A Ryanair reagiu esta quarta-feira, dia 12, às notícias que a Lufthansa foi forçada a operar ‘voos fantasma’ para proteger os slots nos aeroportos europeus.
A transportadora de baixo custo pediu à Comissão Europeia que ignore as reivindicações e liberte slots para as companhias concorrentes.
Na semana passada, o Grupo Lufthansa foi notícia depois do CEO do Lufthansa Group, Carsten Spohr, ter confirmado a realização de 18.000 ‘voos fantasma’ durante o inverno “apenas para manter os direitos de decolagem e aterragem”, incluindo 3.000 serviços da Brussels Airlines.
Em tempos normais, as regras europeias estabelecem que as empresas devem utilizar pelo menos 80% dos slots de descolagem e aterragem que lhes são atribuídos nos aeroportos, caso contrário, perdem os seus direitos na época seguinte. Estas regras tornaram-se inaplicáveis pela pandemia, que causou o colapso do tráfego aéreo desde março de 2020, levando Bruxelas a suspendê-las.
Desde 28 de março de 2021 que as empresas estão obrigadas a utilizar 50% dos seus slots de decolagem e aterragem para mantê-los, mas esse patamar é considerado excessivo pelo setor aéreo, que ainda está em recuperação.
No entanto, a Ryanair disse que a solução é “simples”: “A Lufthansa deverá vender os lugares nestes voos a preços baixos e recompensar os consumidores da UE, muitos dos quais responsáveis por financiar 12 mil milhões de euros de auxílios estatais que a Lufthansa e as suas filiais na Bélgica, Áustria e Suíça já receberam dos contribuintes durante os últimos 2 anos de pandemia.
A Lufthansa queixa-se dos ‘voos fantasma’, “não devido a preocupações com o meio ambiente, mas sim para que possa proteger os seus slots (que não estão a utilizar), ao mesmo tempo que elimina a concorrência e a escolha do consumidor”, refere o comunicado da companhia.
De acordo com Michael O’Leary, CEO do Grupo Ryanair, “a solução para o problema dos “voos fantasma” da Lufthansa é simples – basta vender estes lugares aos consumidores. Se a Lufthansa precisa realmente de operar estes voos (apenas para evitar a libertação de slots para as companhias aéreas concorrentes), então deveria ser-lhes exigido que vendam estes lugares ao público a tarifas baixas. O público alemão e da UE já pagaram à Lufthansa milhares de milhões em ajudas estatais à Lufthansa e às suas subsidiárias, Brussels Airlines, Swiss e Austrian e, em vez de operar voos vazios, apenas para poder bloquear slots, a Lufthansa deveria disponibilizar lugares nestes voos para venda a tarifas baixas para recompensar os contribuintes alemães e europeus que a subsidiaram com mil milhões de euros durante a pandemia”.