A TAP anunciou resultados financeiros positivos no terceiro trimestre de 2024, com um lucro líquido de 117,8 milhões de euros, embora tenha registado uma redução de 62,8 milhões de euros em comparação com o mesmo período de 2023. A diminuição foi atribuída, sobretudo, ao impacto das perdas cambiais. No entanto, em comparação com o pré-crise (3º trimestre de 2019), a companhia aérea obteve uma melhoria de 116,6 milhões de euros.
No acumulado dos primeiros nove meses de 2024, a TAP alcançou um lucro líquido de 118,2 milhões de euros, uma queda de 85,3 milhões de euros face ao mesmo período de 2023, impactado igualmente pelas perdas cambiais, mas com uma melhoria de 229,0 milhões de euros em relação a 2019.
Crescimento das receitas operacionais
As receitas operacionais do terceiro trimestre totalizaram 1.284,1 milhões de euros, um aumento de 2% em relação ao mesmo período de 2023, superando os valores pré-crise (3T19) com 123% das receitas de 2019. As receitas de passagens, embora tenham registado um aumento moderado de 0,5% (+6,2 milhões de euros), totalizaram 1.187,5 milhões de euros, com uma leve diminuição de 0,7% no PRASK (receitas por assento quilómetro disponível) em comparação com 2023. No entanto, o aumento de 32,4% face a 2019 destaca-se como um sinal de recuperação sólida.
Destaque para as receitas de manutenção, que cresceram 48% nos primeiros nove meses de 2024, totalizando 48,7 milhões de euros, um reflexo do aumento da atividade nas oficinas da TAP, especialmente no segmento de motores.
Desafios e aumento dos custos operacionais
No terceiro trimestre de 2024, os custos operacionais recorrentes totalizaram 1.045,5 milhões de euros, com um aumento de 6,4% comparado com o mesmo período de 2023. Este aumento foi impulsionado principalmente pelos custos com o pessoal, que cresceram 26,3% devido a acordos salariais, além de um aumento nas depreciações e amortizações.
A capacidade operacional (ASK) aumentou 1,2% em relação ao 3º trimestre de 2023, e o Load Factor (taxa de ocupação) subiu para 86,2%, melhorando em 1,4 pontos percentuais face ao ano anterior e em 3,3 pontos percentuais em comparação com 2019, refletindo a eficiência na ocupação de assentos.
Resultados financeiros e estratégia de reestruturação
O EBITDA recorrente no terceiro trimestre foi de 372 milhões de euros, com uma margem de 29%, representando uma diminuição de 4,8% em relação ao 3T23. O EBIT recorrente caiu 13,6%, totalizando 238,6 milhões de euros. No entanto, comparado com os níveis pré-pandemia, o EBIT e o EBITDA melhoraram, com aumento de 108,7 milhões de euros e 98,6 milhões de euros, respetivamente.
A TAP manteve uma posição de liquidez robusta, com 943,1 milhões de euros em caixa a 30 de setembro de 2024, um aumento de 153,7 milhões de euros em relação ao final de 2023. A dívida líquida/EBITDA melhorou para 2,3x, reforçando a estabilidade financeira da companhia.
A TAP continua a apostar na expansão da sua rede de rotas, com a recente inauguração da rota Lisboa-Florianópolis e a previsão de abrir novas ligações no Brasil, como a rota para Manaus. A companhia também segue focada na modernização da frota, com a entrega de novas aeronaves A320 NEO, que representam 69% da frota de médio e longo curso.
O Presidente Executivo da TAP, Luís Rodrigues, comentou sobre os resultados da seguinte forma: “Estamos satisfeitos com a nossa performance no terceiro trimestre de 2024, apesar dos dois grandes desafios enfrentados: a situação difícil de gestão do espaço aéreo europeu, e as desvalorizações cambiais significativas. A melhoria da pontualidade e do NPS (Índice de Satisfação do Cliente) e a estabilização da regularidade, confirmam uma operação mais robusta e com um melhor serviço para os nossos clientes, que se traduz em aumentos de receitas e consolidação de resultados operacionais.”
“Adicionalmente – prossegue o responsável – o sucesso na emissão de obrigações, com uma clara criação de valor para a TAP, dado a redução significativa do spread implícito, resultou de uma resposta positiva por parte dos investidores à performance financeira da empresa.”
“Apesar do atual contexto desafiante do setor, mantemo-nos focados na transformação da TAP, com o apoio das nossas pessoas e dos nossos stakeholders, numa companhia sustentadamente rentável e numa das mais atrativas da indústria”, conclui Luís Rodrigues.
