O ano de 2024 foi marcado por um crescimento global de 3% no preço médio por quarto em Portugal. A taxa de ocupação manteve-se igual à de 2023 (65%), com a Península de Setúbal (-2%) e o Algarve (-1%) a registarem pequenas descidas neste indicador. Já a receita por quarto disponível (RevPAR) subiu em todas as regiões, tendo a média nacional alcançado 95 euros, mais três euros que em 2023.
Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), apresentou à imprensa esta quarta-feira, dia 26, os resultados do inquérito “Balanço 2024 & Perspetivas 2025”. O inquérito a 328 empreendimentos turísticos decorreu de 2 a 31 de janeiro e teve como base os indicadores da taxa de ocupação, preço médio por quarto (ARR), receita por quarto disponível (RevPAR), principais mercados e canais de reserva.
O RevPAR verificou uma ligeira subida de 92 para 95 euros, com todas as regiões a aumentar o seu valor médio por quarto. O principal destaque é a Grande Lisboa, que passou de 129 euros em 2023 para 145 euros em 2024. Já o ARR, a nível nacional, foi de 146 euros, correspondendo a um ligeiro aumento de quatro euros em relação a 2023.
Para Cristina Siza Vieira, a subida do RevPAR é um dado “muito positivo”, porque “subiu por força do ARR e não tanto pela taxa de ocupação”. “Isto confirma aquilo que temos vindo a dizer: os resultados nacionais da nossa economia turística estão a crescer mais em valor do que em taxa de ocupação.”
Em 2022, relembra, houve um crescimento expressivo, por ter sido o ano pós-pandemia. Por sua vez, 2023 e 2024 foram marcados por um abrandamento no crescimento.
Fazendo a análise por regiões, a vice-presidente executiva da AHP reiterou que o ARR cresceu “por força do preço médio”, tendo sido “puxado” pela Grande Lisboa (199€) e pelo Algarve (159€).
Todavia, o preço médio subiu em todas as regiões do país, em alguns casos com “bastante expressividade”, nomeadamente na Península de Setúbal e no Alentejo. Com isto, a responsável dá nota que tem havido um crescimento sustentado do preço médio, que projetou também o RevPAR para valores moderados.
Quanto aos mercados emissores, 89% dos inquiridos apontou Portugal como principal mercado, seguido do Reino Unido (55%) e dos EUA (39%). A completar o top cinco estão Espanha (37%) e Alemanha (31%).
França, por sua vez, foi apontado por 15% dos inquiridos, havendo aqui um declínio da importância relativa do mercado francês em todas as regiões, justificado pela “instabilidade económica do país”.
A Booking.com foi um dos três principais canais de distribuição para 95% dos inquiridos, seguida pelo website próprio (91%), outros canais (37%) e Expedia (36%). A Expedia “tem vindo a perder terreno nos canais de reserva”, tendo-se observado uma quebra superior a 25%. Por outro lado, o Airbnb apresenta uma taxa de prevalência bastante reduzida nas reservas. Já as agências de viagens têm vindo a “ganhar espaço” nestes canais de reservas.
Durante os períodos festivos de dezembro, os dados confirmaram uma “boa performance nacional”, com destaque para a Madeira, onde a taxa de ocupação atingiu os 81%, no Réveillon, e o ARR 236 euros. Outras regiões como a Grande Lisboa, onde o ARR foi de 171 euros no Natal, o Alentejo, com o terceiro ARR mais alto em ambos os períodos, e o Algarve registaram também desempenhos sólidos.