O muito procurado destino de Tulum, situado ao sul de Cancun, está a lançar uma promissora iniciativa no combate ao sargaço nas Caraíbas mexicanas. Através da nova campanha “Tulum Contra o Sargaço”, espera-se que este seja o início do fim das preocupações sazonais dos viajantes relacionadas com esta alga.
O Presidente da Câmara Municipal local, Diego Castañón, anunciou a aquisição de cinco novas embarcações anti-sargaço, juntamente com outros equipamentos cruciais, para fortalecer a frota marítima existente. O jornal Cancun Sun destaca que “este investimento é um sinal positivo do que está por vir, reforçando o compromisso das Caraíbas mexicanas, lideradas por Tulum, na luta contra este fenómeno que afeta as férias.”
A estratégia para lidar com o sargaço evoluiu ao longo da última década. Anteriormente, o sargaço era recolhido na costa por equipas de limpeza e veículos especializados. No entanto, as autoridades locais perceberam que essa abordagem não era suficiente, já que a quantidade de sargaço nas praias de Tulum continuava a aumentar anualmente.
Atualmente, o foco está em impedir que o sargaço chegue à costa, desviando-o no mar, conforme explicado pelo Cancun Sun. Através da instalação de sistemas de barreiras no mar, que atuam como os pinos de uma pista de bowling, o sargaço é direcionado para correntes de saída que o levam naturalmente para as profundezas do Oceano Atlântico. Além disso, embarcações especializadas com redes de arrasto ajudam a concentrar as áreas mais problemáticas nessas correntes.
No entanto, é importante notar que mesmo com essas medidas abrangentes, não se espera que 100% do sargaço seja capturado antes de chegar a Tulum. As condições imprevisíveis do mar das Caraíbas, com ondas agressivas e ventos fortes, podem desafiar os sistemas de barreiras, especialmente durante a temporada de furacões. A boa notícia é que no futuro essas ocorrências serão menos frequentes, tornando a limpeza mais fácil.
Um problema em crescimento
A promessa de desviar o sargaço de Tulum é encorajadora para os viajantes, mas o Cancun Sun observa que a raiz deste problema persiste. O Mar dos Sargaços, onde essas grandes manchas se formam no Atlântico, continua a crescer todos os anos. “Até agora, não existe um consenso global sobre as causas desse crescimento, e por vezes, é difícil distinguir entre questões políticas e científicas”, relata o jornal.
No entanto, investigadores dos Estados Unidos apontam a indústria agrícola massiva na Amazónia brasileira como uma possível causa. Grandes quantidades de fertilizantes sintéticos ricos em nutrientes usados na agricultura acabam por escorrer para o rio Amazonas. Naturalmente, esse escoamento flui para o mar, onde se mistura com correntes que levam ao Mar dos Sargaços. Essa contribuição de nutrientes acaba por fertilizar o sargaço, impulsionando o seu crescimento.
Para os viajantes interessados no futuro, além do desvio do sargaço para o mar, considera-se a possibilidade de utilização desse recurso como biocombustível. Além disso, o sargaço pode ser transformado em tijolos, utilizado como biofertilizante e até mesmo em produtos cosméticos.