Sábado, Maio 24, 2025
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Se tivesse poder sobre o país, qual seria a decisão que tomaria para o turismo? Por Rui Ventura

Para assinalar o 4º aniversário do TNEWS, lançamos uma rubrica especial que reúne vozes do setor do turismo. Convidamos personalidades a refletirem sobre o futuro do turismo em Portugal, respondendo à seguinte questão: “Se tivesse poder sobre o país por uma hora, qual seria a decisão que tomaria para o setor do turismo?”

Por Rui Ventura, presidente da Turismo Centro de Portugal

Se tivesse o poder absoluto sobre o país por uma hora, lançaria as bases de um plano ambicioso, que transformaria a forma como os turistas viajam em Portugal e que seria fator de coesão territorial: um programa nacional de mobilidade turística com duas vertentes complementares.

A primeira vertente consistiria num sistema nacional intermodal de transportes públicos, direcionado para os turistas. Este sistema ligaria os destinos turísticos mais visitados e aqueles menos maduros, permitindo aos visitantes deslocarem-se de forma eficiente e ecológica por todo o país, o que hoje é impossível.

Atualmente, um turista que desembarque nos nossos aeroportos, não tem forma de se deslocar pelo país, em especial nos territórios de interior, sem ser de automóvel. Uma plataforma intermodal de transportes, que juntasse os operadores públicos e privados, poderia ser um passo para a mudança deste paradigma.

A plataforma teria passes a preços convidativos, conexões otimizadas entre aeroportos, estações de comboio e pontos de interesse turístico por todo o país, e uma aposta em transportes ambientalmente sustentáveis. Desta forma reduziríamos a dependência do automóvel, retiraríamos trânsito dos centros urbanos e distribuiríamos mais facilmente os fluxos turísticos pelo território, promovendo a coesão.

A segunda vertente do plano seria uma plataforma digital única que reunisse toda a oferta turística nacional. Alimentado pelas Entidades Regionais e Regiões de Turismo, esta ferramenta integraria alojamentos, experiências culturais e gastronómicas e todos os produtos turísticos relevantes de cada território, permitindo a cada região promover os seus destinos preferenciais.

A plataforma seria apoiada por inteligência artificial, para personalizar as experiências disponíveis para cada visitante, simplificando as reservas e garantindo uma experiência intuitiva, integrada e inovadora para o visitante.

Com este programa nacional de mobilidade turística, Portugal seria protagonista de um turismo mais sustentável, inclusivo e equilibrado. O programa melhoraria a experiência dos visitantes que escolhem Portugal e – fundamental para este plano – beneficiaria as comunidades locais de todo o país, em especial as regiões menos visitadas.

Uma hora de poder absoluto seria certamente curta para lançar as bases desta transformação. Estou consciente de que é uma utopia. Mas felicito a TNews por possibilitar estas utopias tão singulares!

Nota de editor

Também queremos ouvir a sua voz! Envie sugestões e ideias sobre o futuro do turismo em Portugal para cmonteiro@tnews.pt e faça parte deste debate crucial para a transformação da nossa indústria.


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