A Ryanair anunciou o cancelamento de 400 voos nos dias 3 e 4 de julho, na sequência de uma nova greve de controladores aéreos em França. Segundo a companhia aérea, esta paralisação afetou mais de 70 mil passageiros e representa mais um episódio de perturbação no tráfego aéreo europeu durante a época de verão.
Em comunicado, a transportadora voltou a criticar a Comissão Europeia, acusando-a de “falta de ação” face às greves recorrentes no setor da navegação aérea, sobretudo em França. A companhia apelou diretamente à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para que promova reformas no sistema europeu de controlo de tráfego aéreo (ATC). Caso contrário, afirma que esta “deveria demitir-se”.
A Ryanair considera que estas greves têm um impacto “desproporcional” nos voos que apenas sobrevoam o espaço aéreo francês, afetando ligações entre países como Espanha, Itália, Alemanha e Reino Unido. No comunicado, a transportadora alega que as autoridades francesas aplicam legislação de serviços mínimos para proteger voos domésticos, mas não garantem os sobrevoos, que acabam muitas vezes cancelados.
Entre as medidas reivindicadas, a Ryanair volta a pedir duas ações específicas por parte da Comissão Europeia: garantir que os serviços de controlo aéreo estão “totalmente operacionais” para os voos da manhã e proteger os voos que atravessam o espaço aéreo de países em greve, mesmo que não tenham como origem ou destino esse território.
A companhia refere ainda o chamado “Relatório Draghi”, divulgado em 2023, que apelava ao reforço da competitividade na economia europeia. A Ryanair considera que a situação atual no setor da aviação é um exemplo “claro” da falta de progresso nesse sentido, sublinhando que “nenhuma reforma foi implementada” desde então.
“A indústria da aviação está farta do fracasso de Ursula von der Leyen em concretizar a reforma do controlo aéreo. Se não for capaz de o fazer, então deve sair”, afirmou o CEO da Ryanair, Michael O’Leary, citado no comunicado.
A transportadora reitera que respeita o direito à greve, mas defende que o funcionamento do mercado único europeu e a mobilidade aérea entre os Estados-membros não pode continuar a ser “sistematicamente afetado” por greves nacionais de um “pequeno número” de controladores aéreos.





