A TAP pretende que 20 a 30% da sua distribuição seja através de NDC (New Distribuition Capability) em 2025, avançou Mário Cruz, administrador e CCO da companhia aérea, numa apresentação em que foi orador durante a convenção do grupo GEA Portugal.
Na sua intervenção, o administrador explicou os processos e timings de implementação do NDC, algo em que a companhia tem estado a trabalhar nos últimos dois anos.
O projeto começou a ser implementado em fevereiro de 2023. Para tal, a TAP contratou o Aaron Group para fornecedor de serviços de NDC. Agora a companhia está a afinar a plataforma, mas já imitiu o seu primeiro bilhete full NDC há três semanas
De acordo com os prazos estabelecidos pela TAP, até 31 de dezembro de 2024, a companhia vai garantir paridade de todo o conteúdo que tem em private channel com o conteúdo NDC que já estará disponível noutros mercados. Os testes no mercado português vão começar no último trimestre de 2024 para entrarem em funcionamento definitivo a partir de 1 de janeiro de 2025. Segundo a companhia, a partir desse momento, vai passar a existir uma sobretaxa de emissão através de Editfact que ainda não está definida, porque vai depender dos contratos que a TAP tem atualmente com os GDS’s. A partir dessa data, 1 de janeiro de 2025, a previsão é ter o NDC em pleno funcionamento no mercado português, já sem qualquer tipo de paridade.
O acordo com o Aaron Group prevê que as agências que queiram inscrever-se diretamente com Aaron Group não tenham custos de implementação, mas somente o valor da emissão.
APAVT em diálogo com companhia
Apesar de sublinhar que o NDC no mercado da distribuição aérea “não é novo”, o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) reconhece que a introdução deste sistema na TAP “vai alterar de forma bastante radical a relação dos agentes de viagens” com a emissão de bilhetes, mas “não necessariamente para pior”. Em declarações ao TNews, Pedro Costa Ferreira afirma que a associação e a TAP estão “em diálogo continuado”, não só “pela importância da relação” das agências com a companhia, mas também “pela importância desta implementação e as suas consequências”. No diálogo que têm estabelecido com a transportadora aérea, estão a ser tratados “os timings e s condições de introdução”, garante. Para o presidente da APAVT, “é cedo ainda para concluir o que quer que seja, excepto que os agentes de viagens devem iniciar o caminho tecnológico que lhes permites aceder aos vários NDC’s das companhias, nomeadamente ao da TAP, quando este aparecer”. Por outro lado, sublinha, “que vamos continuar a dialogar com a TAP, no sentido de “fazer com que o NDC tenha as consequências o menos nefastas possíveis para os agentes de viagens”.
Quanto ao pagamento de uma sobretaxa para quem não tiver NDC e emitir via Edifact, Pedro Costa Ferreira conclui que “é mais um capítulo no diálogo” com a companhia, mas alerta: “Nem só de surcharge se faz a abordagem do agente ao cliente, há muitas maneiras de ganhar dinheiro, e a mais sensata e perene é criar valor, criando valor, o surcharge não será um problema tão grande assim”.