A TAAG – Linhas Aéreas de Angola quer criar “uma relação mais próxima com o trade português” e promover alguns “destinos interessantes” da sua operação, que não estão a ser trabalhados. Para isso a companhia, está de portas abertas a testar o mercado e a estudar oportunidades com a “tour operação em vários destinos”. Por outro lado, quer deixar de ser vista como uma companhia ponto-a-ponto e passar a ser percepcionada como uma companhia internacional. A mensagem foi deixada por Lisa Mota-Pinto McNally, Chief Commercial Officer (CCO) da companhia, que esteve em Lisboa na passada quinta-feira, dia 16, para um evento com os profissionais do setor de modo a apresentar a nova equipa comercial que dará apoio às agências de viagens.
Na ocasião, a responsável da TAAG explicou, em declarações ao TNews, que o evento teve como propósito dar a conhecer uma nova versão TAAG, “que é uma versão melhorada, mais moderna, muito mais focada no cliente”.
A companhia quer afastar-se da imagem de uma transportadora aérea ponto a ponto, entre Portugal e Angola, mas de ligação “de Portugal com o mundo, e de Angola com o mundo”. “Queremos que as pessoas vejam a TAAG como uma linha aérea internacional e posicionada para ser internacional e não só uma linha aérea que faz uma ligação entre Lisboa e Luanda – foi assim que vista durante muitos anos. Por outro lado, queremos destinos turísticos, como Cidade do Cabo, Namíbia, Moçambique e até o Brasil, para clientes que sejam mais sensíveis ao preço”, afirma.
Lisa Mota-Pinto McNally reconhece nas agências de viagens um papel importante, não só pelo peso que têm no negócio das viagens corporate, como também pela tour operação. “Queremos trabalhar com os agentes de viagens de todo o país, não só de Lisboa, e estamos a tentar criar mais awareness para a marca como uma marca mais internacional, e não só de ponto-a-ponto.
Atualmente, a equipa da TAAG em Portugal é liderada por João Baptista, nomeado Country Manager da companhia aérea, função que acumula com o cargo de diretor geral da Summerwind. A equipa conta ainda com Miriam Arguelles, que já era o rosto da companhia no mercado português.
Questionada sobre a operação da companhia, a CCO revela que a TAAG está a cerca de “60% dos números de 2019”. “O mercado africano, de forma geral, depois da pandemia, tem recuperado de forma mais lenta que a Europa, onde já se chegou aos mesmos níveis pré-covid. Temos uma recuperação lenta nesse sentido. Julgo que também o facto de há um ano e dois meses voltámos a fechar e depois a abrir teve um certo impacto. No entanto, vemos esta recuperação como muito positiva”, afirmou. Na rota Lisboa- Luanda, o mercado já recuperou e voltou à normalidade, mas Lisa Mota-Pinto McNally que ir além disso. “A nossa projeção de crescimento tem de ir além do crescimento orgânico, e daí a nova imagem TAAG muito mais focada no cliente, porque, no fundo, queremos dizer que somos muito mais do que um país, do que só uma marca”.
A CCO sublinha que a companhia está a criar code-shares a partir de Portugal com outros destinos, como Paris, Alemanha e Brasil. “Vamos anunciar durante os próximos meses aumentos de frequências. Na Cidade do Cabo já estamos com sete frequências semanais. Para a Namíbia e São Tomé queremos aumentar as ligações”.
Por sua vez, Lisa Mota-Pinto McNally defende que as ligações ao Brasil podem ser também uma oportunidade para o mercado português: “Temos uma rota fantástica com cinco frequências para o Brasil, e estamos a pensar em anunciar um crescimento nessa rota. É uma opção às novas gerações que viajam com a família e querem explorar a América Latina – conseguem ter uma opção mais acessível indo via Angola – temos duas horas de escala, não é preciso visto, temos um lounge fantástico em Luanda, para um cliente que esteja em económica o aeroporto também é simpático, em duas horas faz a escala, vai até São Paulo e de lá tem conexão. Para clientes mais sensíveis ao preço, esta é uma opção bestial aos operadores diretos de Portugal. Acho que há muita gente que não sabe. Temos Cuba por exemplo”, constata.
“O nosso intuito é ter uma relação muito mais próxima com o trade e puxar destinos interessantes, testando o mercado, para ver o que conseguimos. Estamos de portas abertas para falar com a tour operação e criar coisas interessantes”, remata.