Sexta-feira, Abril 18, 2025
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Turismo global recupera valores no terceiro trimestre do ano

Após um fraco primeiro semestre, em 2021, o turismo internacional na temporada de verão do hemisfério norte impulsionou a melhoria dos resultados do terceiro trimestre do ano, sobretudo na Europa.

Segundo o Barómetro Mundial do Turismo, da Organização Mundial de Turismo (OMT), as chegadas de turistas internacionais aumentaram em 58% entre julho e setembro de 2021, comparativamente ao período homólogo de 2020. Contudo, o número de turistas esteve 64% abaixo dos níveis de 2019.

A Europa registou menos 53% de turistas no terceiro trimestre de 2021 do que no período homólogo de 2019, sendo este o melhor valor registado desde o início da pandemia.

Entre janeiro e setembro deste ano, os números de turistas a nível mundial ficaram 20% abaixo dos números de 2020. Contudo, estes números devem-se muito à temporada de verão, pois nos primeiros seis meses do ano a percentagem de turistas a viajar a nível mundial foi menos 54% do que em 2020.

Em algumas regiões, como a Europa do Sul e Mediterrâneo, a América do Norte e do Centro e a região das Caraíbas, as chegadas dos turistas internacionais chegaram a bater os números de 2020. Nos meses correspondentes à temporada de verão houve zonas que ultrapassaram os números pré-pandémicos.

O aumento da procura por viagens foi impulsionado pelo aumento de confiança dos passageiros devido à vacinação e à flexibilidade das restrições de entrada em muitos países.

Na Europa, o Certificado Digital de Vacinação da União Europeia (UE), ajudou a facilitar as viagens dentro da UE, e foi possível verificar que, entre janeiro e setembro de 2021, as chegadas a destinos europeus só ficaram 8% abaixo das chegadas em 2020, no entanto ficaram 69% abaixo das chegadas em 2019.

Por outro lado, na América foi onde as chegadas registaram um melhor valor, aumentando 1% comparativamente a 2020. Contudo, as chegadas a países/ilhas americanos ficaram 65% abaixo das chegadas em 2019.

Já no Caribe foi possível verificar um aumento de 55% face às chegadas em 2020, embora tenha ficado 38% abaixo dos números de 2019.

Zurab Pololikashvili, secretário-geral da OMT, disse que “os dados para o terceiro semestre de 2021 são animadores. No entanto, as chegadas estão 76% abaixo dos níveis pré-pandémicos”. Face ao aumento de casos em todo o mundo e ao surgimento de novas estirpes de COVID, Zurab Pololikashvili afirma que “não podemos baixar a guarda e precisamos de continuar a esforçarmo-nos para garantir a igualdade de acesso as vacinas, coordenar os procedimentos de viagens, usar os certificados digitais de vacinação de modo a facilitar a mobilidade e continuar a apoiar o setor turístico”.

Ritmo de recuperação lento e desigual

Apesar da melhoria observada no terceiro trimestre de 2021, o ritmo de recuperação continua “lento e desigual”. Enquanto na Europa e na América houve um crescimento no terceiro trimestre, na Ásia, na região do Oceano Pacífico, em África e no Médio Oriente registaram-se quedas muito grandes. Tanto na Ásia como na região do Pacífico, as chegadas dos turistas caíram em 95%, já em África a queda foi de 74% e no Médio Oriente foi de 81%, comparativamente a 2019.

Os destinos que recuperaram melhor, entre julho e setembro de 2021, segundo as informações da OMT atualmente disponíveis, foram a Croácia, o México e a Turquia.

Melhoria gradual nas receitas e despesas

O terceiro trimestre foi positivo, não só no aumento de viagens como também no aumento das receitas. O México registou as mesmas receitas do que em 2019, enquanto a Turquia, que registou uma queda de 20% nas receitas, a França, com uma queda de 27%, e a Alemanha, com uma queda de 37%, registaram quedas bastante menores do que tinham registado em 2020.

O lado positivo é que os gastos com o turismo aumentaram bastante devido à grande economia e à quantidade de viagens que foram impossíveis de realizar. A receita internacional em 2019 era, em média, aproximadamente de 1180€ por chegada, em 2020 aumentou para cerca de 1535€ e em 2021 aumentou para cerca de 1772€.

Este aumento nos gastos deve-se à estadia mais longa nos destinos e ao aumento dos preços de transporte e de alojamento.

Olhar para a frente

Apesar das mais recentes melhorias no setor do turismo, a desigualdade nas taxas de vacinação a nível mundial e as novas estirpes da COVID-19 podem afetar esta recuperação, que por si só já é lenta.

A pressão económica causada pela pandemia também pode congestionar a procura de viagens e a vontade de viajar. De acordo com os dados da OMT espera-se que as chegadas de turistas internacionais permaneçam entre 70 e 75% abaixo dos níveis em 2019, mantendo-se semelhante a 2020.

As receitas do turismo internacional em 2021 podem chegar aos 820/945 mil milhões de euros, uma pequena melhoria face a 2020, mas que em nada se compara aos 2000 trilhões de euros em 2019. Segundo as estimativas, em 2021 é provável que a contribuição económica do turismo chegue aos 2245 trilhões de euros, o que fica bem abaixo dos 4136 trilhões de euros registados em níveis pré-pandémicos.

Contudo a OMT acredita que a retoma segura do turismo internacional vai continuar a depender, maioritariamente, da resposta coordenada entre os países em termos de restrições de viagens e protocolos de segurança.

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