A falta de coordenação na União Europeia persiste, apesar dos esforços de Bruxelas para alcançar uma abordagem harmonizada na luta contra o coronavírus e mesmo após a entrada em vigor do certificado digital europeu. Depois da Alemanha, agora é a vez de França.
O secretário de Estado francês para os Assuntos Europeus desaconselhou as viagens a Portugal e Espanha, admitindo o reforço de medidas.
A situação nos países ibéricos é “particularmente preocupante”, afirmou Clement Beaune, acrescentando que “nos próximos dias poderá haver um reforço das medidas” no âmbito das viagens.
Este conselho surge na sequência do aumento de casos, mais concretamente com a variante mais contagiosa Delta.
Em entrevista ao canal de televisão France 2, Clement Beaune disse ainda que para “aqueles que ainda não reservaram as suas férias, evitem” Portugal e Espanha, especialmente a região da Catalunha.
“É melhor ficar em França, ou ir para outros países”, disse.
Os profissionais de turismo e os viajantes franceses podem esperar que o mapa dos países classificados em verde, laranja e vermelho volte a evoluir nos próximos dias. “Um Conselho de Defesa será realizado na segunda-feira”, disse o porta-voz do governo Gabriel Attal na quarta-feira, dia 7 de julho, no final do Conselho de Ministros, reafirmando que “existe o risco de uma quarta vaga”. “Estamos a trabalhar em todos os cenários que devem permitir-nos conter essa retoma da epidemia no nosso país e é nesse sentido que um conselho de defesa será realizado na segunda-feira”, disse Gabriel Attal. Por conseguinte, poderão ser anunciadas novas medidas neste contexto.
Também focando na situação destes dois destinos durante a sua intervenção, Gabriel Attal indicou que em Espanha, “e particularmente na Catalunha, a taxa de incidência explodiu”. “Também em Portugal a variante provocou uma aceleração considerável da epidemia e o país vê-se agora obrigado a recorrer a novas restrições e em particular ao recolher obrigatório em 35 cidades, incluindo os maiores aglomerados do país”.
Há uma semana o número de casos começou a subir novamente na França, também confirmou Gabriel Attal, um aumento de mais de 20% em sete dias, confirmando a “tendência de reversão” observada desde 30 de junho. A taxa de incidência aumentou 21%. “Esta situação está ligada, tanto na França como no resto do mundo, à variante Delta, que é muito mais agressiva que as variantes anteriores e que continua a progredir e hoje representa mais de 40% das contaminações no nosso país”, indicou Gabriel Attal.