Terça-feira, Março 18, 2025
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Três formas do turismo ajudar a alcançar a equidade na distribuição de vacinas

Com a reabertura das viagens para destinos seguros através dos certificados Covid-19, a Skift redigiu um artigo sobre como a indústria das viagens pode ter um papel importante na luta pela equidade no acesso às vacinas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde das Nações Unidas (OMS), a percentagem de pessoas que receberam a primeira dose da vacina Covid-19 em países em desenvolvimento é de 1,1%.

Enquanto parte do mundo experimenta a recuperação económica atribuída às vacinas, a outra aguarda as doses de que precisa, abrindo, mesmo assim, as suas economias fortemente dependentes do turismo. Assim sendo, haverá alguma forma de a indústria do turismo ajudar a colmatar a desigualdade global na distribuição de vacinas?

Remoção de barreiras de acesso à vacina

O setor privado da indústria do turismo tem colaborado com governos, de vários destinos, no fornecimento de acesso a instalações para administração de vacinas, bem como através da disponibilização de vacinas em hotéis e resorts.

Recentemente, a operadora de turismo Intrepid Travel anunciou o lançamento de uma campanha global de vacinação, com uma abordagem que visa a educação sobre vacinas, bem como quebrar barreiras ao acesso à vacina em comunidades locais.

“Os nossos clientes vêm dos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e, depois, viajam para a Ásia, América Latina e África. É ótimo que os nossos clientes pensem que estão seguros, mas a realidade é que, em muitos desses destinos, são as comunidades que não estão seguras e protegidas”, reforçou James Thornton, CEO do Intrepid Group. “Sinto que tenho a responsabilidade de tentar liderar uma compra maior de vacinas e assumir um papel educacional e de acesso como operador turístico global.”

“mas a realidade é que, em muitos desses destinos, são as comunidades que não estão seguras e protegidas”

Na sequência da campanha da Intrepid Travel, o Expedia Group anunciou uma campanha “Give the World a Shot”, em colaboração com o UNICEF, conclamando os viajantes a fazerem reservas por meio do aplicativo Expedia, por forma a impulsionar as doações para o fornecimento de vacinas do UNICEF.

“Qualquer pessoa que esteja numa posição em que possa influenciar o processo de vacinação, e escolha não o fazer, está, na verdade, a compactuar com as desigualdades da vacina”, afirmou Judy Kepher-Gona, fundadora da Sustainable Travel & Tourism Agenda, citada pelo Skift.

Educação (pré-viagem) dos viajantes

“O apoio da indústria de viagens pode ser tão simples quanto dar voz à questão da equidade da vacina, educando os consumidores que estão decididos a viajar para áreas não vacinadas”, declarou Judy Kepher-Gona.

Segundo a fundadora da Sustainable Travel & Tourism Agenda, os viajantes também estão numa posição de influência, e, assim sendo, informá-los antes da viagem sobre todos os aspetos de segurança do destino que planeiam visitar, incluindo as desigualdades de vacinação, pode ser uma grande ajuda.

“O apoio da indústria de viagens pode ser tão simples quanto dar voz à questão da equidade da vacina”

Por enquanto, os consumidores estão a prestar mais atenção aos avisos dos respetivos governos sobre os riscos impostos aquando do regresso a casa de zonas “âmbar”, quando, na verdade, o risco é maior para as comunidades não vacinadas do que para os viajantes.

Quebrar o ceticismo na vacina

Um outro problema a solucionar, segundo ministro do turismo jamaicano, Edmund Bartlett, é a hesitação na toma da vacina. “Preocupo-me com o papel do turismo, porque o mesmo é movido pela ciência e pelos dados, e, infelizmente, não somos os guardiões disso. O que temos de fazer é levar a mensagem e garantir que nosso povo não hesita”, revela Edmund Bartlett.

A fundadora da Sustainable Travel & Tourism Agenda acrescenta que as partes interessadas da indústria do turismo se devem unir em iniciativas educacionais nos destinos e falar em uma só voz.

“Obtenha os factos e divulgue-os, porque está numa posição de influência e pode opor-se a todo o ceticismo que existe”, rematou Kepher-Gona.

Esta ação pode envolver a parceria com uma associação de viagens local, para que todos os funcionários sejam educados, por meio de médicos oradores e sessões individuais, para que, no fim, optem por ser vacinados.

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