Segunda-feira, Setembro 25, 2023
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Sites de viagens reprovados em testes básicos de acessibilidade

Um estudo concluiu que 73% das páginas de viagens tem pelo menos uma imagem com texto alternativo em falta ou inadequado, enquanto que 40% das páginas com um formulário tinha, pelo menos, um campo que não estava identificado. Os sites de viagens estão entre os piores infratores no que diz respeito à acessibilidade, concluiu o relatório do primeiro Índice de Acessibilidade Digital da Audioeye.

Entre os erros estão correções “aparentemente simples”, tais como fotografias de hotéis sem descrição alternativa. Os participantes do estudo, um grupo formado por pessoas com deficiências variadas, descobriram várias barreiras consistentes que dificultavam a experiência de reserva de hotéis e companhias aéreas. As janelas pop up sem informações para os utilizadores com deficiência visual e a falta de descrições pormenorizadas dos quartos de hotel e de outras áreas também foram falhas recorrentes.

Além disso, a sinalização dos sites e os problemas de navegação, como as hiperligações sem rótulos, significavam que os participantes no teste tinham de tentar descobrir, a partir de um texto circundante, para onde uma hiperligação levava.

“O Índice de Acessibilidade Digital da AudioEye sublinha a realidade inaceitável de que as experiências digitais são interrompidas para as pessoas com deficiência, impedindo-as de realizar tarefas essenciais das quais muitos de nós dependem regularmente, como compras online, serviços bancários, acesso a notícias, atividades relacionadas com o trabalho e muito mais”, afirmou David Moradi, CEO da AudioEye.

De acordo com um artigo publicado pela PhocusWire, as conclusões da AudioEye não são muito diferentes de um relatório anual elaborado pela WebAIM. No relatório realizado pela empresa, cerca de 55 erros foram detetados nas páginas de entrada do setor das viagens.

Lawrence Shaw, diretor-executivo da AAAtraq, que ajuda as empresas a protegerem-se contra litígios resultantes de falhas na acessibilidade das páginas Web, considera que nenhum setor cumpre sequer 10% da Lei dos Americanos Portadores de Deficiência.

No geral, de acordo com a UsableNet, esses processos aumentaram de 2,314 em 2018 para uma estimativa de 4,220 em 2023, um crescimento superior a 80%.

Embora Lawrence Shaw tenha afirmado que milhões de dólares e horas de trabalho são desperdiçados mensalmente em casos relacionados com a acessibilidade – o que corresponde a cerca de 600 milhões de dólares por mês – algumas alterações de “senso comum” poderiam fazer uma enorme diferença.

As auditorias independentes são o primeiro passo, aconselhou o diretor-executivo da AAAtraq, porque atualmente muitas empresas que realizam o trabalho para garantir a acessibilidade são as mesmas que assinam o trabalho.

Um outro elemento importante, sublinhou, é fazer com que os relatórios sobre as falhas de acessibilidade e as correções não sejam técnicos. “A conformidade divide-se em duas áreas: o software e os sistemas em que se constrói o website e o conteúdo, como imagens, vídeo, texto e ligações”, explicou Lawrence Shaw.

Acrescentou, ainda, que existe formação básica para os responsáveis pelo carregamento de conteúdos e que podem ser celebrados contratos com programadores e fornecedores para resolver muitas das outras questões. Nos EUA, acredita-se que o rendimento das famílias com deficientes ascende a 490 mil milhões de dólares (cerca de 453 mil milhões de euros). “É uma quantia significativa de dinheiro que se pode perder por causa de um pouco de cuidado no que diz respeito ao design do website”, conclui Lawrence Shaw.

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