Quinta-feira, Novembro 13, 2025
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Instabilidade política começa a pesar na procura de viagens para os EUA, revela estudo

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As recentes decisões tomadas pela administração de Trump têm criado incertezas que estão a afetar a procura global de viagens para os EUA, de acordo com um estudo realizado pela Mabrian, que analisa o comportamento dos dez principais mercados emissores.

A Mabrian observou o comportamento das pesquisas de voos para os EUA realizadas entre janeiro e março, com base no Share of Flights Searches Index, que indica o grau de interesse neste destino. Foram analisados os dez principais mercados de origem dos Estados Unidos (Reino Unido, Alemanha, França, Canadá, México, Brasil, Índia, Japão, Coreia do Sul e China), com datas de viagem até setembro deste ano.

Procura europeia mostra sinais de tensão

De acordo com a Mabrian, o interesse em viagens aos EUA dos países da União Europeia, do Reino Unido e de mercados como a Alemanha, França e Itália está a diminuir, principalmente após a tomada de posse presidencial em janeiro deste ano.

A intenção geral de viagens dos 27 países da UE para os EUA caiu -0,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior, com o Share of Flights Searches Index a fixar-se em 5,4% no final de março. Os EUA concentram 5,4% do total de pesquisa de voos durante o período analisado.

Apesar de ter sido inicialmente afetada, a procura britânica começou a recuperar, ultrapassando brevemente os níveis do ano passado em meados de março. A Mabrian considera que o Reino Unido é “o único mercado europeu analisado a mostrar sinais claros de resiliência”. Embora as reservas brutas tenham diminuído ligeiramente em fevereiro (-1,1%), aumentaram em março (+1,6%), o que sugere “uma confiança crescente” entre os viajantes britânicos.

Já a Alemanha e a Itália registaram quedas de quase -1 ponto percentual face a 2024, o que revela “uma crescente incerteza”. Por sua vez, a intenção de viajar a partir de Espanha manteve-se estável durante os primeiros três meses do ano, com algumas semanas de janeiro a ultrapassarem os níveis de 2024.

Tendências divergentes nas Américas e na Ásia

Segundo a Mabrian, o Japão e o Brasil apresentam uma tendência de declínio da procura. A intenção dos viajantes brasileiros de visitar os EUA é de 8%, tendo descido em média -1,2 pontos percentuais face a 2024. Ainda mais, as reservas entre fevereiro e março caíram 15% face ao período homólogo de 2024.

Quanto ao mercado japonês, o Share of Flights Searches Index situa-se atualmente nos 4,1%, abaixo dos números do ano passado, não mostrando sinais de recuperação para as próximas semanas.

O número de pesquisas de voos pela parte do mercado canadiano ( (22,3%) tem-se mantido “bastante estável” desde janeiro. No entanto, a intenção de viagem não está a converter-se em reservas reais como em 2024, uma vez que o número bruto de passageiros reservados diminuiu 15,7% em fevereiro e 14,5% em março. No final de março, a procura canadiana estava a ganhar força, com um aumento do número de passageiros confirmados de +18,7% relativamente ao ano anterior.

O México e a Índia também apresentam um momento positivo em termos de procura de voos, que “deverá ser monitorizada”, recomenda a Mabrian, uma vez que o comportamento tem sido “instável” em ambos os mercados desde o início do ano.

Outros mercados asiáticos de origem, como a China e a Coreia do Sul, apresentaram um aumento da procura, com um aumento em média +1,5 e +1,4 pontos percentuais por semana, respetivamente. Desde janeiro, o Share of Searches Index para a China (9,1%) e Coreia do Sul (6,7%) tem “superado consistentemente os níveis de 2024 numa base semanal”. Esta tendência também se reflete nos dados de reservas confirmadas, com o número de sul-coreanos a duplicar em comparação com março de 2024, e os chineses a aumentar 40% em fevereiro e 23% em março.

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