Quarta-feira, Janeiro 22, 2025
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Viceroy at Ombria Algarve: Uma “aldeia algarvia” de luxo voltada para a sustentabilidade e cultura local

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O Viceroy at Ombria Algarve abriu portas ao público no passado dia 1 de outubro, assinalando a estreia da marca internacional na Península Ibérica. Em entrevista ao TNews, Duarte Gonçalves da Cunha, diretor geral da unidade, fala sobre os planos e expectativas para o projeto, que aposta na sustentabilidade e numa forte ligação à cultura local. Localizado em Loulé, o hotel de 5 estrelas dá a conhecer um “Algarve diferente do habitual”, onde o mar e a praia são substituídos pelas paisagens da serra algarvia.

Situado no concelho de Loulé, no Algarve, o Viceroy at Ombria Algarve marca a estreia da cadeia norte-americana em Portugal. O hotel de cinco estrelas insere-se no projeto Ombria Algarve, cujo investimento atingiu os 300 milhões de euros, e estende-se por 5,2 hectares do total de 153 que compõem o resort. Com 141 unidades de alojamento, os quartos, suites e apartamentos são distribuídos por um total de 24 edifícios que, juntamente com uma torre e uma praça principal, pretendem recriar uma aldeia tradicional algarvia.

“estamos a promover um Algarve diferente do habitual; não é só sol e praia. É um Algarve na serra, é um Algarve das pessoas”

O Viceroy at Ombria Algarve é o primeiro resort da Viceroy na Península Ibérica. O que é que motivou a escolha de Portugal e, mais especificamente, do Algarve para este investimento?

O Viceroy at Ombria nasce de uma conversa de há muitos anos entre o grupo Viceroy e o grupo Pontos, que é o proprietário do Viceroy at Ombria Algarve. O grupo Viceroy já estava muito interessado em fazer a sua entrada na Europa. Normalmente, procuramos sempre destinos que estejam num estado de maturidade desenvolvido e que não sejam ainda embrionários ou muito pouco conhecidos. Queremos também projetos que sejam icónicos e este assim o é, pela sua dimensão, qualidade, diferenciação, arquitetura e design. Este é o segundo resort Viceroy na Europa, sendo que temos outro na Sérvia, que é um ski resort. No sul da Europa, e com esta dimensão, este será com certeza o nosso flagship europeu.

Quais são os planos e expectativas de crescimento para o Viceroy at Ombria Algarve?

Para o hotel Viceroy at Ombria, estamos numa fase de estabilização e de consolidação de serviços. A fase da abertura já passou e, agora, é a fase de consolidar as equipas e de continuar o nosso esforço de trazer pessoas ao destino. Estamos a promover um Algarve diferente do Algarve habitual; não é só sol e praia. É um Algarve na serra, é um Algarve das pessoas e o nosso grande esforço nos próximos três a seis meses é passar a mensagem de que existe esta parte do Algarve, onde as pessoas podem ter uma experiência diferente do que seria à beira-mar.

O Algarve é um região que já está muito consolidada a nível de turismo, onde já existem vários resorts de luxo. O que é que diferencia a vossa unidade?

A nossa aposta tem três pilares fundamentais. O primeiro é a sustentabilidade, onde fizemos uma aposta muito forte desde o início do projeto, desde aquecimentos de águas com geotermias, aquecimentos solares e os isolamentos dos edifícios. Houve aqui um investimento muito grande desde o primeiro dia em que se começou a desenhar o projeto, em que a sustentabilidade é um fator absolutamente fundamental. Até com a própria gestão da água do campo de golfe, a forma como recuperamos a água que utilizamos no resort para depois voltar a ser utilizada na irrigação dos nossos jardins e do campo de golfe, a forma como o sistema de rega por sensores do campo de golfe está feito. Em comparação com um campo de golfe, em média, utilizamos 30% menos de água.

Outro pilar é a forte ligação à terra onde estamos, com Loulé e as aldeias de Querença, de Tôr, de Alte, e com as pessoas que são daqui. O terceiro é que todas as experiências que proporcionamos aos nossos hóspedes sejam experiências ‘elevated’. Eu gosto muito de usar este exemplo: seja um prato muito complexo ou seja uma tosta mista, o carinho que se põe a fazer as coisas tem que ser exatamente o mesmo, e a experiência que os clientes levam para casa tem que ser exatamente a mesma.

Em termos de pontos de diferenciação, acreditamos que não existe nada como o Viceroy at Ombria no Algarve, no sentido em que os resorts a este nível são muito mais direcionados para a praia, e estamos mais no interior. Sobre a arquitetura e a forma como o projeto foi pensado, isto é uma aldeia algarvia e, portanto, são 24 edifícios diferentes. Também o próprio tamanho dos quartos, onde o quarto mais pequeno tem cerca de 54 ou 55 metros quadrados, e o maior é uma residência de dois quartos e piscina com 250 metros quadrados. Vamos ter ainda as opções de food and beverage e de restauração, onde vão existir – não agora em temporada mais baixa, mas em época alta – sete outlets diferentes, entre elas bares, cafés, pastelarias e restaurantes. Tudo isso vai posicionar-nos de uma forma muito diferente do que existe no Algarve. O campo de golfe é um dos fatores mais atrativos no resort, e está aberto há cerca de 18 ou 19 meses.

E de que forma é que promovem a proximidade com as comunidades locais?

Estando no Barrocal algarvio, a ligação com as pessoas da região é muito importante. Temos cerca de 24 experiências disponíveis para os clientes fazerem, em que todas elas têm uma ligação muito forte à região, desde a visita às fábricas de mel, ao passeio com o pastor e as ovelhas churras algarvias, a passeios a cavalo com uma quinta do outro lado da rua. Várias coisas que podem os clientes depois podem desfrutar, mas sempre com uma ligação muito forte à região e à terra onde estamos inseridos.

Algumas destas atividades são feitas através de parcerias e outras desenvolvidas ou operacionalizadas por nós, sendo que todas elas são desenhadas por nós. Temos um pequeno espaço que é uma oficina de oleiro e de pintura de azulejo, que é utilizado para fazer [as atividades] com os clientes. A visita ao mel é feita com uma empresa familiar, perto do resort, que tem uma produção de mel. Neste caso, foi um esforço em conjunto, em que dissemos que gostaríamos muito que os clientes fossem lá visitar e fazer provas. É sempre um esforço em colaboração com o fornecedor do serviço.

Há outras que são completamente realizadas por nós, como muitas experiências gastronómicas, visita ao mercado, aula de cozinha e almoço com o chef, provas de vinho, provas de azeite, workshops de pão e um chocolate lab que temos dentro da nossa pastelaria. Outras que são nossas são os picnics, os passeios de bicicleta, o hiking, entre outros.

Estas atividades estão incluídas na tarifa ou têm um valor adicional?

Algumas estão incluídas e são gratuitas, como caminhadas e bicicletas, e há outras que têm um valor à parte. Existem, por exemplo, vários pacotes onde [as atividades] já estão incluídas na tarifa. Também temos um calendário semanal de atividades que estão também incluídas e, portanto, dependendo de que experiência for e de que altura do ano for, podem estar ou não incluídas na tarifa.

Qual é o público-alvo que pretendem atrair?

Nesta fase inicial, o mercado nacional vai ter aqui uma preponderância importante. Sendo uma marca americana, acreditamos também que o mercado americano vai desempenhar uma parte importante. Depois, temos outros tipos de mercados que se ajustam a este tipo de produto, ou seja, não é tanto a pessoa que vai à procura do sol e mar, mas a pessoa que vai à procura de um turismo mais de natureza. Portanto, mercados da Europa Central, como o Benelux, Alemanha, Suíça e obviamente o Reino Unido, que é importante para o Algarve com a facilidade das ligações aéreas.

O preço médio de uma noite ronda que valores?

Os preços vão variar muito. Em temporada baixa, podemos estar a começar nos 250-260 euros por um quarto de entrada e, em temporada alta, este valor andará entre os 550 e 600 euros por um quarto de entrada. Em relação às categorias mais elevadas, o preço de entrada poderia estar perto dos 900-1.000 euros em temporada baixa até aos 3.000 euros em temporada alta.

“Houve aqui um investimento muito grande desde o primeiro dia em que se começou a desenhar o projeto, em que a sustentabilidade é um fator absolutamente fundamental”

Como foi o processo de recrutamento e formação da equipa? Que perfil de funcionários estavam à procura para este projeto?

Isto é uma pergunta que dá muito gozo responder porque foi uma das coisas que correu muito acima das expectativas. Posso dizer com algum orgulho, sobretudo a nossa equipa liderou este processo de recursos humanos, que conseguimos recrutar cerca de 95 a 96% das pessoas que nos propusemos recrutar para a abertura.

Acredito que isto se deve a três razões fundamentais. A primeira é que as pessoas estão à procura de um sítio para trabalhar onde possam trabalhar bem. Os trabalhadores da hotelaria não têm medo de trabalhar muito; o que gostam é de trabalhar bem e servir bem o cliente. O segundo é o facto de estarmos posicionados perto de Loulé e de algumas aldeias à volta. Conseguimos, de alguma forma surpreendente, recrutar pessoas da região que encurtam o seu commuting, estando aqui perto de nós. O terceiro é realmente vir trabalhar para uma marca internacional, que é um atrativo para as pessoas aqui da região.

Em termos de perfil, tentámos encontrar pessoas que sintam que servir o outro e fazer o outro feliz é uma coisa muito especial e muito nobre. Este é o nosso objetivo número um, porque tudo o resto, toda a parte técnica, podemos ensinar, treinamos e formamos. Entender que fazer bem aos outros faz-nos bem a nós próprios foi uma das premissas fundamentais para tentarmos encontrar o tipo de pessoa correto. E, além disto, pessoas que sintam muito esta região e que, quando falem do Viceroy at Ombria, tenham um brilhozinho nos olhos, tenham orgulho.

Atualmente, contam com quantos colaboradores?

Neste momento, temos cerca de 168 só no hotel, sem contar a parte do golfe. Estamos a planear para o ano que vem estarmos à volta dos 250 em temporada alta e depois, em anos de cruzeiro, cerca de 300.

O resort abriu as portas ao público muito recentemente, no dia 1 de outubro. Quais têm sido as primeiras impressões dos hóspedes?

O feedback dos hóspedes tem sido absolutamente extraordinário. Aquilo que todos elogiam é as pessoas que cá trabalham e o serviço, a amabilidade, a forma como se sentem bem tratados e bem recebidos. É fundamental para criarmos este conceito de aldeia porque, no fundo, é isto o que nós somos. Queremos dar um serviço de luxo, como eu costumo dizer, “sem caspa”, ou seja, uma coisa muito simples, tranquila e próxima, em que a pessoa que o serve fá-lo rir de manhã. Este tem sido o feedback: os quartos são ótimos e as vistas são lindas, mas as pessoas são fantásticas e o serviço é extraordinário.

Como foi a introdução da cadeia norte-americana Viceroy no mercado português? Foi necessária alguma adaptação estratégica?

Nós sabemos a importância que o mercado nacional tem e, portanto, estamos ligados a vários parceiros nacionais, quer seja de formas comerciais ou de relações públicas. Queremos ser ativamente participativos nas iniciativas do Turismo de Portugal. Somos membros ativos da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA). Portanto, estrategicamente, já estava pensado ter aqui uma presença muito ativa, tanto que a nossa equipa é toda portuguesa e as equipas de lideranças também.

Não houve uma grande alteração estratégica porque em cada Viceroy, em cada localização onde está, a premissa fundamental é o respeito pela região, quer estejam em St. Lucia, nas Caraíbas, ou em Los Cabos, no México, ou na cidade de Chicago, ou em Santa Mónica, em Los Angeles. Todos têm um respeito enorme pelo local onde estão e aqui não poderia ser de outra maneira.

“A novidade mais próxima é a conclusão do nosso spa em 2025, que são cerca de 1800 metros quadrados. Talvez ainda em 2025, teremos disponível uma vila privada de quatro quartos com piscina”

O Algarve tem enfrentado desafios ligados à sazonalidade da região. Como é pretendem contornar isto?

Estamos convencidos de que, pela localização onde estamos e pela oferta que temos, vamos conseguir combater essa sazonalidade. Acreditamos profundamente que este tipo de experiências podem ser desfrutadas nas quatro estações do ano. Teremos coisas diferentes para oferecer em cada altura do ano e, portanto, acreditamos que as pessoas só vêm para sítios onde acontecem coisas e onde podem fazer coisas. Todos os hotéis do mundo têm as suas temporadas mais altas e menos altas, e também teremos esses desafios. No entanto, este é um hotel para estar aberto nos 12 meses do ano.

Qual é o futuro do Viceroy at Ombria Algarve em termos de expansão?

A novidade mais próxima é a conclusão do nosso spa em 2025, que são cerca de 1800 metros quadrados. Vai ser gerido pela Viceroy e terá um foco muito grande na sustentabilidade e em marcas portuguesas. Talvez ainda em 2025, teremos também disponível uma vila privada de quatro quartos com piscina. A partir daí, existem outros desenvolvimentos dentro do resort, sobretudo imobiliários, que comunicaremos a seu tempo.

Há outras coisas que poderão surgir à medida que vamos aumentando capacidade, em termos de desporto e de bem-estar. Este é o nosso caminho, seguindo sempre as três premissas que lhe disse: a sustentabilidade, a forte ligação à terra, e que o serviço e a experiência que proporcionamos seja sempre elevada de alguma forma.

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