A TAP repudiou esta quinta-feira, dia 31 de março, as afirmações do Sitema sobre preocupação com a segurança operacional e garantiu que o rácio de técnicos de manutenção por aeronave na companhia aérea é de 10,9 e não 1,2, como disse o sindicato.
“A TAP conta atualmente nos seus quadros com um total de 831 Técnicos de Manutenção de Aeronaves (TMA) e um total de 76 aviões na sua frota (excluindo a frota operada por Portugália e White, que têm manutenção própria), o que representa um rácio de 10,9 TMA por avião”, lê-se num esclarecimento enviado às redações pela companhia aérea, que classificou como “totalmente errónea, lamentável e irresponsável a informação hoje transmitida em comunicado de imprensa pelo Sitema”.
“Pela mesma razão, carece de qualquer fundamento a declaração de que ‘o Sitema está preocupado com (…) a segurança da operação da TAP’”, acrescentou a transportadora aérea.
Em causa está uma nota do Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema), na qual disse estar “preocupado com as condições dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves e com o impacto que daí pode resultar para a segurança da operação da TAP”.
O sindicato avançou que “atualmente a TAP está a operar com um rácio de 1,2 TMA por aeronave, sendo que em período anterior à reestruturação operava com um rácio de 1,44 TMA por aeronave” e que “os valores comparam com a média internacional de 3,2 TMA por aeronave”.
“A TAP lamenta profundamente e repudia este tipo de atitude por parte do Sitema e do seu presidente, Paulo Manso”, lê-se no esclarecimento da companhia.
Segundo a companhia, a Manutenção e Engenharia e a segurança operacional são “reconhecidamente de excelência a nível internacional”, cumprindo os requisitos e exigências e sendo frequentemente alvo de auditorias, não podendo, por isso, “ser postas em causa com base em alegações erradas e sem fundamento e em declarações irresponsáveis e lesivas do bom nome da TAP”.
“A TAP é das companhias mais bem classificadas em todo o mundo, sendo incompreensível que um sindicato que representa trabalhadores da TAP e deve também pugnar pelo bom nome e imagem da companhia ignore tudo isto e produza afirmações erradas e que podem prejudicar a imagem de excelência da TAP em matéria de segurança”, frisou.
No comunicado enviado esta manhã, o Sitema realçou que, devido aos cortes de 40% nos salários e à redução do horário de trabalho, aplicados no âmbito do plano de reestruturação de que a TAP está a ser alvo, existem vários técnicos de manutenção com vencimento abaixo dos 1.000 euros, o que “não é compatível com a formação, exigência e responsabilidade destes trabalhadores altamente especializados”.
“Também aqui o Sitema transmite informação errada e pouco rigorosa”, disse a TAP, referindo que os cortes salariais aos técnicos de manutenção de aviões são de 30%.