Para assinalar o 4º aniversário do TNEWS, lançamos uma rubrica especial que reúne vozes do setor do turismo. Convidamos personalidades a refletirem sobre o futuro do turismo em Portugal, respondendo à seguinte questão: “Se tivesse poder sobre o país por uma hora, qual seria a decisão que tomaria para o setor do turismo?”
Por Miguel Quintas, Presidente da ANAV
Procuraria tomar uma decisão que tivesse consequências reais pragmáticas e irrevogáveis e que dependessem apenas desse “poder absoluto sobre o País”. Evitaria decisões estratégicas, porque não seria eu a implementar. Neste caso a decisão recairia sobre a obrigatoriedade de construir o novo aeroporto de Lisboa. O custo para a economia de não termos aeroporto nos próximos dez anos (tempo estimado de execução do novo aeroporto) ronda os 11 mil milhões de euros contra os investimento de 7,7 mil milhões de euros que são considerados na sua construção. Neste sentido, tomaria a decisão sustentada num “project finance” de empréstimo sindicado e abriria posteriormente um concurso para privatizar a sua exploração ou até o próprio ativo na totalidade. Paralelamente, lançaria um estudo sobre a viabilidade de desviar parte da taxa municipal de turismo, no valor de dois euros, para uma nova taxa: a “taxa de aeroporto”. Esta “taxa de aeroporto” de dois euros cobriria perto de 20% do custo de financiamento a dez anos a ser paga pelo turista visitante ou por dormidas. Estaríamos a falar de uma valor aproximados de 1,5 mil milhões de euros a 10 anos, que é o tempo estimado de construção do novo aeroporto. Paralelamente estudaria também a viabilidade de cobrar uma taxa colateral à referida “taxa de aeroporto” através de um valor simbólico materializado na cobrança por passageiro entrado no aeroporto de Lisboa.
Nota de editor
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