Todos os produtos e serviços estão sujeitos a uma constante mudança dos fatores de escolha por parte da procura. A hotelaria não é exceção, e deve haver uma avaliação permanente por parte das estruturas hoteleiras, de como reajustar a sua oferta, face às novas tendências e necessidades.
Voltando uns anos atrás, constata-se que o regime de Tudo Incluído ganha expressão e quota de mercado exatamente por esse motivo. Ou seja, começou a haver procura por este modelo, por parte de vários mercados internacionais, e também por parte do mercado nacional. Portugal, e mais concretamente regiões como o Algarve, não podiam deixar de oferecer este modelo, estando sujeitos a perder clientes para outros destinos. Não temos que caminhar para um destino de Tudo Incluído, mas temo, sem dúvida, de manter este segmento ativo, com qualidade, e disponível na nossa oferta turística.
Espera-se que a procura por este tipo de conceito aumente, devido à conjuntura que se vive hoje. Atualmente o fator serviço, com todas as normas de segurança, é determinante na escolha de um destino de férias, de um hotel, e mesmo de um restaurante. O cliente ao verificar que um hotel cumpre todos os requisitos, e que consegue proporcionar uma estadia com as medidas de segurança implementadas, confia no hotel, e prefere efetuar todas as refeições onde se sente seguro. Claro que uma unidade de Tudo Incluído oferece uma variedade de facilidades, programas de animação, e outros serviços, proporcionando deste modo um conforto em permanecer no espaço, e desfrutar de umas férias descansadas. Principalmente no segmento de famílias, onde a procura deste regime é cada vez maior.
Existem muito fatores vantajosos neste sistema, sendo um dos principais o facto do cliente saber, à partida, o custo total das suas férias. Mas desengane-se quem pensa que o cliente não sai do hotel durante a sua estadia. Vários estudos comprovam que o cliente de Tudo Incluído sai do Hotel para conhecer a gastronomia, fazendo inclusive refeições fora. Este tipo de cliente também procura conhecer a zona envolvente e experienciar o que a região tem para oferecer. Outra das vantagens deste regime é o cliente conseguir ter umas férias totalmente despreocupado com a questão logística das refeições, e obtendo por parte do hotel uma variedade gastronómica, complementado as suas férias. Todas as atividades profissionais são cada vez mais exigentes, e as merecidas férias têm de, cada vez mais, proporcionar relaxamento e afastamento do stress do dia a dia.
O regime de Tudo Incluído tem obrigatoriamente de oferecer qualidade associada à variedade, tendo a organização de todos os serviços estar bem oleada para corresponder às expetativas. A oferta de comidas e bebidas é um dos pontos essenciais, que marca a diferença na satisfação do cliente, e é necessário uma análise e adaptação constante. A oferta de serviços complementares é fundamental, sendo a animação um dos fatores determinantes. As facilidades têm sempre de se atualizar, pois apesar do cliente sair do hotel durante a estadia, a grande parte do tempo é passado dentro das instalações.
Pode-se afirmar que hoje, em Portugal, existem unidades que funcionam 100% em regime de Tudo Incluído, que proporcionam uma oferta de excelência, com serviços diferenciados, conseguindo captar clientes neste segmento e proporcionar umas ferias de qualidade.
Por Pedro Alves
É diretor geral de Operações do Grupo 3HB Hotels, proprietário de cinco unidades hoteleiras no Algarve, uma delas em regime Tudo Incluído (3HB Clube Humbria). Brevemente o grupo irá abrir um hotel em Lisboa