeres e as esculturas subaquáticas do MUSA
A nossa aventura pela Riviera Maya não se deteve aí. Uns dias depois, um catamarã estava à nossa espera em Cancún para nos conduzir a uma expedição à Isla Mujeres, um pequeno paraíso situado apenas a 13 quilómetros da costa de Cancún.
A viagem à Isla Mujeres começou com um trajeto de carro até ao porto de Cancún, uma jornada que levou cerca de 1:30/2 horas a partir da Riviera Maya. No porto, embarcámos num catamarã, onde fomos recebidos com bebidas e cocktails que celebravam o espírito festivo profundamente enraizado na cultura mexicana.


No meio da nossa jornada em direção à ilha, o catamarã efetuou uma paragem no meio do vasto oceano. Nesse momento mágico, cercados pelas águas azul-turquesa, a tripulação proporcionou-nos uma oportunidade irresistível: experimentar snorkeling. Tendo em mente que a Riviera Maya abriga a segunda maior barreira de coral do planeta, esta era uma oportunidade que não podia ser desperdiçada, permitindo-nos explorar de perto a beleza subaquática.
Saltando para as águas, cuja profundidade varia entre 4 e 5 metros, deparámo-nos com um mundo subaquático de corais e peixes de todas as cores e dimensões. À distância, emerge uma estátua de pedra. Trata-se de uma das mais de 500 esculturas que constituem o Museu Subaquático de Arte (MUSA), uma atração única da região. Criado em 2009, este museu submerso é uma ode à simbiose entre a arte e o ambiente marinho. As esculturas são meticulosamente concebidas para se harmonizarem com o ecossistema, permitindo que os corais se estabeleçam nas suas superfícies.


Na área onde fizemos snorkeling, testemunhámos uma instalação chamada “Bênção”. Seis esculturas de mãos idênticas, dispostas num círculo, cada uma com dois dedos elevados numa pose semelhante a uma bênção. As palmas das mãos apontam para o exterior, como se estivessem a abençoar o mundo ao seu redor. Fendas esculpidas nas mãos servem como abrigo para as criaturas marinhas, um elo intrigante entre a arte e o habitat natural.
Nesse cenário singular, as fronteiras entre a criação humana e a natureza desapareceram, proporcionando uma experiência verdadeiramente transcendental.
Depois da exploração subaquática, ancorámos na Isla Mujeres, uma ilha que conjuga património cultural com cenários deslumbrantes. A pequena cidade da ilha exibe traços da herança mexicana, com ruas coloridas e edifícios pitorescos. Mercados locais oferecem artesanato único e iguarias culinárias que convidam a um festim de sabores autênticos.
Esta expedição revelou-se uma oportunidade multifacetada: desbravar os segredos da ilha, mergulhar na vida marinha enquanto praticávamos snorkeling ou simplesmente entregarmo-nos ao relaxamento a bordo do catamarã, enquanto navegávamos pelas águas serenas do Caribe.



Informações úteis:
Documentos necessários: Para visitar a Riviera Maya, no México, é necessário possuir um passaporte válido.
Tempo de voo: A viagem desde o Porto ou de Lisboa até à Riviera Maya, com companhias aéreas como a Iberojet, tem uma duração aproximada de 9:30/10 horas.
Moeda: A moeda oficial do México é o Peso Mexicano (MXN). Embora seja possível trocar dinheiro no aeroporto ou em bancos locais, muitos estabelecimentos turísticos também aceitam euros e dólares.
Clima: A Riviera Maya possui um clima tropical, com altas temperaturas e humidade durante a maior parte do ano. Protetor solar, óculos de sol e roupas leves são essenciais para se proteger do sol intenso. Não esqueça também de levar consigo repelente de insetos.
Eletricidade: A voltagem na Riviera Maya é de 110V, e as tomadas seguem o padrão norte-americano, com duas ou três entradas planas.
Transporte: Na Riviera Maya, o transporte é diversificado. Táxis estão disponíveis para deslocações, no entanto, é importante mencionar que andar sozinho fora do hotel pode ser perigoso. Optar por excursões é uma escolha segura, já que muitas delas incluem transfer para os locais de interesse.
*Viajou a convite do grupo Ávoris