A United Hotels of Portugal (UHP), marca que representa oito hotéis independentes em Fátima, um em Lisboa e um Óbidos, perspetiva um crescimento de 15% em 2024, ancorado na recuperação dos mercados asiáticos e brasileiro.
Num encontro com a imprensa esta terça-feira, dia 19, Alexandre Marto Pereira, CEO da UHP, fez um balanço do ano para o destino Fátima e para a marca Fatima Hotels, que integra o portfólio da UHP.
No coletivo, a marca UHP cresceu 64% em dormidas em relação a 2019 e vai superar este ano as 280 mil roomnights. Quanto aos hotéis da Fátima Hotels Group, vão fechar o ano de 2023 com 180 mil dormidas, o que equivale a um aumento de cerca 33% em dormidas face a 2022. De acordo com Alexandre Marto Pereira, este resultado está em linha com o crescimento registado no destino Fátima. “É algo incomum em Portugal, muito poucos municípios atingem um milhão de roomnights. Fátima superou em outubro um milhão de noites, um valor que só costuma atingir no final do ano. É um crescimento de 33% em relação ao ano passado, o que compara com 11% do país, crescemos a um ritmo três vezes superior ao restante território, foi praticamente assim durante todo o ano”.
Por sua vez, o responsável destaca o peso dos mercados internacionais para o destino Fátima. “Dois terços das roomnights são dos mercados internacionais, ou seja, 668 mil noites”, sublinha.
No próximo ano, Alexandre Marto Pereira estima “um crescimento contínuo”, embora “não tão grande” como em 2023, mas “muito forte”, “ancorado sobretudo no crescimento do mercado asiático, que foi o único, a par do Brasil, que não recuperou. Espero que recupere no próximo ano”. Para o crescimento estimado de cerca de 15% em 2024, o administrador conta com a subida da taxa de ocupação e dos preços. “O nosso objetivo é aumentar a taxa de ocupação nos períodos de menor ocupação, e, nos períodos de ocupação plena, a única forma de crescer é via preço. Ou seja, o aumento de preço não vai ser homogéneo, vamos tentar crescer mais de 15% em época alta, e menos em época baixa, sendo compensado pelo aumento da procura gostávamos de ter do mercado asiático e brasileiro”, explica.
Quanto ao mercado nacional, Alexandre Marto Pereira afirma que provavelmente vai estagnar. “Os mercados que ainda não recuperaram vão crescer a um ritmo muito superior ao mercado nacional, que provavelmente não vai crescer mais. A minha expetativa é que, fruto do aperto no consumo, pela inflação e subida de taxas de juro, a procura de lazer estagne, no entanto, espero uma recuperação do mercado brasileiro, por força do aumento do número de voos, e depois dos mercados asiáticos que estavam fechados”, reforça.
Alexandre Marto Pereira revela ainda que o destino Fátima já está a sentir o impacto do conflito entre Israel e o Hamas, nomeadamente nas reservas. “Já está a acontecer. Há essencialmente três pordutos de Turismo Religioso, os Santuários Marianos, como Fátima; Roma e Vaticano, Israel e países à volta. Ao terem esse mercado encerrado, muitos dos decisores que organizam as peregrinações vão decidir vir para a Europa, houve reservas que foram automaticamente transferidas para a Europa”, afirma.
Por outro lado, o responsável recorda que Fátima já recebia no passado “muitos israelitas” por força de já não ser apenas um destino religioso. “50% do tráfego de Fátima é cultural, já não é religioso”, indica.
Questionado sobre a possibilidade de aumentar o número de hotéis que integram a marca UHP, Alexandre Marto Pereira revela que estão a analisar oportunidades diariamente. “Todos os dias estou à procura e a analisar novos projetos, ou para compra de hotel em parceria – o Lumen Hotel é uma parceria com o grupo Alves Ribeiro, ou de mera representação comercial. Temos algumas coisas em vista em várias cidades de Portugal, estamos continuamente à procura. O nosso objetivo é no eixo de touring, entre Lisboa e Porto”, conclui.
Recorde-se que além dos oito hotéis da marca Fatima Hotels Group, a UHP representa o Lumen Hotel & The Lisbon Light Show, em Lisboa, e o Josefa d ́Óbidos Hotel, em Óbidos.